segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

E as novidades?

- Ooooi Sarah! Tudo bem!? E aí, que bom te ver! E as novidades?
- ...

Hoje tenho novidade! Na semana passada aconteceu o "II Colóquio Internacional O Realismo e sua Atualidade: Estética e Crítica", foram três dias de apresentações com ilustres convidados na UnB. 
Além de enriquecedor, sensacional e instigante, esse evento foi um "furacão".
Furacão foi a expressão que a Joyce (nova amizade feita em meio à literatura) usou para descrever as aulas que temos com a professora Ana Laura, que adorei e, adotei para a vida.
Essa experiência de ouvinte das mesas de debates super densas e também descontraídas foi indescritível, mesmo assim tentarei descrevê-la: 

Faz parte da vida universitária aventurar-se pelo campus,
buscar as salas que parecem não existir no mapa.

Encontrá-la, uma vitória.

Estou agora diante do palco.
Mas sou público e estou atenta.

Ou acredito estar...

Escuto, anoto, me pergunto.
Meu bloco de anotações cheio de rabiscos,
referências, conceitos e inquietações.

Meu olhar transpassa os sentidos que posso imaginar,
busco enxergar o todo e os mínimos detalhes.

Fico boba com o tradutor, que incessantemente trabalha
(confesso que me perguntei como ele traduziu desfetichização 
-e acredito que não fui a única).
...
Eu me distraio também, com os trejeitos dos convidados.
...
Eu cochilo também. Estou ali acompanhando uma fala.
acordo em outra, já não entendo nada.
...
No intervalo comprei um dos livros expostos 
"A nação drummondiana"
que li o quanto pude na pausa para o almoço.

Escrito pelo professor Alexandre Pilati
e autografado também,
trouxe-o comigo 
junto
a
uma
incessante vontade
de ler mais e mais, de entender
a condição da nossa literatura e...

Aproveitar o tempo,
mergulhar em leituras.

Depois das exposições que assisti,
despertou-se em mim um estímulo
para estudar a literatura da vida,
viver a vida da literatura,
ler o realismo do tempo.

Tempo esse que não tem tempo.

(Sarah Magalhães)




Flores

Tem flor no meio do caminho.
Tem flor nascendo entre o concreto.
Tem flor que é sorriso de menina.
Tem flor, que já não tem mais jardim certo.
Mas tem flor. 

(Sarah Magalhães)


🌸



Só uma foto 
Só uma sala 
Só, uma sala vazia.

(Sarah Magalhães)


sábado, 14 de novembro de 2015

Solidariedade

Hoje as palavras são gotas de solidariedade caindo sobre o papel.
Solidariedade à dor que ainda acompanha as famílias em Mariana, aqui no Brasil.
Solidariedade às famílias na França, após o atentado em Paris.

Solidariedade ao mundo e suas dores.

(Sarah Magalhães)


quinta-feira, 12 de novembro de 2015

A casa azul

Era uma casa muito engraçada, 
não tinha teto, não tinha nada!

Hoje eu vim contar para vocês, 
sobre uma caixa que ia para o lixo...

Uma caixa grande o suficiente para caber
três crianças, um bebê e muita imaginação.

O papelão que outrora serviu 
para armazenar um eletrodoméstico,
agora será um objeto mais que poético:
uma casa azul.

A ideia nem era ser azul, era apenar ser
uma casinha para as crianças...
Mas aí chegou meu tio e sugeriu
"Por que você não pinta essa parede aqui, vai bombar!"
Eu pensei, é... Pode ser...
E ele foi me ensinar: 
"Tem que colocar a fita assim em volta, 
para não manchar as bordas."

Ele pintou uma parede e pintei a outra.

No dia seguinte, continua o trabalho, 
eu, mamãe e Lele resolvemos pintar ela toda por fora.
Ficou linda e o azul, meus queridos,
é a cor curinga.

Não existe mais isso de rosa é de menina,
azul é de menino.
Todas as cores são bonitas e
especialmente depois de Frozen
esse discurso entrou na prática.

Mas então, resolvemos fazer um telhado bonitinho e
por coincidência (ou não) do destino
no dia Wellinton estava aqui...

Ele estava consertando o telhado aqui de casa.
Quando viu o telhado da casa azul tranziu a testa...
"Esse telhado aqui tá torto, 
deixa eu ajudar vocês..."
E então sem mais conversa, 
arrumou o nosso serviço amador
e telhado também a casa ganhou.

A verdade é que todo mundo que aqui chegava,
não enxergava uma caixa de papelão...
Via uma importante casa que estava em construção.

E a essa casa dedicavam tempo,
carinho e tinta, pincel, verniz a base d'água,
davam pitaco, tentavam entrar, testavam a estabilidade,
será que a crianças, a casa iria aguentar?

Ainda em construção,
a casa azul recebeu uma visita.
Falei: Cuidado, é melhor não se apoiar porque a casa é de papelão!
E a ilustre convidada perguntou: Mas porque a casa é de papelão? Poxa vida!
E se o Lobo Mal vier e assoprar e assoprar e assoprar! 

A pequena ficou pensativa.
Eu também.

Mas convenci-lhe de que ia ficar tudo bem.

A ideia de fazer uma casinha com a caixa de papelão
foi melhor do que se poderia imaginar.
Os adultos se divertiram em construí-la
e ela foi feita com muita dedicação.
As crianças ficaram ENCANTADAS
e sempre que chegam aqui, é só diversão.

Mamãe, obrigada pela ideia genial!
E obrigada também a todos que ajudaram!

Casa Azul, Rua da Brincadeira, Brasília - DF
Sarah Magalhães




Cada parede foi decorada com o tema de um desenho animado que elas mais gostam, dentro a casa tem um quadro e as letras do alfabeto de e.v.a., também tem muita parede para eles mesmos poderem decorar.

Professor em Brasília, poética da realidade.


Brasília, um céu bonito. 
Professores em assembleia em frente ao Palácio do Buriti. Gramado ocupado. Spray de pimenta. Gabinete da Câmara ocupado também, professores em greve de fome?! Ué! 
O céu continua bonito: um caos no asfalto, no gramado... E na educação. 
Professores em busca de água, vinagre e respeito à carreira.

Sarah Magalhães


Status do DF: trânsito e educação parados.

sábado, 31 de outubro de 2015

Noite de autógrafos

Sorriso, foto, flash,
tudo rápido.
Acho que nem um minuto para conversar...

É claro, porque a fila estava grande,
mas meu caderninho Lyoto pôde autografar!

Mas legal mesmo foi o chilique da Lele,
depois que ele autografou a sua faixa de karate!

Sarah Magalhães



quinta-feira, 15 de outubro de 2015

Hoje é dia de todo professor


Hoje é dia de todo professor...

De los profesores de lenguas estranjeras.
Of the language teachers.

Daqueles que fazem a aula parecer uma brincadeira.

Dos que dão aula na escola
(e fingem não te ver passando cola).

Daquele que da aula em cursinho
(PAS, ENEM e concurso também).

Daqueles que são monitores
e dos que em sala de aula parecem atores.

É dia do professor que está sempre em ação,
Educação Física, meus queridos, significa ralação.

É dia do professor de ginástica, natação e atletismo.

Do professor de dança.
Do professor de música.

Daqueles de artes marciais:
judô, karate, aikidô,
jiu jitsu, muay thai e kendô.
(Oss!)

Hoje é dia de todo professor
e essa poesia é para lembrar de 
uma profissão tão presente em nossas vidas
e ao mesmo tempo tão esquecida...

"Fessô", parabéns pelo seu dia!
Desculpa pela bagunça na sala,
e pelo chiclete embaixo da mesa,
obrigada por repetir "tudo de novo outra vez"
quando ainda não fazia sentido na minha cabeça!

Ser professor é uma profissão,
não é destino, caridade ou vocação...
Se eu pudesse, seu salário aumentaria,
como não posso, ofereço essa poesia.

Com carinho,
de uma aluna poetisa.

Sarah Magalhães

segunda-feira, 5 de outubro de 2015

Poesia não esquecida

(Para Evelyn Guedes)

Bi não esquece nada!
Prometi-lhe um poema na sala de aula
(isso uns três anos já faz)

O pior é que o tentei redigir,
mas os versos, pobrezinhos,
empacavam ali!

Mas hoje não vejo problema,
consigo poetizar, os versos caminham,
virando o poema que
minha amiga está a esperar.

Miga, amo você,
cê também tem que lembrar
de eu devolver o seu DVD!

Com amor,
e com atraso, 
Sarinha


Un amor

No se de dónde vino,
tampoco su nombre lo sé.

Pero aterrizó em mi corazón
y pronto me enamoré.

Sarah Magalhães 


quinta-feira, 1 de outubro de 2015

Esquisito

Hoje foi um dia esquisito:
Passei em um sinal vermelho,
ultrapassei a velocidade.
Deixei cair meu sorvete,
bem na carteira de identidade.

Não sei o que aconteceu.

Tão acordada! Tomei café!
(isso porque costumo tomar chá ou um suco qualquer)

Vai ver pra viver seja um requisito,
ter alguma vez um dia esquisito.

Sarah Magalhães


segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Sobre um simples sentimento

O amor não tem religião.
Pode ser confuso,
mas não tem preconceitos.

Amor é simples, é lindo.
Ainda mais quando é lido!

Amar é sinestesia.
É uma invisível poesia.

Amor, não tem jeito...
É um sentimento perfeito.

Sarah Magalhães

terça-feira, 25 de agosto de 2015

Versos para mamãe

Eu sei que meu cabelo é como o seu,
o meu nariz também
e o sorriso é igual.

O nosso jeito de falar se esbarra
e o seu jeito de falar me ampara.
Muitas vezes, sem nenhum verbo
ouço-te em minha mente:
"Anda Sarah, siga em frente!"

Eu sigo
     sigo seu exemplo
     se gosto de Quixote, Drummond e Jorge
Li-os em ti em algum momento.

Espero que leia em mim,
uns versos seus.

Porque nunca me sinto sem você,
é disso que estou tentando escrever...

Da felicidade de ser, sua filha.

Amo você!

Sarah Magalhães

quinta-feira, 21 de maio de 2015

Fim de tarde no jardim

Brisa de lugar algum...

Paira no ar
um cheirinho de fim de tarde.

E para em mim
Um sentimento de saudade.

Da orquídea perfumada
que o cerrado guardou.

Sarah Magalhães

domingo, 10 de maio de 2015

Mãe, uma borboleta pousou aqui!

Uma borboleta pousou em mim para lembrar
que hoje é dia das mães, não posso deixar passar!

Outro dia escrevi sobre vó...
Tão especial que não cabe em um verso só.

Mas hoje é dia das mães...

Vou falar um pouco sobre a minha,
que é meu modelo de vida,
é cozinheira, professora, motorista,
amiga, conselheira e é linda!
É dona do seu mundo, é independente e cronista.

Talvez ela não tenha percebido
quão boa são as crônicas que sempre tem para contar.
Um só dia de trabalho já é rico em detalhes,
são tantas histórias, que até pego emprestadas para poetizar.

Minha mãe escreve história pelos dias,
pelos bolos, biscoitos, tortas,
receitas que só ela faz!

E me inspira a escrever meus versinhos
para não guardar só para mim sentimentos demais.

Aprendi com a minha mãe
que, belo como o pousar de uma borboleta,
é o saber compartilhar sentimentos bons
a partir da ponta de uma caneta.

Com amor e carinho,
Sarinha

Feliz dia das mães!

quarta-feira, 6 de maio de 2015

Poema louco

Meu pai é tão louco,
que nem sei se cabe em uma poesia só.

Loucura que presencio a vida inteira
desde quando eu ainda tomava mamadeira.

Papai é louco por futebol,
não perde nenhum jogo do Cruzeiro.
Muito menos do meu irmão,
mesmo que para assisti-lo
precise dirigir por um dia inteiro.

Papai é louco pelas filhas,
acompanha tudo o que elas inventam:
campeonato de iô-iô, aula de teatro, aula de crochê,
time de futsal, natação, aula de atletismo,
festa com bolha de sabão, campeonato de karate...

Um dia, quando eu era bem pequena
no Parque da Cidade estava a brincar,
meu irmão quis ir no clássico Foguete
mas no meio do caminho resolveu parar.

Toda a conversa era pouca
e só saiu de lá quando meu pai subiu para buscar.

Meu pai é louco por doce de amendoim
e ái de mim se depois do almoço
não tem nem um docinho.

Claro, depois uma água bem gelada
e um cochilo também caem muito bem.

Meu pai é louco por plantas e animais.
Cuidar da horta da vovó, ele acha bom demais!

Papai é louco por um café
e diz que o dele não é tão bom
quanto o da mamãe é...

Pior que tenho que concordar,
o café da mamãe deixa um aroma
de amor no ar.

Ah! Papai é louco também pelas netinhas!
Ele gosta de estourar pipoca com
a panela sem tampar,
só para chover algumas pipoquinhas
e ver a Clara gargalhar!

Papai é louco,
pensa que é criança!
Trabalha o dia inteiro
mas nunca se cansa.

Falei no começo que talvez
uma poesia fosse pouca para recitar
que outro pai, louco como o meu,
certamente ninguém encontrará.

O meu pai,
é louco demais.

E eu,
sou louca por ele.

Com todo o amor que tenho em mim (depois de dezenove anos de loucura, quer dizer, amor, recebido) feliz aniversário papai, você é o meu louco preferido!
Beijocas, Sarinha

sábado, 2 de maio de 2015

Doce de vó

Vó.
Duas letras só.
Duas vezes mãe.
Ou mais...

Vó é sempre forte e sábia.

Vó, de onde eu saiba,
é a flor de pétalas rosas, doces e suaves.

Às vezes ásperas, bem-humoradas,
a flor cheia de pétalas com perfume de doce de leite,
de chá da tarde, textura de colcha de retalhos,
daquela manta quentinha...

Vovós...

Vó Tuta, Vó Mariza,
Vó Anita, Vó Dinha,
Dona Lucca, Dona Maud, Dona Vera...

Ser tudo isso por um dia,
quem me dera!

Com todo o amor e carinho que cabem em uma neta,
Sarinha.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Poemas sabem voar?

Porque se sabem,
quero ser poema.

Quero bailar leve
como as borboletas.

Quero das flores
seu perfume e beleza.

Não quero ser efêmera...

Quero a força e eternidade
das letras.

Sarah Magalhães

quarta-feira, 29 de abril de 2015

Repoetizar

Reviver o espaço poético
outrora abandonado.

Nunca esquecido,
embora abandonado.

Reflorescer
simples, forte e delicadamente
a poesia,
que até outro dia
eu aqui escrevia.

Voltei para aquarelar
o meu Caderno Preferido.

Sarah Magalhães

terça-feira, 3 de março de 2015

Doce ou poema?

Queria um poema doce
feito leite com canela.

Tentei fazer o leite,
não consegui.

Vim para o poema...
Derramei-o aqui...

Vou dormir.

-Sarah Magalhães