quarta-feira, 15 de agosto de 2012

Falar de poesia...

Falou em poesia
já pensam no clichê
amor sem dor...
(ou com dor?)
Que seja.
Mas que seja amor.

Tem muitas poesias piegas,
é verdade...

Mas tem também
aquelas que falam de sacanagem
ou fazem crítica a sociedade...

Tem tanta poesia perdida!

Tem tanta poesia!

Tem tanta gente perdida!

Tem gente lendo poesia?

Tem gente se perdendo em poesias
e tem poesias sendo perdidas
em prateleiras empoeiradas.


Teve um amigo que me perguntou
porque eu gostava de poesias
e de versos sobre amor...

Nesse dia eu respondi
que a poesia era o meu chocolate
que não engorda,

um vício indolor e silencioso
que eu pinto e doso

quando e o quanto quiser...

Assim como tem gente que toma café
no café da manhã,

no lugar do chá da tarde
e depois de jantar
vai na cozinha para um café passar...

Assim como tem gente
que sonha com a vida de boemia
varrendo as noites na orgia
e se embebedando até...
cair no colo de uma mulher vadia.

Todo mundo tem um vício prazeroso,

nem que seja apenas sonho
ainda sem forças para se concretizar.

Assim como alguns
passam todo o dia
(ou toda a noite)
em frente a uma tela brilhante
esquecendo até do sol lá fora,
sem sair sequer um instante.

Assim como todos têm tentações e vícios
ou os ditos ócios do ofício...

Eu tenho sempre perto
caneta e um caderninho aberto,
pra quando aparecer
aquela folguinha
no decorrer do dia,

eu poder me embriagar
em poesia.


(Sarah Magalhães)

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