Entre as poças d'água
na rua toda molhada
vejo pegadas meio tortas
e atrapalhadas.
Parecem de crianças
brincando na chuva
sem a mãe ver.
Parecem, mas são apenas
um pouquinho do caminho
percorrido ontem por eu e você.
Entre as poças espelhadas
enxergo-me ao caminhar
e me lembro dos seus braços
tão firmes, salvando-me
quando entre as poças d'água
me deixei tropeçar.
Eu sorrio sozinha
e continuo a caminhar.
Mas dessa vez vou mais atenta,
lembrando que se tropeçar
estou sozinha
e vou me estabacar no chão
como uma jumenta.
Essas pegadas entre as minhas
podem ser de alguma criancinha...
Podem guardar alguma história
que a próxima chuva levará...
(Sarah Magalhães)
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