terça-feira, 31 de julho de 2012

Sinceramente

Casa comigo
é um perigo!
Eu deixo espalhado
celular roupa talher
e livro de amigo.


Casa comigo
tem sempre flor, música
e poesia de amor.


Casa comigo
é um pouco bagunçada
e toda manhã eu levanto
toda descabelada.


Mas eu vim aqui te fazer um pedido...


Casa comigo?


(Sarah Magalhães)

sábado, 28 de julho de 2012

Pensando

Eu consigo resistir à tentação
de segurar a sua mão
de molhar meus lábios nos seus
de grudar meu olhar ao seu...

Mas não consigo acreditar
que você já me esqueceu.

                      (Carina M.)

quarta-feira, 25 de julho de 2012

Escritores

Escutei que hoje é dia do escritor:
daqueles antigos, eternos,
novos, modernos...
todos.


Tem escritor que escreve pouco,
mas com algumas palavras 
já diz muito.


Tem outros que escrevem torto,
mas de um jeito cativante
e louco.


É bom mesmo brincar com as palavras.


Tem escritor que escreve bilhete em guardanapo,
mas fica com vergonha e esconde os versos
embaixo do prato.


Tem escritor que é amigo,
cada palavra tem um tom
de conforto e abraço.


Tem escritor que está ainda por vir,
ainda lendo alguns textos
que o motivará a escrever e depois sorrir.


Tem escritor que escreve e nem percebe
que em 140 caracteres todo dia diz o que quer
e alcança homens e mulheres.


Tem escritor por todo o canto,
tem escritor eternizado
e também os desvalorizados.



Tem dias em que ninguém se lembra dos escritores,
assistem sempre nas novelas os atores,
admiram, mas se esquecem dos autores.


Em cada esquina
há um escritor oculto:
na esquina da padaria,
            da pracinha
e até num rabisco no muro.



Aqui vai o meu obrigada...
A cada poeta
que com algo bom nos presenteou.
A todos escritores
que as palavras conheci.


E é claro, quero registrar aqui
os meus singelos parabéns

a cada leitor,
que faz despertar milhões de sentimentos
no coração de um escritor.


(Sarah Magalhães)

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Magia


As mãos molhadas
que contornam meu rosto.
Os dedos gelados
que arrepiam meu dorso.
As palavras frias
(as mentiras)
que me trazem desgosto.

Encadeiam-se em uma cortina
de vibrações negativas.
Que buscam em mim
abrigo quente doce amor
Querem morar em meu coração.

Não encontram um vazio,
e querem expulsar
o vivo
sentimento
do meu peito,
em vão.

A magia desta vida,
me envolve
me proteje,
me acolhe,
os meus pesadelos recolhe
e os transforma em
pano de chão...

(Sarah Magalhães)

domingo, 22 de julho de 2012

Um poeta sobre a mesa

Escrever sobre amor é fácil,
porque qualquer um pode sentir
algo a ser escrito
e se não sentir
não é problema,
basta inventar o fato dito.


Escrever sobre coisas concretas,
sobre a mesa
é mais difícil,
porque todos já sabem como é
e se o poeta erra, 
já era a vida do indivíduo.


O bom é que escritor
tem uma imaginação
obesa,
maior que a mente,
maior que o papel
e a caneta.


Se der bobeira
escreve sobre a mesa
apaixonada pela 
cadeira.


Ah, mas quanta besteira...


(Sarah Magalhães)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Amizade (d)e infância

Amizade não tem que começar quando criança,
mas quando quer que comece, tem que ser com confiança...


Tem muitas amizades que começam na infância
-com brincadeiras de roda,
giz de cera espalhados pelo chão,
pique-pega, pular corda,
jogar peteca, brincar de boneca-
e nos acompanham
enquanto tentamos crescer.


Tem amigo que a gente lembra
do quanto conseguíamos ser radicais:
apostando corridas perigosíssimas
de velotrol em nossos quintais.


Tem amigo que a gente lembra
de quando aprendeu andar de bicicleta
de quando levou tombo de patins
e desistiu do skate que não deu certo.


Tem coisa que é a cara da infância,
como comer bolo de chocolate
e se lambuzar.
Beber bastante refrigerante para ver
quem consegue o alfabeto arrotar.


Tem também aquele momento,
de sair correndo pelo asfalto, 
tropeçar no próprio pé e cair.
Eis o tenso instante de decidir
entre chorar ou rir.
Chorar.


Logo passa.


O choro passa, a dor passa,
a infância vai passando, devagar...


Vai passando na memória
a lembrança de quando arqueólogos
queríamos ser...
Para encontrar ossos
de dinossauro no jardim,

enquanto estávamos cavando,
na terra a nos sujar.


Em vez de um crânio de t-rex,
catávamos minhocas, tatu-bolas,
brincávamos com as joaninhas
e depois íamos colher acerola.


As histórias nunca acabam, vão apenas piorando...


Vão de um simples joelho ralado
até um coração estilhaçado.


A amizade cresce junto com a gente,
com uma força indescritível
e mesmo que estejam distantes,
os amigos são amigos.


Confessos, travessos,
brincalhões, companheiros,
protetores, bobos, piegas,
bregas ou estilosos, metidos,
modestos, um shake de sentidos,
de sentimentos, de tudo o que vivemos.


Amizade é aquela coisa estranha,
que dá trabalho,
que cansa,
mas é necessária 
e sempre traz alegria, esperança,
consolo ou alguma maré boa.


Traz alegria para a vida e conforto para o coração.


(Sarah Magalhães)




quinta-feira, 19 de julho de 2012

Os vãos cotidianos

Há um vão enorme e minúsculo,
abandonado, excluso, 
ou apenas vão...
Para aonde as boas ideias

muitas vezes se vão.


Entre portas e paredes.
Entre meias e sapatos.
Entre um azulejo e outro.
Entre o portão azul e o vizinho.
Entre o carro e o asfalto.
Entre a melodia e o refrão.
Entre a água e a torneira.


Entre as coisas do dia-a-dia
cabem segredos, mistérios,
besteiras, poesias,
ou apenas poeira.


Nos cantinhos abandonados 
dos nossos dias
cabem também desejos
já largados e desacreditados,
mas ainda desejados.



Entre a razão e o sentimento,
nesse tênue vão,
que entre a sabedoria para guiar
no momento de uma importante decisão.


Para que o pobre indivíduo
não fique preso
entre o pensamento e a ação.



(Sarah Magalhães)

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Para a Clarinha

Esses são versos
para quando a Clarinha
já souber ler.

Para ela saber
que já era por mim
muito amada,
mesmo antes de nascer.

Quando na barriga
da Amorinha estava,
já chutava...
Quase dizendo
que karateca queria ser.

Clarinha, é tão linda
e comportada.
Antes de conhecer-te
“É uma lady!”
eu já falava.

Agora que nasceu,
que está crescendo rapidinho,
tenha sempre muita saúde,
paparico e carinho.

Pequenina,
queria te falar
que seus olhos curiosos
não me canso de observar
e que em seu batizado
[com todos muito bem arrumados,
cheirosos e de banho tomados]

Não pude deixar de notar
que em sua roupinha branca,
sapatinho de flor,
com mamãe ao seu lado
e papai babando de amor.


Você ali embalada
no colo dos dois,
parecia um fofo
bolinho de arroz.

Com carinho, Sarinha.

domingo, 15 de julho de 2012

Caderno Descolorido nos pés...

Tem um tempinho que eu queria comprar um all star verde escuro, mas não estava precisando de tênis ou sapato nenhum e admiti isso. Então um tempinho passou e pensei "vou comprar o all star verde" mas aí, tive uma ideia modéstia à parte bem melhor! Comprei um all star branco e canetinhas coloridas para tecido... personalizei com o que deveria ser o tema do blog (ainda será, tenhamos calma) e deu nessa lindeza, com uns lacinhos para ficar mais fofo! :3





 

  


Gostaram?

Com carinho, Sarah.



  

sábado, 14 de julho de 2012

Saudade

Fico triste e quero,
seu abraço, seu cheiro,
que se torna meu.
Será então que quero
meu próprio abraço e cheiro?
Não, não sei,
ainda estou triste e
quero você.

                (Carina M.)

sexta-feira, 13 de julho de 2012

O caminho que quer carinho

Conhece esse caminho?
Ele é cheio de cores
e amores esquecidos.

É vazio.
É vazio de amor,
ele precisa de alguém
que ao caminhar por ele,
não pense apenas no destino,
mas que saiba valorizá-lo.
Cultivá-lo.

As suas cores pastéis
devem ser cativadas 
para que possam novamente florir.

O caminho quer sorrir,
mas precisa de ajuda.

Quem passar por aqui,
que reze ou plante uma flor.
Assim, ao passar,
uma nova cor há de deixar.

(Sarah Magalhães)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Porque você não vai parar de respirar

Conhecer-te foi leve
como o sorriso banguela
de uma criança.

E foi gostoso
como o sorvete de morango
com caramelo.

Caramelo com o qual
eu sempre me lambuzava
e você olhava, dava risada...

Você ria, mas sempre me ajudava.

Você foi como
o irmão mais velho
que nunca antes conheci.
Adotou-me com gestos,
com o seu olhar.

Foi o meu melhor amigo:
o que emprestava a boia
porque eu não sabia nadar.

Mas quando aprendi,
foi contigo que apostei
a minha primeira corrida.

E me lembro
que você quase me deixou ganhar,
nadando bem devagar
e acelerando pernadas e braçadas
só no final.

Mas você venceu por pouco.

Conquistar a sua amizade e proteção
foi uma das grandes coisas
que fiz na vida.

E você deveria se orgulhar
por ser tão amado
por uma garota como eu.

É por isso que você não pode desistir.

Porque sempre foi você
o meu ídolo, modelo, amigo, parceiro.
Sempre era para você
que eu corria quando precisava.

E agora que cresci
estou aqui para te cuidar
cativar, ninar e tudo o mais que você precisar.

Hoje é você quem precisa da minha proteção.
Agora, retribuir-te-ei com amor, atenção e ternura
por tudo o que fizeste por mim.

Porque o nosso forte laço
supera todos os problemas
que surgem pelo caminho.

Porque nós temos energia para continuar.

Por tudo isso,
você não vai desistir da vida
sem antes tentar continuar.

Nós vamos sempre continuar lado a lado.

Seja onde estivermos,
a força do nosso amor
vai sempre além.

(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 11 de julho de 2012

Boa vibração

Quando você tocava
uma canção ao violão,
o que me tocava
não era apenas o som.


Quando a sua vibração
repleta de amor
chegava até mim...
Encantava-me.


Era como se você
irradiasse uma energia
tão boa...
Capaz de me tranquilizar
em meio ao mais confuso
c-a-o-s.


(Sarah Magalhães)

terça-feira, 10 de julho de 2012

Sono

Estou com sono,
com uma vontade
de sonhar...

Minha mão e
meu pulso doem,
por tanto hoje ter
escrito apagado
reescrito.

Meus olhos
já não olham
o papel.
Eles se fecham, 
devagar...

(Sarah Magalhães)

sábado, 7 de julho de 2012

A relação com o tempo

Eu não escrevo todo dia.

Eu escrevo quase todo dia.

Quando escrevo, escrevo sobre todo o dia que passou...


Não escrevo por todo o dia,
mas pelo tempo suficiente.

As vezes levo
o tempo todo
que o dia tem.
As vezes o tempo leva
o dia todo 

que a minha poesia tem
para passar a existir.

Mas com o tempo a poesia vem
e alguém num belo dia a recita muy bien.

A poesia embalada de tempos,
de ventos, de lembranças ocultas
e momentos...
Com o tempo se dissolve ao vento.

O que resta é a lembrança
de alguns versos
mal rimados.

O que resta é a esperança
de que o amor (ou um autor)
outra vez
recite algo.

Algo além do tempo.

(Sarah Magalhães)

sexta-feira, 6 de julho de 2012

Cartões-postais

Ah, por favor
não me escreva mais poemas
que tanto me fazem chorar.
Você, aí de longe
diz que me ama,
rima amor com dor,
escreve alguma coisinha
e assina "Com amor, Amor."

Isso me cansa.
Faz mais mal
do que bem.

Se você quer me ver feliz,
de verdade, de coração,
vem aqui, me faz uma surpresa,
quem sabe
canta uma canção...

Mas também
não estou pedindo serenata
nem nenhuma demonstração
pública de amor.

O que estou querendo
é ser realmente amada
sem ser segurada
por um alguém
que nem me vê,
nem pessoalmente, nem nos sonhos
nem... nem na memória.
Ao menos é isso que me faz imaginar.

Todo mês,
chega-me um cartão postal,
é sempre bonito,
comprado em alguma banca de revista...
É sempre um cartão daqueles
tão enfeitados que se fossem guardados até dezembro
serviriam como lembrança de natal.

Vem com umas poesias bregas
ou uns poemas
daqueles mais arcaicos.
Eu até gosto, para ser sincera.

Mas o que me mata
por dentro
e aos pouquinhos
é essa sensação
de abajur.

Sensação de ser aquele
abajur verde oliva,
que a sua tia de segundo grau
te deu de presente
no último natal...

Você nunca ligou o abajur,
só uma vez, quando ela te visitou.
E nem foi você!
Foi o seu sobrinho pentelho,
para ver se o presente prestou.

Ah, então, deixe-me voltar para aonde estava...

O abajur verde oliva:
eu me sinto como ele,
porque você o tem ali
quietinho a te esperar, paciente.
Para quando precisar usar,
para ler um livro, estudar...
Aí, você precisa:
acende e depois,
dorme,
esquece-o ali empoeirando
e se desgastando
só olhando você dormir.

Mas ainda estou em uma situação pior!
Nem ver-te a noitinha posso,
ou a hora que for...
Você, do outro lado do continente,
esqueceu-me e nem pela internet
me diz o que sente...

Oras, me cansei!

Nem sei se você se importa,
mas escrever me trás
uma sensação de coragem,
de força,
de ser capaz de acabar com esse mal
que você anda me fazendo
(talvez até, sem nem saber que faz)

Vou fazer assim,
a partir de hoje,
não vou ler mais
seus cartões postais.
Quando chegarem,
envio pra Tailândia,
ou pra Uberlândia...
tanto faz.

(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Dose de amor

Você escreve com o coração
enquanto os outros usam a mão.
Você me encanta a cada palavra
enquanto os outros,
nem se encantam com nada...

Tuas poesias, tuas melodias,
alegram minhas noites
e alegram meus dias.

Teus sorrisos,
teus abraços:
meus sorrisos,
meus abraços.


Tudo assim, espontâneo.
Tudo muito momentâneo.
Infinitamente,
cada momento 
mais intenso
que o anterior.

Cada rima com uma dose maior
de amor.


(Sarah Magalhães)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Aconteceu

Gosto de me surpreender com você...
Sabe, sempre acontece.
Sabe, sempre gosto.

Estou repetitiva.
Eu sei.

Sabe, você é uma daquelas pessoas,
que nunca se consegue esquecer,
tão bom foi, poder te conhecer.

(Sarah Magalhães)

domingo, 1 de julho de 2012

Cantar

Queria te cantar
um trecho de uma música
que nesta tarde estive por escutar.

Mas me desculpe, eu não me lembro.

Sabe, já estou com sono e cansado.
Por isso, boa noite
e amanhã eu te canto algo.

(Sarah Magalhães)