terça-feira, 21 de agosto de 2012

Filha

Amora
que comigo mora,
quando fica triste
logo chora.

Amora
sorri agora,
querendo dançar
comigo lá fora.

Triste que agora
a nuvem lá fora
chora...
E com a rua toda molhada
a Amora pode
ficar gripada.

Chove lá,
mas de cá
a Amora liga o som
pra gente poder dançar.

Eu sou desanimado,
sem jeito pra a dança.
Prefiro ficar
no sofá deitado
assistindo a essa criança.

Mas Amora teimosa
logo me puxou
do confortável estofado
e me ensinou até
um belo rebolado.

(Sarah Magalhães)

sábado, 18 de agosto de 2012

Triste boneca

Bonequinha de pano
no meu colo chora,
querendo de volta
seu amigo 
que foi embora.

(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Falar de poesia...

Falou em poesia
já pensam no clichê
amor sem dor...
(ou com dor?)
Que seja.
Mas que seja amor.

Tem muitas poesias piegas,
é verdade...

Mas tem também
aquelas que falam de sacanagem
ou fazem crítica a sociedade...

Tem tanta poesia perdida!

Tem tanta poesia!

Tem tanta gente perdida!

Tem gente lendo poesia?

Tem gente se perdendo em poesias
e tem poesias sendo perdidas
em prateleiras empoeiradas.


Teve um amigo que me perguntou
porque eu gostava de poesias
e de versos sobre amor...

Nesse dia eu respondi
que a poesia era o meu chocolate
que não engorda,

um vício indolor e silencioso
que eu pinto e doso

quando e o quanto quiser...

Assim como tem gente que toma café
no café da manhã,

no lugar do chá da tarde
e depois de jantar
vai na cozinha para um café passar...

Assim como tem gente
que sonha com a vida de boemia
varrendo as noites na orgia
e se embebedando até...
cair no colo de uma mulher vadia.

Todo mundo tem um vício prazeroso,

nem que seja apenas sonho
ainda sem forças para se concretizar.

Assim como alguns
passam todo o dia
(ou toda a noite)
em frente a uma tela brilhante
esquecendo até do sol lá fora,
sem sair sequer um instante.

Assim como todos têm tentações e vícios
ou os ditos ócios do ofício...

Eu tenho sempre perto
caneta e um caderninho aberto,
pra quando aparecer
aquela folguinha
no decorrer do dia,

eu poder me embriagar
em poesia.


(Sarah Magalhães)

domingo, 12 de agosto de 2012

Carta em verso


Confesso que estou é com preguiça
de escrever carta bonita.

Então escrevo versos
rimados
ou não.

Os versos
são puros,
são bons.
Com eles me expresso
sem pressa ou aflição.

Não me preocupo com parágrafos
ou com pontuação

E é por isso que escrevo esses versos
modestos...
Confesso que estou é com preguiça
de escrever carta bonita.

(Sarah Magalhães)

sábado, 11 de agosto de 2012

Escuridão

Pequena porta
por onde passa
uma velha encurvada e torta.

Pequena porta
do outro lado, a velha visita
sua neta morta.

(Sarah Magalhães)

sexta-feira, 10 de agosto de 2012

Indelével

Indelével é quando 
a tinta escreve no papel,
se arrepende
e para o tubo da caneta
quer voltar.

Mas aí já não dá...
A tinta é indelével
e no papel irá ficar,
porque não se pode
apagar.


Pensando assim,
tem coisas na vida
que são indeléveis.

(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Molhado

Casaco molhado
de suco de uva.

All star ensopado
pela água da chuva.

E eu cabisbaixo
caminho na rua.

(Sarah Magalhães)

terça-feira, 7 de agosto de 2012

Para Fernanda

O que seria do dia
sem a tua alegria?

Diz-me guria,
d'onde vem essas piadas espontâneas
e essas associações risonhas,
que toda manhã
ouço você dizer.

Se a aula é matemática
-escalonamento no quadro-
no momento preciso,
faz a argumentação enfática:

- Não sabia que nessa aula
nós iríamos virar alpinistas,
"escalando" as letras e números
que aparecem nas listas!

(Sarah Magalhães)

domingo, 5 de agosto de 2012

Quermesse

No mês de agosto
tem festa no templo
e eu que nunca fui,
aguardo a cada momento
para logo chegar
o final de semana
em que irei me esbanjar
com uma galera bacana.


Então já é domingo,
o primeiro do mês.
Lá pelo fim da tarde
vou conhecer 
essa festa famosa, 
formosa, feliz, 
com comida gostosa
e quando voltar
eu conto procês. 


(Sarah Magalhães)

sábado, 4 de agosto de 2012

Devaneios em uma sala de aula

Em papos nerds eu me perco,
porque não tenho cabeça para isso.


O sol irradia forte pela janela
mas mesmo assim, eu me arrepio.


A bagunça
A cantoria
A gritaria
Tudo isso é um caos
em minha mente.


Um caos agindo
como trilha sonora.
Enquanto a melhor parte
da minha mente
vai-se embora...


O sol entra.
O vento venta.


Nem termino uma ideia,
eu me perco
eu me arrepio
eu me arrepio
eu me arrepio...


E assobio aquela música
que quero cantar
para você.


(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 1 de agosto de 2012

terça-feira, 31 de julho de 2012

Sinceramente

Casa comigo
é um perigo!
Eu deixo espalhado
celular roupa talher
e livro de amigo.


Casa comigo
tem sempre flor, música
e poesia de amor.


Casa comigo
é um pouco bagunçada
e toda manhã eu levanto
toda descabelada.


Mas eu vim aqui te fazer um pedido...


Casa comigo?


(Sarah Magalhães)

sábado, 28 de julho de 2012

Pensando

Eu consigo resistir à tentação
de segurar a sua mão
de molhar meus lábios nos seus
de grudar meu olhar ao seu...

Mas não consigo acreditar
que você já me esqueceu.

                      (Carina M.)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Escritores

Escutei que hoje é dia do escritor:
daqueles antigos, eternos,
novos, modernos...
todos.


Tem escritor que escreve pouco,
mas com algumas palavras 
já diz muito.


Tem outros que escrevem torto,
mas de um jeito cativante
e louco.


É bom mesmo brincar com as palavras.


Tem escritor que escreve bilhete em guardanapo,
mas fica com vergonha e esconde os versos
embaixo do prato.


Tem escritor que é amigo,
cada palavra tem um tom
de conforto e abraço.


Tem escritor que está ainda por vir,
ainda lendo alguns textos
que o motivará a escrever e depois sorrir.


Tem escritor que escreve e nem percebe
que em 140 caracteres todo dia diz o que quer
e alcança homens e mulheres.


Tem escritor por todo o canto,
tem escritor eternizado
e também os desvalorizados.



Tem dias em que ninguém se lembra dos escritores,
assistem sempre nas novelas os atores,
admiram, mas se esquecem dos autores.


Em cada esquina
há um escritor oculto:
na esquina da padaria,
            da pracinha
e até num rabisco no muro.



Aqui vai o meu obrigada...
A cada poeta
que com algo bom nos presenteou.
A todos escritores
que as palavras conheci.


E é claro, quero registrar aqui
os meus singelos parabéns

a cada leitor,
que faz despertar milhões de sentimentos
no coração de um escritor.


(Sarah Magalhães)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Magia


As mãos molhadas
que contornam meu rosto.
Os dedos gelados
que arrepiam meu dorso.
As palavras frias
(as mentiras)
que me trazem desgosto.

Encadeiam-se em uma cortina
de vibrações negativas.
Que buscam em mim
abrigo quente doce amor
Querem morar em meu coração.

Não encontram um vazio,
e querem expulsar
o vivo
sentimento
do meu peito,
em vão.

A magia desta vida,
me envolve
me proteje,
me acolhe,
os meus pesadelos recolhe
e os transforma em
pano de chão...

(Sarah Magalhães)