De uma preguiça desesperançosa.
De um cansaço que não é físico
e é triste.
É uma preguiça do caos do país
estampado aqui no Planalto Central.
Preguiça em saber que nem todos os Ipês
conseguem preencher de cor o sujo que há
no quadrado Distrito Federal.
Eu tenho preguiça porque a Rodoviária da capital do país
não está perto de ser um lugar... Um lugar humano.
Mas as pessoas são humanas
e vivem e trabalham e estudam
e dão bom dia e cantarolam.
Da Rodoviária nós nos perdemos entre o horizonte monumental e
os camelôs ecoando em frente ao sinal,
o senhor que gerencia o transporte pirata -Vai Vila Telebrasília? Saindo agora, uma vaga UnB!-,
os indivíduos que pedem esmola,
as crianças que perdem a infância cheirando cola.
A preguiça dói.
Ainda na Rodoviária, nosso cenário dicotômico de cada dia,
há respeito e gentileza e poesia
Há um raiar de sol azul, ou um luar translúcido,
que cativam nosso coração brasiliense e sussurram:
"Deixe de preguiça e siga em frente!"
Brasília, cinza e multicor.
Corrompida e cheia de amor.
Bela, planejada e do sonhar.
O nosso sonho ou grito de esperança,
sem saber o que esperar.
Sarah Magalhães
Foto da Rodoviária, clicada pela @biareisouza |
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