domingo, 24 de junho de 2012

Sem nostalgia

Sem nostalgia hoje...?
Mas todo dia tem um quê de nostalgia.

Gosto de recordar aqueles dias, 
ou umas boas poesias, 
aquelas mordidas, caretas, carinhos, conversas...

Gosto muito de tentar te agradar,
porque amo te fazer me amar:
com besteiras
com docinhos
com beijinhos
com carinhos
com sorrisos
com amor...

Queria que essa fosse mais uma poesia
que te trouxesse alegria,
mas desta vez sem a sessão de nostalgia...

Mas não dá...
Não dá para falar de agora
sem lembrar do que já passou.
Não sei dizer "Eu te amo"
sem lembrar que também me amou
e porque amou
e quando foi...

Talvez a minha maior alegria,
será te escrever uma canção
e poder cantar todinha pra você,
do fundo do meu coração.

Alguns dizem por aí
que eu tenho o dom...
De escrever, de encantar, de cativar,
de cultivar o que há de bom...
Fico toda metida,
mas sequer sei se é verdade,
já que a canção que um dia te escrevi...
larguei num canto
pela metade.

Mas para parar 
de remoer o passado,
a 'fita' vou acelerar...

tsss tsss tsss tsss

Hoje em dia ninguém mais usa fita,
mas eu achava divertido.

Eu também penso no futuro,
não me prendo a um tempo passado...
Porque bem, 
para escrever o que passou,
não se precisa de tanto 
imaginar, criar, pintar, desenhar
(na verdade precisa, mas vou deixar essa passar)

Agora, quando se olha para frente
com os olhos da imaginação...
Aí é que a farra começa 
e quer chamar atenção.

Eu mesma, as vezes fujo
da rotina
do tempo
e se pudesse 
até do espaço fugiria...

As vezes viajo
e me imagino contigo
dividindo um apertamento
meio básico, com um ar amigo.

Imagino a gente 
na cozinha
na varanda
no quarto
na sala de estar...

Imagino até você me esperando para o jantar,
sentado numa poltrona cor de berinjela
e terminando de ler mais uma revista 
daquelas suas de mangá.

Ou no fim de semana, me abraçando
e perguntando qual será 
o prato do dia
que eu vou te preparar.
E eu respondo com um beijinho
que é melhor você esperar,
por algo doce como brigadeiro
e quente como acarajé.
Gostoso como tapioca
e crocante como cookie.
Diferente como picolé de jabuticaba
e tranquilizante como mel.

Ah, sei lá... 
vou inventando um monte de besteira pra falar
e te enrolar.
Pra te levar pra um cantinho tranquilo, só nosso.
Pra gente esquecer dos problemas,
                   dos dilemas
                   dos floemas
                   dos edemas
Pra eu parar de falar besteira,
quando você realmente não mais aguentar...

Pra gente viver nossos dias,
escrever novas poesias.
Pra você compor uma melodia
e eu escrever o resto da canção.

Para que tudo que eu imagino um dia se realize,
eu sempre faço uma oração:
Pedindo paz, saúde, alegria, amor...
Desejando que os meus sonhos 
algum dia
tenham alguma veracidade
e se tornem no futuro,
novos dias de nostalgia,
dos quais irei sentir saudade.

(Sarah Magalhães)

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