Mostrando postagens com marcador A rua moderna. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador A rua moderna. Mostrar todas as postagens

sábado, 3 de maio de 2014

A rua moderna

As casas na rua se olham.
Janelas abertas silenciam.

Cadê as senhoras sentadas à porta,
curiando a vida alheia com o vizinho?!

Cadê as crianças brincando na rua,
pique-pega, esconde-esconde, amarelinha,
bete, pular corda, queimada e pique-bandeirinha?

A cadeira de balanço balança ao vento,
num embalo lento e solitário.

Dentro das casas, o que se passa?

Pela janela o vento espia e volta para avisar:
As senhoras, sentadas estão,
algumas atentas à televisão.

As outras, já meio tortas,
sentadas em frente a uma engenhoca
que lhes oferece janelas virtuais
para poder espiar a vida daqueles
com quem costumavam conversar.

Mas o vizinho está bem acessível,
do bate-papo não costuma sair,
o máximo que acontece
é ficar invisível quando sai para fazer xixi...

A rua não tem mais vida.

De bicicleta, só o carteiro passa.

Mas... Para que tanta carta?
Todos estão online.

(Sarah Magalhães)