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sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Uma aquarela especial


Vovó e vovô pintaram
o começo de uma linda família,
seus filhos logo continuaram
com uma aquarela de pestinhas
crianças lindas e sadias.

As tardes de sol se estendiam
entre brincadeiras e lambanças
embaixo do pé de chuchu...

Procurando joaninhas,
correndo de maribondos
e caçando pobrezinhos tatus...

Alguns bichinhos com certeza sofreram
como as joaninhas sem asas e as minhocas
esquecidas num pseudo-formigueiro.

O quintal da casa da vó,
num fim de semana virava fantasia...

Caixas velhas de garrafas, viravam os tijolos de uma fortaleza
aonde as crianças se escondiam na hora do almoço,
para não perder um minuto de alegria e brincadeira.

O pé de acerola era uma parte sensacional...
As frutinhas já vermelhas viravam o suco do nosso banquete,
já as ainda verdes... hahaha
eram o instrumento para o concurso de caretas real!

Nos intervalos das brincadeiras,
entre giros e bonecas,
entre corridas e bicicletas...
Havia espaço para um docinho,
feito pela vó Dinha com muito carinho.

Um pequeno pedaço de tijolo vermelho
virava um pincel mágico no chão,
pintando o asfalto cinza em uma cidade fantástica
com estradas para skates, bicicletas, patins e velotrols,
desde que seus condutores fossem crianças
e não ultrapassassem o limite do portão da vovó.

Alguma hora alguém caía... e começava a choradeira,
logo o clima se esvaia, fazendo parar a brincadeira...
Então todos entravam para a sala de estar,
consolar o coleguinha e esperar a vó Tuta preparar um chá...

Mas que chá abençoado!
Para o cansaço daquele dia,
era a melhor solução!
Melhor do que uma tal "Marcelinha"
que só de ouvir o nome, todo mundo corria!

A "Marcelinha" provocava mais caretas do que as acerolas verdinhas,
a diferença é que dela, nenhuma criança queria.

Nunca vi fim de semana tão longo, como esse que tento descrever!
Deve ser porque o tempo das crianças é outro, que acreditem, só tende a crescer...

Com muito carinho, Sarinha.

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Amizade (d)e infância

Amizade não tem que começar quando criança,
mas quando quer que comece, tem que ser com confiança...


Tem muitas amizades que começam na infância
-com brincadeiras de roda,
giz de cera espalhados pelo chão,
pique-pega, pular corda,
jogar peteca, brincar de boneca-
e nos acompanham
enquanto tentamos crescer.


Tem amigo que a gente lembra
do quanto conseguíamos ser radicais:
apostando corridas perigosíssimas
de velotrol em nossos quintais.


Tem amigo que a gente lembra
de quando aprendeu andar de bicicleta
de quando levou tombo de patins
e desistiu do skate que não deu certo.


Tem coisa que é a cara da infância,
como comer bolo de chocolate
e se lambuzar.
Beber bastante refrigerante para ver
quem consegue o alfabeto arrotar.


Tem também aquele momento,
de sair correndo pelo asfalto, 
tropeçar no próprio pé e cair.
Eis o tenso instante de decidir
entre chorar ou rir.
Chorar.


Logo passa.


O choro passa, a dor passa,
a infância vai passando, devagar...


Vai passando na memória
a lembrança de quando arqueólogos
queríamos ser...
Para encontrar ossos
de dinossauro no jardim,

enquanto estávamos cavando,
na terra a nos sujar.


Em vez de um crânio de t-rex,
catávamos minhocas, tatu-bolas,
brincávamos com as joaninhas
e depois íamos colher acerola.


As histórias nunca acabam, vão apenas piorando...


Vão de um simples joelho ralado
até um coração estilhaçado.


A amizade cresce junto com a gente,
com uma força indescritível
e mesmo que estejam distantes,
os amigos são amigos.


Confessos, travessos,
brincalhões, companheiros,
protetores, bobos, piegas,
bregas ou estilosos, metidos,
modestos, um shake de sentidos,
de sentimentos, de tudo o que vivemos.


Amizade é aquela coisa estranha,
que dá trabalho,
que cansa,
mas é necessária 
e sempre traz alegria, esperança,
consolo ou alguma maré boa.


Traz alegria para a vida e conforto para o coração.


(Sarah Magalhães)