domingo, 30 de setembro de 2012

Fato poético

Ontem estava caminhando
numa cidade desconhecida -por mim-

Resolvi subir uma escada
e consegui sem problemas
mesmo eu sendo desastrada.

Caminhei um pouco
para conhecer o lugar.
O tempo foi passando
e resolvi para casa voltar.

Ah, eu estava de rasteirinha, só para constar.

Fui então refazer o caminho,
descer a escada devagarzinho...

Mas nesse instante
um invisível elefante
me fez um favor,
deu-me um empurrão
que me desequilibrou.

Tropecei em não-sei-o-que
e chutei uma pedra que nem pude ver.

Meu dedo coitado logo gritou
e a dor que sentia
em lágrimas de sangue
se exteriorizou.

Passou.

Quando lembrou que estava machucado
e que um pedaço seu perdeu,
o pobrezinho chorou esperneou
latejou e ardeu...

Suas reações já são comuns
quando chuto quinas além dos quintais.

Essa foi uma poesia
baseada em fatos reais.

(Sarah Magalhães)


sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Poesia amiga


Já faz metade da minha vida
que eu te conheço...

É estranho pensar assim,
em números...

Mas também é bom saber
que existem pessoas em quem
podemos confiar, passar o tempo,
rir apenas.

Algumas pessoas ao meu redor,
algumas poucas, possuem a minha
admiração e confiança.

E você conquistou isso
quando ainda éramos crianças.

As vezes me inspiro
na nossa amizade
para os meus versos escrever.

As vezes eu sinto
tanta vontade
de te encontrar para conversar
ou para mostrar-te parte
de um livro que qualquer hora
pessoas desconhecidas irão ler.

A verdade é que hoje
eu parei para pensar
que amizade de infância,
nem todo mundo
consegue conservar.

Não consigo lembrar de brigas,
mesmo me esforçando...

É importante dizermos coisas boas
à aqueles que amamos.

Essa poesia é uma forma de compartilhar
a minha alegria por essa nossa amizade
por tanto tempo se conservar.

Eu termino essa estrofe
como com um abraço de saudade:
com o desejo de que seja terna a poesia
e eterna a nossa amizade.

(Sarah Magalhães)

quinta-feira, 27 de setembro de 2012

Resultado do soteio do kit do Caderno Descolorido

Oi pessoal, hoje vou divulgar o ganhador do kit do Caderno Descolorido!
Gostaria de pedir desculpas pela demora, fiquei sem acesso a internet durante o dia :/
Muito obrigada a quem participou e ajudou a divulgar pelas redes sociais, continuem acompanhado esse caderninho aqui!


A ganhadora do kit é...

Cristina Barbas

Parabéns! 


Para a realização do sorteio utilizei o random.org, que embaralhou a lista com todos os participantes (acrescentando mais uma vez na lista quem compartilhou o sorteio nas redes sociais) e a vencedora foi a Cristina Barbas, que ficou no topo da lista.

Como prêmio de consolação ao top 4, entregarei um mini-kit do Caderno Descolorido, contendo um livreto de poesias, lápis, régua e pregador decorados e um marcador de página.
Os consolados serão: Thiago Groening, Débora Moura e Larissa Galli. Enviarei um email entrando em contato com cada um. Parabéns!


 


Estou entrando em contato por email com a ganhadora, caso não haja resposta no prazo de 48 horas, um novo sorteio será realizado para a premiação de primeiro lugar, sem prejudicar o restante do top 4.

 Muito obrigada pela participação de todos no primeiro sorteio do blog!

Com carinho, Sarinha.

terça-feira, 25 de setembro de 2012

Oi saudade!

Oi saudade
de um passado próximo
entre amigas faladeiras
e garotos palhaços
que sempre estão a dançar,
sem nem se importar
em aonde se está.

Oi saudade!
Por que você é tão grande assim
e insiste em estar sempre
juntinho a mim?

Ô saudade,
vamos dar um rolé,
passear num tempo passado...
Tomo até chá gelado,
se você quiser.

Mas vamos dar uma volta,
para acalmar
a alma e o coração...

"Vamos então."

(Sarah Magalhães)

domingo, 23 de setembro de 2012

Vento

Beijos mandados ao vento.
Um sopro de volta.
É a resposta do vento
dizendo que gosta.

(Sarah Magalhães)

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Que coisa

com
você
do
lado
fico
arrepiado
sem
saber
o
que
fazer


achando
que
amo
você

(Sr. Amor) - Sarah Magalhães

domingo, 16 de setembro de 2012

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

Confessar

Eu preciso me confessar
para você.

É coisa séria,
mas com isso padre nada tem a ver.

Por isso quero me confessar 
para você.

Porque talvez você vá me entender.

Acho que eu me apaixonei sem querer
e me apaixonei, me apaixonei por você.

(Acabo pensando que não me confessei,
no final das contas, apenas me declarei.)

(Sr. Amor)

terça-feira, 11 de setembro de 2012

Reencontro apaixonado

Quase 40 anos passados
e reencontro um garoto
que no colegial fora meu namorado.

Não me engano ao falar com precisão
que reencontro o garoto e não um rapagão.

Eu reencontro o seu olhar
de moço livre,
reencontro suas mãos frias
que em vão tentaram esquentar as minhas...

Eu reencontro seus lábios
carnudos e avermelhados
e me reencontro à lembrança
dos nossos beijos molhados.

Fico ali estacionada
num bonito minuto de reencontro,
mas de repente me acordo assustada
com o ronco de um homem
por quem não estou apaixonada.

Quem dera um dia
eu realmente não reencontre
o amor da minha vida
e lhe beije toda a fronte.

Mas por enquanto eu me contento
em com ele sonhar,
alegrando as minhas noites
de monotonia nesse lar.

(Sarah Magalhães)

sexta-feira, 7 de setembro de 2012

Dona Flor



Depois de ter escrito
"Gabriela, cravo e canela"
nosso Jorge criou
mais um de seus livros,
esse entitulado "Dona Flor e seus dois maridos"
com casos benditos
que falam da nossa nação sem pudores,
mostrando misticismo e até defunto peladão
que volta do além movido por uma paixão.

Essa paixão é Florípedes, a bela Dona Flor
que carrega consigo, um coração cheio de amor.

Dona Flor
é casada com o belo e forte homem,
mas ela, a bela Flor
não é a única que nas noites ele come.

Mas a apaixonada Flor,
com siri mole e azeite de dendê,
prepara uma moqueca
que é de Vadinho a receita predileta.
Aquela que ela aprecia ver
ele lambendo os beiços ao comer.

Num dia, em pleno carnaval baiano,
Dona Flor fica viúva
sem o marido que ama.

A honrada Flor,
com o farmacêutico da cidade, põe-se a casar
mas sente falta é dos beijos
que Vadinho costumava lhe dar.

A Flor roga em um terreiro
para rever seu falecido festeiro.

Os orixás acatam a Dona
e o devolvem sem arrependimentos,
sem roupas e sem vergonha!

Ao espiar-se pelas ruas baianas,
em meio a risos,
Jorge Amado vê de braços dados a caminhar
Dona Flor e seus dois maridos.

(Sarah Magalhães)

quinta-feira, 6 de setembro de 2012

Mulheres de Jorge

Oi gente! Como vocês estão?
Hoje venho trazer o primeiro vídeo do Caderno Descolorido, com a poesia "Mulheres de Jorge" homenageando o centenário do nosso querido Jorge Amado. A poesia apresenta um pouquinho das personagens Gabriela, cravo e canela, Dona Flor e seus dois maridos, Teresa Batista cansada de guerra e Tieta do agreste.
O vídeo foi produzido por mim, minha amiga Maria Vitória e minha irmã Letícia e nós estamos participando de um concurso em que quanto mais acessos o vídeo tiver, mais chances teremos de ganhar, espero que gostem do que preparamos!

Então, aqui vai o vídeo e sintam-se a vontade para compartilhar com os amigos! (:


Mulheres de Jorge

Jorge Amado, foi quem desenhou
nossas mulheres brasileiras:
Gabriela, Teresa,
Tieta e Dona Flor.

Todas elas, posso dizer,
são mulheres de coragem,
com histórias dignas de se conhecer.

D'entre as nossas mulheres,
Gabriela foi aquela
quem Jorge primeiro
pois-se a escrever.

Gabriela é inocente?
É,  é diferente.

Gabriela tem a aparência
que os rapazes anseiam por conhecer
e essa mesma aparência,
nas bocas das mulheres vira motivo para maldizer.

Gabriela é tão bela!
Tem o corpo da mulher brasileira
e também é conhecida por não cortar a cabeleira.

Gabriela
além de um pensamento
além do seu tempo,
tem o perfume do cravo
e a pele cor de canela.

Essa é Gabriela.

Já n'outro tempo
nosso Jorge criou
mais um de seus livros,
esse intitulado "Dona Flor e seus dois maridos"
com casos benditos
que falam da nossa nação sem pudores,
mostrando misticismo e um defunto peladão
que volta do além, movido por uma paixão.

Essa paixão é Florípedes,
a bela Dona Flor, que carrega consigo
um coração cheio de amor.

Outra mulher batalhadora
quem Jorge bem retratou
é Teresa Batista, que muito lutou.

Teresa por muito tempo
sofreu e chorou
na fazenda aonde criança
comeu o pão que diabo amassou.

A morena também se apaixonou
e para poder o seu primeiro amor viver,
o homem a quem foi vendida
precisou as asas bater.

Tieta é cedo expulsa de casa
pelo seu pai que a rejeita
por ter sido pega
com um rapaz enamorada.

Mas tempos depois retorna a pequena cidade
d'onde foi embora, ainda com pouca idade.
Agora a bela mulher, que volta elegante, independente e rica
é por Sant Ana do Agreste muito bem recebida.

"Amado, Jorge"
hoje se lê nos livros
e a esse nome associa-se um homem,
da literatura, grande amigo.

Por ter ousado
em uma nova roupagem
para os seus textos escrever,
recheando-os de verdades
para o povo brasileiro,
poder o nosso próprio país conhecer.

(Sarah Magalhães)

Independência do Brasil

Agora em setembro, costuma-se lembrar
da independência do Brasil
que outrora foi motivo para o povo comemorar...

Lá no século XIX
com Dom Pedro brilhantemente a proclamar
"Independência ou morte!"
para o povo ao seu redor aplaudir e concordar.

Mas na verdade
a história se distorce com o tempo,
prova disso 
é que a nossa independência
já foi comemorada
num dia que não 
o 7 de setembro.

Quando se fala em 12 de outubro,
costumamos lembrar
do dia de Nossa Senhora
e do dia das crianças,
com os brinquedos fascinantes
com os quais todas querem brincar.

Mas num ano diferente
esse mesmo 12 de outubro,
foi quando o nosso país 
foi proclamado independente.

Pouca gente sabe disso
e também pouca gente se importa.

Hoje o que se transmite pelo Brasil,
no estado em que se esteja,
são slogans como 
"Brasil: um país de todos"
e diante disso, o meu desejo é...
que assim seja.

Que seja um país de todos
e independente do passado.

Que seja um país com todos
focados em um presente
em que slogans como esse
não sejam criados
para ficarem pelos cantos
esquecidos e abandonados.

(Sarah Magalhães)

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Em uma palestra qualquer

Tem um doce de coco 
me esperando na geladeira

Tem mais de três horas
que estou sentada nessa cadeira

Só imaginando 
o meu doce na geladeira

(Sarah Magalhães)

domingo, 2 de setembro de 2012

Céu inspirador

Pequenas borboletas
voam sobre minha mente.

Tem uma de cor anil
que quer voar
mais alto que as outras mil.

Sobre a minha mente
há um céu azulado,
céu brasiliense:
cada tom perfeitamente encaixado.

Nesse meu céu
voam tantas borboletas:
coloridas, rosas, azuis, laranjadas
vermelhas, violetas e pretas.

Voam também mariposas
talvez mais belas ainda,
daquelas que antigamente,
os maridos caçavam e as enquadravam
para dar de presente para a esposa
dizendo o quanto a achava linda.

Mas eu não gosto de mariposa
nem de borboleta presa.

Prefiro deixá-las soltas
voando sobre a minha cabeça.

Olho para cima e vejo flores
borboletando e mariposando
sobre essa minha mente leve
(mais leve que barrinha de cereal light)

Mente que leva qualquer coisa
perdida por esse céu azul
a se transformar em versos sem métrica,
com rimas que são embaralhadas,
em uma tentativa
de deixar a vida mais colorida
e lembrar que o céu de Brasília
me deixa maravilhada.

(Sarah Magalhães)

sábado, 1 de setembro de 2012

Doce matéria

Pudim de passas
vovó já fazia
quando nas férias
para sua casa eu ia.

Pudim de passas
eu ouvi na escola
que um cientista Thomson 
resolveu batizar
o nosso querido átomo
que já não era mais
uma bola de bilhar.

Eu com mente de criança
lembrei daqueles contos para dormir:
João e Maria
e a casa de doces...

Imaginei a matéria
como um pudim grande e doce.

Mas não sou criança mais.
Voltei a prestar atenção
no que o professor estava a falar.

A matéria deixou de ser doce,
agora é conteúdo para estudar.
Conteúdo sério,
desses que podem cair no vestibular.

Mas eu ainda fico me perguntando
se naquele tempo
Thomson andou se baseando
no conto de João e Maria
para a doce matéria
poder explicar,
criando assim sua teoria.

Eu as vezes misturo
ciência e fantasia...
Vai ver que é por isso
que me ocupo escrevendo poesia.

(Sarah Magalhães)