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sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Conheci Nicolas Behr

Eu sempre quis conhecer um certo poeta, que escreve o cinza de Brasília em palavras desenhadas. 
Poeta de uma poesia que conheci quando criança, caminhando entre as bancas da Feira da Torre de TV... (quando a feira era muito mais divertida e eu me perdia entre a bagunça das bancas). Em uma camiseta com o desenho de um ipê, li: "Nem tudo que é torto é errado, veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado. Nicolas Behr". E na época eu estava estudando o bioma Cerrado na escola, encantada com os ipês fiquei super entusiasmada, mas minha testa franziu "Coitado desse Garrincha...", mais tarde o verso faria mais sentido.

Tive alguns desencontros com o poeta apaixonado por Brasília... O último foi em um verão no qual me matriculei em uma disciplina de literatura na UnB, e precisei faltar uma semana de aula.
Tudo bem. Só uma semana, pouca coisa... 

O meu celular vibrava e apitava, incansável.
Cheio de mensagens, áudios, fotos... "Tem um convidado hoje aqui na aula, acho que ele é importante... Veio um monte de gente pra ver!" "Espera, vou procurar no google..." "Acho que é um poeta... Nicolas Behr!".

Minha Nossa Senhora, Nicolas Behr está lá na minha aula... E eu não. 

Foi um choque, fiquei bem frustrada enquanto mais mensagens dizendo de como eu deveria estar lá e do quanto ele era simpático e divertido chegavam. E mais outras diziam de como os cartões que sua mãe fazia eram lindos e como ele autografou livro para todo mundo ali... E como eu iria amar conhecê-lo. Foi uma manhã memorável, da qual não fiz parte.  

O meu drama acabou.

Na última quarta-feira (28) no IV Simpósio de Crítica de Poesia, em celebração aos 10 anos do Vivoverso (grupo de pesquisa e performance poética que você pode conhecer neste link) estive com algumas amigas na organização... Feliz por fazer parte do evento. Mais feliz ainda pela conferência de abertura que seria com o Poeta Nicolas Behr.

Antes da abertura do evento estava ele ali no canto com seus livros a venda "Promoção e Pramoçinha: apenas 10 reais" e eu cheguei com todo o meu entusiasmo, dois livros antigos para autografar, BrasíliA-Z que eu queria comprar e um marcador de página para presentear. Apresentei-me, contei a história de um autógrafo que minha irmã encomendou para mim, ele lembrou da Letícia, autografou os meus livros e jogamos conversa fora, para mim foi um privilégio e, contende, fui me sentar.

"- Meninas vou precisar que alguém fique vend..." 
"- Vendendo os livros para o Nicolas? Pode deixar que eu fico!"

Então voltei, e toda a frustração que senti por não tê-lo conhecido no verão passado transformou-se em alegria e transbordou poesia! Conversamos, ganhei o livro "Braxília" (que já devorei), ele perguntou o nome do meu blog e leu no marcador "Caderno Descolorido... Então espera, tenho uma coisa para você, pega aí nessa caixa, na embalagem de plástico!" Nas minhas mãos estava o "descadernobrasília", que é um caderno-livro ou um livro-caderno, o meu mais novo caderno de poesia, cheio de versos que sintetizam a memória brasiliense e cheio de brancos para serem coloridos.

O evento encerraria com o espetáculo poético-musical do Vivoverso "Caleidoscópio dos Versos Vivos" que foi simplesmente emocionante e às 21h eu teria ainda, uma prova de gramática. Este foi um longo e lindo dia... 

Findo o evento, Nicolas me agradece pela ajuda com os livros, entrego-lhe os milhões que vendi durante a tarde e com mais um livro me presenteia! Quase pulei de alegria. Foi muita alegria, mas não pulei!
Também vários marcadores de página vieram com  os livros e esses estarão espalhados pela UnB nos PoemaStops que vocês já devem conhecer! <3 

Foi tudo lindo, a tarde voou como poesia, fiz minha prova de gramática e ao final do dia ligo meu celular: "Nicolas Behr quer ser seu amigo no facebook". Amigos, sou amiga do Nicolas Behr. <3  

Amigos

Conheci Nicolas Behr
no Beijódromo da UnB
em uma tarde de sol.

O autor das poesias
que ilustram essa Brasília 
que não é só poder e corrupção.

Brasília que é cidade
e que já é história
da qual fazemos parte.

Brasília infinita
de contrastes e oportunidades,
desenhada para um futuro
misterioso. 

Amigos,
conheci Nicolas Behr
em uma tarde colorida
de cerrado, arquitetura,
poesia e afeto.

Precisava compartilhar com vocês.

Com carinho, Sarinha.
Amiga Karina, eu e Amigo Nicolas
Ilustração da tarde
Bastidores do IV Simpósio de Crítica e Poesia
Espetáculo Caleidoscópio de Versos Vivos
Pilha de versos

quarta-feira, 7 de setembro de 2016

O meu sapato verde

Julia mora na rua debaixo,
tem longos e lisos cabelos louros.
Tem também um nariz empinado
e um sorriso simetricamente branco.

Ela é bonita.
Não sabe quem eu sou.
Nem que passo por ela todos os dias.

Ela é magra.
Todos sussurram sobre o seu corpo,
como ela é linda e tal...

Não é alta.
Não sei a cor dos seus olhos.

Ela não sabe quem eu sou.
Nem eu quem ela é.

Voltando para casa ela esbarrou em mim.
Sujou meus sapatos da cor do seu olhar.

Ainda não nos conhecemos.

Sarah Magalhães


sexta-feira, 2 de setembro de 2016

Poema-diário

Querido poema,
hoje foi um daqueles dias ás avessas.

Até já era de se esperar,
dada toda essa calmaria da minha vida.

Mas é curioso como quando algo começa a dar errado...
Parece efeito dominó.

Também não estou escrevendo um poema vitimista,
não quero despertar em você pena ou dó.

Inclusive, hoje, ninguém vomitou em mim!
Este é um fato importante, dado o meu último dia ruim*.

Enfim...

Querido poema,
hoje acordei atrasada
para a aula das 8 horas.

O meu percurso seria
de casa à universidade.

Perdi o horário do ônibus.
Perdi a carona até o metrô.
Perdi minha caneta preferida
e também meu carregador.

Perdi quase a esperança de um dia bonito.

Ah! Perdi também a impressão do trabalho que teria que entregar...

Tudo perdido.

Quase tudo perdido.

O dia foi ruim, de qualquer forma.

Todos os meus compromissos
realizei meio tortos,
quase pela metade...

E consegui chegar ao final do dia:
metade de mim cansada e a outa metade vazia.

Mas alguns versos surgiram já quando o dia se apagou,
acompanhados de um café, um capuccino e algumas risadas.

Não há nada melhor do que um dia ruim que se acaba
bem.

Sarah Magalhães

*Nota: ver poema Era uma vez, no 110.

Café e Capuccino.

terça-feira, 30 de agosto de 2016

Primavera

É primavera no meu coração
que perfumado chora
pétalas de flor.

É primavera no meu coração
que apertado decora
todo o seu interior.

É uma primavera fria,
as flores são todas
azuis e lilás.

É primavera, muito embora eu chova tanto despetalar.

É primavera, ouvi no jornal.
E a previsão de hoje é um forte temporal.

Mas meu coração é forte,
ele é abrigo e me aguenta.

Sarah Magalhães


sábado, 13 de agosto de 2016

Bela flor cacheada

Havia um certo caminho,
que com certeza era o caminho certo...

Porque sabe, ele era assim, iluminado
pelo sorriso mais radiante que já se conheceu...

Era um caminho perfumado,
de um aroma de amor,
uma essência apaixonante
que hipnotizava seu coração.

Era também, um caminho infinito,
como o olhar mais profundo,
como o olhar de oceano em fim de tarde
que só ela, nesse caminho, sabe olhar.

E o caminho também se coloria
com o riso frouxo que saia ao ouvir a bela voz
da moça de cachos de lado,
de semblante leve e descompromissado...

A menina flor, perfumada de amor,
caminha livre este caminho que colore ainda mais.

Ela tem pálpebras abençoadas,
que a permitem sonhar os mais lindos bailes sob o luar,
canções que flutuam entre as nuvens e silêncios
que chuviscam como pequenas estrelinhas sobre si.

Pois pense você, como não floresce um caminho
que é regado por estrelas e cuidado com tanto carinho.

Mas é que tem um segredo...

Que é o segredo maior,
é esse tal sentimento
que serve de alimento
a quem caminha juntinho assim...

O amor.

Que une essas mãos apaixonadas,
que seguem certamente juntas sua nova jornada.

Feliz aniversário, Gilha Crispim.





quarta-feira, 22 de junho de 2016

Era uma vez, no 110

Era uma vez, um dia comum:
Um dia de aula no qual arrumei meu cabelo e amei,
vesti uma roupa confortável, tomei meu café e fui a universidade.

O plano era o seguinte: assistir a uma palestra,
voltar para a aula de espanhol, ir para a a aula da noite
e então voltar para casa.

Esse era o plano.

Mas, no meio do caminho...
Mais precisamente dentro do 110,
frente a última parada na L2 antes da rodoviária...
Tudo desandou.

Vou contextualizar, espere.


Eu assisti à palestra que queria,
peguei o ônibus para a rodoviária,
a fim de ir para a aula de espanhol...

O ônibus estava mais apertado que o de costume, mas vamos lá.
Eu fiquei em pé ali naquele espaço que existe para um cadeirante...
Porque pensei que, como estava lotado, ao menos sentiria um vento no rosto.
Ao meu lado, colado a janela havia um rapaz.
Na cadeira que desdobra havia uma senhora sentada jogando candy crush.

O rapaz era magro, ruivo, barbudo.
Carregava uma mochila no ombro, skate entre os pés e um livro em mãos.
Ele lia, em meio ao ônibus entupido e encalorado.

A senhora ali estava, sentada, jogando no celular.
Havia muita (mas muita mesmo) gente em pé ao seu redor,
com mochilas pesadas e ombros cansados...
E nada dela oferecer para levar.
Mas tudo bem, às vezes ela não conhecia as normas de conduta do 110.
(É que é um gesto quase automático oferecer para levar a mochila do coleguinha que está em pé)

Ok.
Guarde essas duas personagens.

Eu estava bem, com uma expectativa de chegar a tempo para a minha aula
e ainda animada para voltar a noite a universidade.
Eis que ouço uma tosse.
Assustada, dou um passo a frente -pequeno, dado o espaço que não existia...

Outra tosse.

Tudo desandou.

Uma menina atrás de mim vomitou.

Sim, em mim.

Aí foram flashes:
Virei.
A menina estava viva
e de pé.
Pálida, mas de pé.
Cederam o lugar à coitada.

Abri minha bolsa:
um porta lenços!
Dei metade a menina.
A senhora sentada gritou
"Ai meu Deus! Me dá um!
Caiu no meu pé! Ai socorro, me da um lenço!"
(sem dramatizações, foi isso mesmo)

Eu dei.

Sobraram três.


três
lenços.

As vozes olhavam, piavam:
Nossa, ela vomitou em você.
Eca, caiu no seu cabelo!
Você viu que sujou sua blusa?
...

Todos os olhares me enojavam.

Lembrei do menino, que lia.
Pensei "que vergonha meu Deus"
não vou falar com ele.
Mas sabe... Eu não conseguia enxergar a sujeira.
Tava feia a coisa naquele ônibus.

Perguntei educadamente se ele poderia
passar o lenço nas minhas costas...

O pior: ele disse "é claro!"
Todo o meu sentimento era de gratidão.

Ok. Ainda estou no ônibus.
O que é curioso, porque já estava tão perto da rodoviária.

"Você tem outra blusa?"
Eita poxa. Eita poxa. Eita poxa.
Eu não tinha não. Nem outra blusa nem muita sorte.

Mas tinha esse menino gentil.
Que conversou comigo como se eu cheirasse a rosas.
Que me acompanhou até o banheiro e me emprestou um casaco.

Lembro que quando peguei esse ônibus dei "Boa tarde" ao motorista e ao cobrador.
O cobrador ficou extremamente feliz, porque, dizendo ele as pessoas ali não tinham educação...

Depois, fiquei extremamente feliz por não ser a única lá dentro com um bom coração.

Às vezes as coisas desandam...
Mas viram história.

Obrigada pela gentileza Erick,
Sarah Magalhães

terça-feira, 31 de maio de 2016

Amiga

                              Para Lêka

Tem amizade que parece

Pingo de luz
no meio de um pesadelo.

Brisa da tarde
que rearruma o cabelo.

Riso sem razão
que remete a mil histórias.

Tem amizade que parece sonho,
tamanha doçura que carrega em si.

Mas é só amizade mesmo,
amizade, de verdade.

Sarah Magalhães

quarta-feira, 4 de maio de 2016

Sorriso bom

Sorrisos agradam, iluminam,
tocam a gente.

Sorrisos de criança carregam uma energia
que brilha, na intensidade de um diamante ao sol.

Sorrisos de vó são sábios e aconchegantes,
assim, convidativos a um chá com pão de queijo.

Sorrisos de mãe são de orgulho,
de alegria e de cumplicidade.

Cada sorriso chega de um jeito.

O meu é assim meio sem jeito,
mas imenso de amor e de uma doce intenção
de fazer você sorrir com o coração.

Sarah Magalhães

Balões namoradeiros, sorrindo o dia inteiro.



sexta-feira, 22 de abril de 2016

Preguiça Capital

Ando tão preguiçosa.
De uma preguiça desesperançosa.
De um cansaço que não é físico
e é triste.

É uma preguiça do caos do país
estampado aqui no Planalto Central.
Preguiça em saber que nem todos os Ipês
conseguem preencher de cor o sujo que há
no quadrado Distrito Federal.

Eu tenho preguiça porque a Rodoviária da capital do país
não está perto de ser um lugar... Um lugar humano.

Mas as pessoas são humanas
e vivem e trabalham e estudam
e dão bom dia e cantarolam.

Da Rodoviária nós nos perdemos entre o horizonte monumental e
os camelôs ecoando em frente ao sinal,
o senhor que gerencia o transporte pirata -Vai Vila Telebrasília? Saindo agora, uma vaga UnB!-,
os indivíduos que pedem esmola,
as crianças que perdem a infância cheirando cola.

A preguiça dói.

Ainda na Rodoviária, nosso cenário dicotômico de cada dia,
há respeito e gentileza e poesia

Há um raiar de sol azul, ou um luar translúcido,
que cativam nosso coração brasiliense e sussurram:
"Deixe de preguiça e siga em frente!"

Brasília, cinza e multicor.
Corrompida e cheia de amor.
Bela, planejada e do sonhar.

O nosso sonho ou grito de esperança,
sem saber o que esperar.

Sarah Magalhães

Foto da Rodoviária, clicada pela @biareisouza


quarta-feira, 2 de março de 2016

Cheiro de amor

Sinto falta de um sorriso no meio da tarde,
daquele cheiro de café forte, pãozinho que você mesma assava,
um cheiro de amor que tomava toda a casa.

Sinto falta de um tempo em que se tinha tempo
para balançar no balanço de madeira na varanda
e ouvir da vovó a quantas anda a novela das seis.

Sei que é importante essa rotina:
temos que estudar, trabalhar, pegar trânsito...

mas hoje vou tirar uma folga e passar o café das quatro pra vovó,
pedir pra ela preparar aquele pãozinho-de-ló.

Sarah Magalhães

sábado, 31 de outubro de 2015

Noite de autógrafos

Sorriso, foto, flash,
tudo rápido.
Acho que nem um minuto para conversar...

É claro, porque a fila estava grande,
mas meu caderninho Lyoto pôde autografar!

Mas legal mesmo foi o chilique da Lele,
depois que ele autografou a sua faixa de karate!

Sarah Magalhães



segunda-feira, 5 de outubro de 2015

segunda-feira, 31 de agosto de 2015

Sobre um simples sentimento

O amor não tem religião.
Pode ser confuso,
mas não tem preconceitos.

Amor é simples, é lindo.
Ainda mais quando é lido!

Amar é sinestesia.
É uma invisível poesia.

Amor, não tem jeito...
É um sentimento perfeito.

Sarah Magalhães

sábado, 2 de maio de 2015

Doce de vó

Vó.
Duas letras só.
Duas vezes mãe.
Ou mais...

Vó é sempre forte e sábia.

Vó, de onde eu saiba,
é a flor de pétalas rosas, doces e suaves.

Às vezes ásperas, bem-humoradas,
a flor cheia de pétalas com perfume de doce de leite,
de chá da tarde, textura de colcha de retalhos,
daquela manta quentinha...

Vovós...

Vó Tuta, Vó Mariza,
Vó Anita, Vó Dinha,
Dona Lucca, Dona Maud, Dona Vera...

Ser tudo isso por um dia,
quem me dera!

Com todo o amor e carinho que cabem em uma neta,
Sarinha.

quinta-feira, 30 de abril de 2015

Poemas sabem voar?

Porque se sabem,
quero ser poema.

Quero bailar leve
como as borboletas.

Quero das flores
seu perfume e beleza.

Não quero ser efêmera...

Quero a força e eternidade
das letras.

Sarah Magalhães

sábado, 10 de maio de 2014

Coração intruso



Quem falou em se apaixonar?
Eu não fui, nessa história não vou me enrolar!

Quem disse que para viver uma paixão 
é preciso se dar permissão?

O coração é dono 
do Seu próprio nariz.

Não adianta fazer esforço,
porque quando for perceber...

Ele já fez tudo o que quis...

Apaixonou-te.

Agora então aproveite
as travessuras do coração
mandando no seu nariz e seja feliz.

(Sarah Magalhães)

sábado, 3 de maio de 2014

A rua moderna

As casas na rua se olham.
Janelas abertas silenciam.

Cadê as senhoras sentadas à porta,
curiando a vida alheia com o vizinho?!

Cadê as crianças brincando na rua,
pique-pega, esconde-esconde, amarelinha,
bete, pular corda, queimada e pique-bandeirinha?

A cadeira de balanço balança ao vento,
num embalo lento e solitário.

Dentro das casas, o que se passa?

Pela janela o vento espia e volta para avisar:
As senhoras, sentadas estão,
algumas atentas à televisão.

As outras, já meio tortas,
sentadas em frente a uma engenhoca
que lhes oferece janelas virtuais
para poder espiar a vida daqueles
com quem costumavam conversar.

Mas o vizinho está bem acessível,
do bate-papo não costuma sair,
o máximo que acontece
é ficar invisível quando sai para fazer xixi...

A rua não tem mais vida.

De bicicleta, só o carteiro passa.

Mas... Para que tanta carta?
Todos estão online.

(Sarah Magalhães)


domingo, 16 de fevereiro de 2014

Planos para fevereiro

Será que esse seria,
um fevereiro sem poesia?!

Talvez dona Sarah estivesse
apenas pensando em algo diferente
para publicar...

É interessante unir a arte ao mundo real,
eleger a ela uma função social.

Gostei da ideia.

Em fevereiro então,
é provável que você leia
um bom
poema de atitude
ou um
verso sobre educação.

A sutil educação de se viver,
de saber aproveitar a saúde
e de doar sem buscar algo em troca.

Esse mês por aqui,
talvez você leia
alguns versos que te impulsionem
a levantar da cadeira.

Com carinho, Sarinha.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Terceiro A, de gordinhos


Ah meninas!
E meninos...

Eu tenho tantas coisinhas fofinhas e bonitinhas para dizer-lhes...
que nem sei por onde começar.

Começa do começo abestada!

Então tá...

Vocês conhecem um pouquinho da minha história,
de quando cheguei no Segundo A quase de paraquedas...
E num passe de mágico virei representante de turma
e logo mais comecei brincar de ser poeta.

E sabiam que eu gostei!? Rsrsrs
De representar, de alguma forma, vocês.
E de escrever versos
entre as bolachas recheadas e as aulas de inglês.

Caberiam nessa poesia
milhões de desabafos e
agradecimentos...

Mas, vou tentar relembrar com vocês
de alguns dos nossos bons momentos.

Não consigo imaginar a nossa turma
sem lanches e migalhas de comida espalhadas pela sala.

Quem acha que cortar bolo com faca é sucesso...
Hum, não sabe de nada!

A gente tem nossas diferenças,
mas todos temos algo em comum:
viemos parar em uma turma
que não assiste aula em jejum.

Pão de queijo, suco, biscoito recheado,
bolo de côco, de beijinho, chocolate...
Refrigerante, brigadeiro, casadinho, jujubinhas,
coxinha, risole, kibe, folheados...
Rosca doce, torta de frango,
bolo de cenoura com cobertura e granulado enfeitando...
Copo, guardanapo, cupcake, brigadeiro de colher,
pirulito de morango, amigolate e um monte de mulher...

Nossa turma.

Ah, deixa eu falar...
Porran, teve dias que eu tive vontade de chorar,
falando que já deu, cansei, não aguento mais,
essa escola, essa gente todo dia, esses professores
dizendo para eu me empenhar mais e animar a turma...
e eu tentei, depois escuto que tenho que animar a mim mesma e não a turma...
e já sou meio pirada assim, sozinha, daí ouvindo tantas vozes, fiquei mais maluca ainda!

Falei mentalmente:
Chega dessa confusão...
Vou estudar com a mente leve
e com meu caderno de poesias por perto
para quando precisar externar o que não cabe no meu coração.

Funcionou, eu acho.

A gente viu tanta coisa passar,
talvez, sem perceber o tempo passar...
Quantos de nós não foram embora?
Trabalhar em outro lugar,
estudar no Canadá
ou na UnB
porque passou no vestibular.

A gente recebeu gente nova,
que veio dar aula,
que veio coordenar,
que veio assistir aula,
que veio badernar.

E todos esses "vai e vem's"
formaram a turma que somos hoje:
cheia de diferenças...
No início toda receosa
e talvez preconceituosa.
Dividida em panelinhas,
cada uma já tinha as suas amiguinhas...
Mas em pouco tempo percebemos
que em sala de gordinhos,
juntar as panelas é melhor!

As meninas, ditas novatas,
acredito que foram recebidas com carinho.

Os meninos, nossos heróis,
são os mais lindos de toda a escola
por suportarem-nos todas as manhãs.
Os meninos, foram privilegiados,
por depararem-se todas as manhãs,
com as meninas mais lindas da escola.

Esse ensino médio, meio louco,
amável e conturbado...
Foi uma experiência marcante para todos
e se saiu melhor do que eu havia imaginado.

Eu espero, do fundo do coração,
que de todas essas manhãs de 3º "A"
alguns momentos tenham sido mágicos,
alegres, encantadores, adoráveis...
Espero que cada um de nós
tenha algo lindo para contar aos amigos,
sobre esse terceiro ano.

A essa altura, depois de tanta poesia...
Vocês podem já estar dormindo,
ou até sorrindo, talvez chorando...

(Na verdade é certeza que tem alguém lanchando) Rsrs

Mas danem-se, vou continuar falando... u.u

Os nossos trotes...
Que trotes?

Como pode algo tão besta se tornar
momentos tão divertidos?

Vai saber... Não me imaginava indo a escola de vestido...
Mas senhoras e senhores, quer dizer, senhoritas e senhoritos,
ser Mulher Maravilha, Bela, Pac-Men, Cawgirl, Alice,
Chapeleiro, Bruxa, Minnie, Pirata, Sra Incrível, Vandinha Addams,
Arlequina, Batgirl, Robin Hood e tem mais eu sei, mas cansei...
Ser por um dia a personagem que quiséssemos, foi fantástico.

Eu particularmente achei que ser a Vandinha foi o máximo! Rsrs

Os The Teaches cantaram "Estrada" para nós, formandos...
Engraçado é que por mais "batida" que possa ser a música,
ela tem que ser tocada, porque ninguém sabe o quanto nós caminhamos para chegar até aqui,
nem o quanto nós caminhamos antes de dormir.
E vou falar para vocês, escrevendo esses versos, eu nem cochilei. (é sério)

Entre tapas e beijos
nós crescemos de forma individual
e coletiva.
Amadurecemos.

Entre esse tanto de mulher,
direto a gente viu escorrer o veneno...
Opa, limpa aí... Rsrs
Mas é assim, mulher é mulher e fim.

Mas acima das nossas diferenças,
encontramos uma diferença em comum...
Se é para falar mal de outra turma,
é um por todos e todos por um!

E os jogos de queimada que o digam...

Eu brinco assim,
mas quando a gente lembra
é até divertido...
Já passou.

Eu quero falar para todos vocês,
que valeu muito a pena ter estudado
com os senhoritos.
Cada trabalho maluco que fizemos,
bate-bocas que tivemos,
problemas com professores,
Fenações que perdemos,
Semana de Arte toda divertida
e cansativa...
O passeio para a Chapada
naquela trilha infinita,
o trabalho de Brasília
em que aprendemos a "sustentar"
mais essa tarefa pedida, valia nota né...

Quero agradecer a vocês
por confiarem em mim
como representante,
e como estudante
e como amiga.

E quero dizer-lhes que nesse poema,
não trago versos de despedida...

Eu estou extremamente feliz em saber
que ano vai acabar, o natal vai chegar,
as férias vão existir, o ano vai mudar...

A rotina de cada um de nós vai mudar...
E foi por isso que ansiamos nossas vidas escolares inteiras.

Desejo que cada um encontre um caminho para seguir
e que esse caminho seja iluminado e repleto de conquistas.

Eu já disse que nesse poema, não escrevo versos de despedida.
Digo-lhes que valeu a pena, ter sido por vocês, a representante escolhida.

Entre os passos dos nossos caminhos,
com certeza nos reencontraremos,
seja na rua, na padaria, na esquina,
no trabalho, na faculdade, num bar,
seja no meio da chuva em Águas Claras
ou numa pracinha do Guará...
Seja visitando um parente em Sobradinho,
ou indo ao cinema com algum sobrinho,
ou por que não, em um cruzeiro, no meio da mar!?

Sei lá... Todas as opções estão a nossa frente.

Sigamos cada um, em busca dos nossos sonhos
e sonhemos a cada dia e a cada noite
mais e mais...

Porque sem sonhar, a vida fica meio sem graça, sem tempero...

A gente pode marcar sempre de se encontrar,
para continuarmos o lanches marcantes
que alimentaram nossas barrigas, almas e corações.

Agora acabou.
O vídeo.
O apito do Arley.
A farra do boi.
O robô-cop gay.
A oração antes da aula.
A comilança dentro de sala.
Acabaram as nossas aulas.

Agora acabou
o poema também.

Com carinho, Sarinha.