Numa tentativa de ser
uma poesia sobre casos
e descasos de casamentos,
espalho as palavras
como as folhas se espalham
com o vento...
Quem foi que disse
que todos os casais são iguais?
Sei lá, ninguém disse...
E nem são.
Tem aquele casal que planeja
desde a infância, o casamento dos sonhos,
os votos, o véu, buquê de rosas e alianças.
Tem quem diga que nunca vai casar,
prefere ser livre para a vida aproveitar.
Aí dez anos depois a gente reencontra na rua
com aliança no dedo e o filho no colo...
Tem aquela amiga
que espera o príncipe encantado
e vive num mundo de princesas...
Tem a que quer estudar,
passar num concurso público,
ter estabilidade para não depender de ninguém
e só depois se preocupar
se vai casar com alguém.
Tem casamentos virtuosos
e outros tão tempestuosos...
Tem casamento na igreja,
com missa, coral e o escambau...
Para depois todos se embriagarem
com a cerveja e voltarem aos seus lares
dirigindo muito mal... "Que Deus proteja!"
Queria casar no jardim,
de short jeans e camiseta branca,
um buquê charmoso de tulipas
e no peito a esperança.
Na camiseta escreveria um "Eu te amo"
com uma cursiva bem bonita e delicada sobre o pano...
Isso parece até sonho de criança, não?
De todos os sonhos
e todas as possibilidades de casamento,
o que menos importa é a cerimônia,
com o melhor buffet e decoração,
com o vestido mais caro da loja,
com o noivo mais bem sucedido,
com as fotos mais bonitas
para exibir depois para os amigos...
Não, não e não!
Os passos até o altar,
devem ser os passos do dia a dia,
impulsionados por amor,
ternura, paciência, respeito,
companheirismo, carinho e alegria.
Se caminhar ao altar é tão importante,
que se repitam os passos a cada dia,
em casa, na rua, indo até a padaria,
aonde for, sempre com sabedoria.
Com amor.
(Sarah Magalhães)
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