Tem vezes
que eu quero morrer rápido...
Mas tem vezes
que eu quero ser um velho pirado.
Eu quero ser
uma senhora gatona que corre maratonas
e que ainda tenha lucidez para escrever
e ainda tenha bom gosto musical
e muito amor.
É.
A gente pode trabalhar isso,
se namorar, viajar o mundo.
Eu vou tietar você,
aonde quer que você toque,
o que quer que você cante.
Sua fã numero um, companheira,
amiga, confidente, amante.
A gente pode casar e ter filhos,
comprar uma casinha num lugar tranquilo
(cheio de natureza, ou perto de um parque para correr
e para os meninos irem brincar).
Trabalhar com música, arte,
fazer artesanato, semear poesia,
publicar um livro, cantar um dia contigo.
Envelhecer, sem ver o tempo correr.
Deixar o cabelo grisalho.
Um dia ou outro a barba sem fazer.
Lembrar histórias da nossa adolescência,
o nosso primeiro abraço, riso e beijo,
o primeiro amasso, encontro,
o primeiro verso da nossa história.
A gente pode envelhecer juntinhos,
nossos filhos já, cada um seguindo o seu caminho.
Você um velho louco pirado,
com uma senhorinha grisalha
e em forma do lado.
Seríamos dois velhos loucos
um pelo outro.
Seríamos dois velhos pirados
e apaixonados.
Mas a gente também pode ir
comer uma pizza em vez disso, sei lá...
E mesmo assim eu vou te amar.
(Sarah Magalhães)
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