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domingo, 28 de abril de 2013

Cabe em uma fotografia

Eu só queria
uma bola de sorvete
de abacaxi,
com calda de chocolate,
castanhas, duas cerejas
e você aqui...

Queria ter o pôr-do-sol para sempre,
um pano xadrez para sentar,
ficar assim de bobeira,
deixando o tempo
p a s s a r . . .

Seu jeito simples
de me fazer sorrir,
com caretas e olhares sérios
seguidos de beijinho...

Sei lá, podia ter um marshmallow também...

Tudo isso tão leve e bonito,
cabe em uma fotografia.

Caberia,
mas é uma pena
que eu esteja
aprendendo crochê
com a minha tia.


(Sarah Magalhães)




sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Uma aquarela especial


Vovó e vovô pintaram
o começo de uma linda família,
seus filhos logo continuaram
com uma aquarela de pestinhas
crianças lindas e sadias.

As tardes de sol se estendiam
entre brincadeiras e lambanças
embaixo do pé de chuchu...

Procurando joaninhas,
correndo de maribondos
e caçando pobrezinhos tatus...

Alguns bichinhos com certeza sofreram
como as joaninhas sem asas e as minhocas
esquecidas num pseudo-formigueiro.

O quintal da casa da vó,
num fim de semana virava fantasia...

Caixas velhas de garrafas, viravam os tijolos de uma fortaleza
aonde as crianças se escondiam na hora do almoço,
para não perder um minuto de alegria e brincadeira.

O pé de acerola era uma parte sensacional...
As frutinhas já vermelhas viravam o suco do nosso banquete,
já as ainda verdes... hahaha
eram o instrumento para o concurso de caretas real!

Nos intervalos das brincadeiras,
entre giros e bonecas,
entre corridas e bicicletas...
Havia espaço para um docinho,
feito pela vó Dinha com muito carinho.

Um pequeno pedaço de tijolo vermelho
virava um pincel mágico no chão,
pintando o asfalto cinza em uma cidade fantástica
com estradas para skates, bicicletas, patins e velotrols,
desde que seus condutores fossem crianças
e não ultrapassassem o limite do portão da vovó.

Alguma hora alguém caía... e começava a choradeira,
logo o clima se esvaia, fazendo parar a brincadeira...
Então todos entravam para a sala de estar,
consolar o coleguinha e esperar a vó Tuta preparar um chá...

Mas que chá abençoado!
Para o cansaço daquele dia,
era a melhor solução!
Melhor do que uma tal "Marcelinha"
que só de ouvir o nome, todo mundo corria!

A "Marcelinha" provocava mais caretas do que as acerolas verdinhas,
a diferença é que dela, nenhuma criança queria.

Nunca vi fim de semana tão longo, como esse que tento descrever!
Deve ser porque o tempo das crianças é outro, que acreditem, só tende a crescer...

Com muito carinho, Sarinha.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Prima



Lembro de nós duas caindo
no asfalto e ralando o joelho.
Uma chorando
e a outra tentando consolar.

No dia seguinte a mesma coisa...

A outra rala o joelho
e o consolo se repete.

Menina,
desde quando a gente se conhece,
que se completa: brinca ri conversa
desenha chora se abraça...

Não acredito que um dia
nossa relação se desfaça.

menina, querida
japinha, linda
amiga e dançarina

Todo tempo que passamos juntas
e o carinho que tenho por você
apenas crescem com o tempo.

O quanto ficamos distantes
somente aumenta
meu amor por ti.

Prima,
nenhuma distância nos separa
e quanto mais o tempo passar,
desejo que maior e maior
nossa amizade esteja.

Termino essa poesia,
pedindo a Deus que te proteja.

(Sarah Magalhães)

sábado, 29 de dezembro de 2012

Tempo de sol e chuva

Não sei aí,
mas por aqui...

É sempre o mesmo drama,
a mesma novela...
até em fim de semana!

De manhã, sol!
Aquele do tipo estereotipado aos deuses gregos...
Forte, claro, definido, reconhecido por todos...
admirado, mas também temido, ou algo assim.

Mas basta algumas horinhas após o almoço
para começar a lambança...
O belo e forte sol, de expor sua imagem, logo se cansa!

O sol vai embora e dá lugar
a chuva...
a ventania...
ao raios e trovões...
a gritaria das crianças que brincavam na praça...

Tudo molha, até a alma.

Ao fim do dia, a chuva passa
e o sol vem dar uma espiadinha
(para ver se sentiram sua falta)

Nesse momento, acaba a confusão do céu...
Com um belo arco-íris colorindo-o,
quase como desenhado num papel.

As crianças voltam a brincar.

(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 17 de outubro de 2012

Prima...

Prima velha
no verão
acende uma vela (hein!?)
e pede ao seu santo
uma paixão.

O tempo passa
e a prima,
agora Vera,
se anima.

Chegam e passam as estações
e a prima faz suas orações
esperando pelo seu amor...

Mas nunca adianta, que horror!

(Sarah Magalhães)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Desprendimento

Num tempo
de secura:
sol e vento

Caminho 
pela rua
vejo pobres
e penso

Em uma 
nova forma
de desprendimento

Desprendo da cabeça
uma presilha
e continuo caminhando
(de cabelos ao vento)

Eu queria mesmo
conseguir pensar
em algo com que eu possa
a quem precisa, ajudar

Após a vitrine
de uma loja ver
lembro do que
poderei me desprender

Porque não doar 
roupas e brinquedos
a uma instituição legal...?

Quem disse que crianças
só precisam disso 
no natal?

(Sarah Magalhães)

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Poesia amiga


Já faz metade da minha vida
que eu te conheço...

É estranho pensar assim,
em números...

Mas também é bom saber
que existem pessoas em quem
podemos confiar, passar o tempo,
rir apenas.

Algumas pessoas ao meu redor,
algumas poucas, possuem a minha
admiração e confiança.

E você conquistou isso
quando ainda éramos crianças.

As vezes me inspiro
na nossa amizade
para os meus versos escrever.

As vezes eu sinto
tanta vontade
de te encontrar para conversar
ou para mostrar-te parte
de um livro que qualquer hora
pessoas desconhecidas irão ler.

A verdade é que hoje
eu parei para pensar
que amizade de infância,
nem todo mundo
consegue conservar.

Não consigo lembrar de brigas,
mesmo me esforçando...

É importante dizermos coisas boas
à aqueles que amamos.

Essa poesia é uma forma de compartilhar
a minha alegria por essa nossa amizade
por tanto tempo se conservar.

Eu termino essa estrofe
como com um abraço de saudade:
com o desejo de que seja terna a poesia
e eterna a nossa amizade.

(Sarah Magalhães)

sábado, 7 de julho de 2012

A relação com o tempo

Eu não escrevo todo dia.

Eu escrevo quase todo dia.

Quando escrevo, escrevo sobre todo o dia que passou...


Não escrevo por todo o dia,
mas pelo tempo suficiente.

As vezes levo
o tempo todo
que o dia tem.
As vezes o tempo leva
o dia todo 

que a minha poesia tem
para passar a existir.

Mas com o tempo a poesia vem
e alguém num belo dia a recita muy bien.

A poesia embalada de tempos,
de ventos, de lembranças ocultas
e momentos...
Com o tempo se dissolve ao vento.

O que resta é a lembrança
de alguns versos
mal rimados.

O que resta é a esperança
de que o amor (ou um autor)
outra vez
recite algo.

Algo além do tempo.

(Sarah Magalhães)