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sábado, 1 de junho de 2013

Sobre casamentos



Numa tentativa de ser
uma poesia sobre casos
e descasos de casamentos,
espalho as palavras
como as folhas se espalham
com o vento...

Quem foi que disse 
que todos os casais são iguais?
Sei lá, ninguém disse...
E nem são.

Tem aquele casal que planeja 
desde a infância, o casamento dos sonhos,
os votos, o véu, buquê de rosas e alianças.

Tem quem diga que nunca vai casar,
prefere ser livre para a vida aproveitar.
Aí dez anos depois a gente reencontra na rua
com aliança no dedo e o filho no colo...

Tem aquela amiga
que espera o príncipe encantado
e vive num mundo de princesas...

Tem a que quer estudar,
passar num concurso público,
ter estabilidade para não depender de ninguém
e só depois se preocupar
se vai casar com alguém.

Tem casamentos virtuosos
e outros tão tempestuosos...

Tem casamento na igreja,
com missa, coral e o escambau...
Para depois todos se embriagarem
com a cerveja e voltarem aos seus lares
dirigindo muito mal... "Que Deus proteja!"

Queria casar no jardim, 
de short jeans e camiseta branca, 
um buquê charmoso de tulipas
e no peito a esperança.

Na camiseta escreveria um "Eu te amo"
com uma cursiva bem bonita e delicada sobre o pano...

Isso parece até sonho de criança, não?

De todos os sonhos 
e todas as possibilidades de casamento,
o que menos importa é a cerimônia,
com o melhor buffet e decoração,
com o vestido mais caro da loja,
com o noivo mais bem sucedido,
com as fotos mais bonitas 
para exibir depois para os amigos...
Não, não e não!

Os passos até o altar,
devem ser os passos do dia a dia,
impulsionados por amor,
ternura, paciência, respeito,
companheirismo, carinho e alegria.

Se caminhar ao altar é tão importante,
que se repitam os passos a cada dia,
em casa, na rua, indo até a padaria, 
aonde for, sempre com sabedoria.

Com amor.

(Sarah Magalhães)

domingo, 27 de maio de 2012

Princesa

Mamãe e papai sempre
me ensinam a ter bons modos,
como uma princesa.
Toda a família me mima,
paparica, como uma princesa
que realmente devo ser.
Papai me proteje como um rei
proteteje a sua filha princesa
naqueles contos de fada.

Naqueles contos de fadas
que eles me contavam,
a pouco tempo atrás
Quando com histórias lindas de princesas e dragões
me ninavam
E em que tão pouco tempo eu adormecia,
apesar de relutar, lutar
contra as pálpebras
que se queriam fechar.
O escuro vencia,
e me restava esperar até o outro dia
para saber a final,
o final, feliz.

Talvez, mamãe e papai temam
que eu só acorde desta fantasia,
deste mundo de princesa
Quando com coragem e ousadia,
montado em seu cavalo branco, um príncipe
Sim, um príncipe!
Em um beijo me desperte,
e as minhas mãos aperte, guiando-me
até o altar.

Talvez seja esse o seu medo:
perder a linda princesinha, que criaram
juntos, e transformaram em
uma daminha, linda.

Talvez, porém,
o medo parta de outro lado.
A princesa
não quer crescer,
nem do seu castelo descer,
dos seus pais não quer largar,
e do príncipe, quer escapar.
Ela quer para sempre
viver, nesse mundo
de reis e rainhas,
fadas madrinhas...
Sempre ao lado de papai e mamãe,
sem nem pensar na obrigação
de futura rainha ser,
na obrigação de crescer
e um dia, seu próprio reino ter.
               
                (Sarah Matos Magalhães)