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segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Bamboleando

Bambolear é arte,
é um jeito da criança de brincar,
é molejo e jogo de cintura,
é fazer o mundo girar...

Bambolear é alegria, é cor, é vida
e inspiração para poesia.

Quando se trocam sorrisos espontâneos 
entre tios e sobrinhos, avôs e netinhos,
entre filhos e pais...

Usando a criatividade
ao cortar
mangueiras e mangueiras 
para bambolear.

Preenchendo com arroz ou feijão
o bambolê que é meio leve.

Parando na hora do almoço
para o arroz com feijão que a mamãe serve,
a gente sente o quanto vale a infância.

Com as crianças que vivem na gente,
aprendemos que às vezes
bambolês significam muito mais
que um cheque de dinheiro,
vídeo-games ou roupas de marca.
Bamboleando a gente lembra
que uma parte da gente ficou na infância
e que não precisa continuar lá...

Então, por que não, sairmos ao quintal para bambolear?

(Sarah Magalhães)





 




Fotografia: Evandro Júnior

domingo, 6 de outubro de 2013

Doce ler

Sonhamos acordadas em devorar nuvens...
Só por conta da tola imaginação.

Mente de criança é muito louca,
acredita em batatinhas espalhadas pelo chão,
acredita em bicho papão no guarda-roupa,
acredita em tudo o que a gente conta...

Sonhamos em caminhar nas nuvens, descalças,
sentindo a fofura do algodão.
Sonhamos em descansar sentadas lá no céu,
aproveitando a doçura da nuvem de imaginação.

Crescemos sonhando em devorar nuvens,
alcançar as estrelas, comer um teco do queijo lá do céu!

Crescemos apenas em tamanho,
a mente, tola como de criança,
ainda está passeando pelo céu,
entre as nuvens e as linhas desse papel.

(Sarah Magalhães)

Deixo aqui em itálico, meu muito obrigada, Lele, pela inspiração <3


Fotografia: Evandro Júnior

sexta-feira, 15 de fevereiro de 2013

Uma aquarela especial


Vovó e vovô pintaram
o começo de uma linda família,
seus filhos logo continuaram
com uma aquarela de pestinhas
crianças lindas e sadias.

As tardes de sol se estendiam
entre brincadeiras e lambanças
embaixo do pé de chuchu...

Procurando joaninhas,
correndo de maribondos
e caçando pobrezinhos tatus...

Alguns bichinhos com certeza sofreram
como as joaninhas sem asas e as minhocas
esquecidas num pseudo-formigueiro.

O quintal da casa da vó,
num fim de semana virava fantasia...

Caixas velhas de garrafas, viravam os tijolos de uma fortaleza
aonde as crianças se escondiam na hora do almoço,
para não perder um minuto de alegria e brincadeira.

O pé de acerola era uma parte sensacional...
As frutinhas já vermelhas viravam o suco do nosso banquete,
já as ainda verdes... hahaha
eram o instrumento para o concurso de caretas real!

Nos intervalos das brincadeiras,
entre giros e bonecas,
entre corridas e bicicletas...
Havia espaço para um docinho,
feito pela vó Dinha com muito carinho.

Um pequeno pedaço de tijolo vermelho
virava um pincel mágico no chão,
pintando o asfalto cinza em uma cidade fantástica
com estradas para skates, bicicletas, patins e velotrols,
desde que seus condutores fossem crianças
e não ultrapassassem o limite do portão da vovó.

Alguma hora alguém caía... e começava a choradeira,
logo o clima se esvaia, fazendo parar a brincadeira...
Então todos entravam para a sala de estar,
consolar o coleguinha e esperar a vó Tuta preparar um chá...

Mas que chá abençoado!
Para o cansaço daquele dia,
era a melhor solução!
Melhor do que uma tal "Marcelinha"
que só de ouvir o nome, todo mundo corria!

A "Marcelinha" provocava mais caretas do que as acerolas verdinhas,
a diferença é que dela, nenhuma criança queria.

Nunca vi fim de semana tão longo, como esse que tento descrever!
Deve ser porque o tempo das crianças é outro, que acreditem, só tende a crescer...

Com muito carinho, Sarinha.

quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

Prima



Lembro de nós duas caindo
no asfalto e ralando o joelho.
Uma chorando
e a outra tentando consolar.

No dia seguinte a mesma coisa...

A outra rala o joelho
e o consolo se repete.

Menina,
desde quando a gente se conhece,
que se completa: brinca ri conversa
desenha chora se abraça...

Não acredito que um dia
nossa relação se desfaça.

menina, querida
japinha, linda
amiga e dançarina

Todo tempo que passamos juntas
e o carinho que tenho por você
apenas crescem com o tempo.

O quanto ficamos distantes
somente aumenta
meu amor por ti.

Prima,
nenhuma distância nos separa
e quanto mais o tempo passar,
desejo que maior e maior
nossa amizade esteja.

Termino essa poesia,
pedindo a Deus que te proteja.

(Sarah Magalhães)

sábado, 29 de dezembro de 2012

Tempo de sol e chuva

Não sei aí,
mas por aqui...

É sempre o mesmo drama,
a mesma novela...
até em fim de semana!

De manhã, sol!
Aquele do tipo estereotipado aos deuses gregos...
Forte, claro, definido, reconhecido por todos...
admirado, mas também temido, ou algo assim.

Mas basta algumas horinhas após o almoço
para começar a lambança...
O belo e forte sol, de expor sua imagem, logo se cansa!

O sol vai embora e dá lugar
a chuva...
a ventania...
ao raios e trovões...
a gritaria das crianças que brincavam na praça...

Tudo molha, até a alma.

Ao fim do dia, a chuva passa
e o sol vem dar uma espiadinha
(para ver se sentiram sua falta)

Nesse momento, acaba a confusão do céu...
Com um belo arco-íris colorindo-o,
quase como desenhado num papel.

As crianças voltam a brincar.

(Sarah Magalhães)

sábado, 22 de dezembro de 2012

Frustração de Mariana

Queria mudar de vida.
Já estava cansada de se olhar no espelho...

Resolveu trocar seus cachos louros,
por algum tom de vermelho...

Mariana foi até comprar a tinta, mas chegou lá e não gostou.
Olhou para duas outras caixinhas "roxo flúor" e "rosa impossível".
Ficou na dúvida, mas acabou que as duas comprou.

Chegou em casa, sujou toda a pia do banheiro,
pintou até o cotovelo, manchou a toalha nova da sua mãe...

Mas depois que se olhou no espelho,
enxergou a vida mais colorida.

Esqueceu o banheiro pintado e sua mãe que pode surtar
quando encontrar a filha pintada e a toalha nova toda manchada.

Agora Mariana se sente inclusa num mundo colorido,
por onde passa, sente-se notável...

O seu melhor caminho
ao voltar do curso pré-vestibular
é passar ao lado do parquinho, 
porque sabe que as crianças vão se encantar!

Perguntam se seu cabelo é de verdade
ou é de algodão doce...
Algumas meninas pedem um igual para a mãe,
que para distraí-las enfia em sua boca um doce.

As vezes é só isso que a gente precisa para sentir-se bem...
um doce.

(Sarah Magalhães)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Desprendimento

Num tempo
de secura:
sol e vento

Caminho 
pela rua
vejo pobres
e penso

Em uma 
nova forma
de desprendimento

Desprendo da cabeça
uma presilha
e continuo caminhando
(de cabelos ao vento)

Eu queria mesmo
conseguir pensar
em algo com que eu possa
a quem precisa, ajudar

Após a vitrine
de uma loja ver
lembro do que
poderei me desprender

Porque não doar 
roupas e brinquedos
a uma instituição legal...?

Quem disse que crianças
só precisam disso 
no natal?

(Sarah Magalhães)

sexta-feira, 28 de setembro de 2012

Poesia amiga


Já faz metade da minha vida
que eu te conheço...

É estranho pensar assim,
em números...

Mas também é bom saber
que existem pessoas em quem
podemos confiar, passar o tempo,
rir apenas.

Algumas pessoas ao meu redor,
algumas poucas, possuem a minha
admiração e confiança.

E você conquistou isso
quando ainda éramos crianças.

As vezes me inspiro
na nossa amizade
para os meus versos escrever.

As vezes eu sinto
tanta vontade
de te encontrar para conversar
ou para mostrar-te parte
de um livro que qualquer hora
pessoas desconhecidas irão ler.

A verdade é que hoje
eu parei para pensar
que amizade de infância,
nem todo mundo
consegue conservar.

Não consigo lembrar de brigas,
mesmo me esforçando...

É importante dizermos coisas boas
à aqueles que amamos.

Essa poesia é uma forma de compartilhar
a minha alegria por essa nossa amizade
por tanto tempo se conservar.

Eu termino essa estrofe
como com um abraço de saudade:
com o desejo de que seja terna a poesia
e eterna a nossa amizade.

(Sarah Magalhães)

sábado, 1 de setembro de 2012

Doce matéria

Pudim de passas
vovó já fazia
quando nas férias
para sua casa eu ia.

Pudim de passas
eu ouvi na escola
que um cientista Thomson 
resolveu batizar
o nosso querido átomo
que já não era mais
uma bola de bilhar.

Eu com mente de criança
lembrei daqueles contos para dormir:
João e Maria
e a casa de doces...

Imaginei a matéria
como um pudim grande e doce.

Mas não sou criança mais.
Voltei a prestar atenção
no que o professor estava a falar.

A matéria deixou de ser doce,
agora é conteúdo para estudar.
Conteúdo sério,
desses que podem cair no vestibular.

Mas eu ainda fico me perguntando
se naquele tempo
Thomson andou se baseando
no conto de João e Maria
para a doce matéria
poder explicar,
criando assim sua teoria.

Eu as vezes misturo
ciência e fantasia...
Vai ver que é por isso
que me ocupo escrevendo poesia.

(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Praia

Pegadas curtas
na areia.

Eu me ponho a acompanhar.

Quando acabam
junto a água,
vejo longe
uma criança se afogar...

Pulei na água,
assustada,
procurando por aquele ser.

Nada vejo!

Talvez eu tenha 
começado a enlouquecer.

(Sarah Magalhães)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Filha

Amora
que comigo mora,
quando fica triste
logo chora.

Amora
sorri agora,
querendo dançar
comigo lá fora.

Triste que agora
a nuvem lá fora
chora...
E com a rua toda molhada
a Amora pode
ficar gripada.

Chove lá,
mas de cá
a Amora liga o som
pra gente poder dançar.

Eu sou desanimado,
sem jeito pra a dança.
Prefiro ficar
no sofá deitado
assistindo a essa criança.

Mas Amora teimosa
logo me puxou
do confortável estofado
e me ensinou até
um belo rebolado.

(Sarah Magalhães)

sexta-feira, 20 de julho de 2012

Amizade (d)e infância

Amizade não tem que começar quando criança,
mas quando quer que comece, tem que ser com confiança...


Tem muitas amizades que começam na infância
-com brincadeiras de roda,
giz de cera espalhados pelo chão,
pique-pega, pular corda,
jogar peteca, brincar de boneca-
e nos acompanham
enquanto tentamos crescer.


Tem amigo que a gente lembra
do quanto conseguíamos ser radicais:
apostando corridas perigosíssimas
de velotrol em nossos quintais.


Tem amigo que a gente lembra
de quando aprendeu andar de bicicleta
de quando levou tombo de patins
e desistiu do skate que não deu certo.


Tem coisa que é a cara da infância,
como comer bolo de chocolate
e se lambuzar.
Beber bastante refrigerante para ver
quem consegue o alfabeto arrotar.


Tem também aquele momento,
de sair correndo pelo asfalto, 
tropeçar no próprio pé e cair.
Eis o tenso instante de decidir
entre chorar ou rir.
Chorar.


Logo passa.


O choro passa, a dor passa,
a infância vai passando, devagar...


Vai passando na memória
a lembrança de quando arqueólogos
queríamos ser...
Para encontrar ossos
de dinossauro no jardim,

enquanto estávamos cavando,
na terra a nos sujar.


Em vez de um crânio de t-rex,
catávamos minhocas, tatu-bolas,
brincávamos com as joaninhas
e depois íamos colher acerola.


As histórias nunca acabam, vão apenas piorando...


Vão de um simples joelho ralado
até um coração estilhaçado.


A amizade cresce junto com a gente,
com uma força indescritível
e mesmo que estejam distantes,
os amigos são amigos.


Confessos, travessos,
brincalhões, companheiros,
protetores, bobos, piegas,
bregas ou estilosos, metidos,
modestos, um shake de sentidos,
de sentimentos, de tudo o que vivemos.


Amizade é aquela coisa estranha,
que dá trabalho,
que cansa,
mas é necessária 
e sempre traz alegria, esperança,
consolo ou alguma maré boa.


Traz alegria para a vida e conforto para o coração.


(Sarah Magalhães)




quinta-feira, 12 de julho de 2012

Porque você não vai parar de respirar

Conhecer-te foi leve
como o sorriso banguela
de uma criança.

E foi gostoso
como o sorvete de morango
com caramelo.

Caramelo com o qual
eu sempre me lambuzava
e você olhava, dava risada...

Você ria, mas sempre me ajudava.

Você foi como
o irmão mais velho
que nunca antes conheci.
Adotou-me com gestos,
com o seu olhar.

Foi o meu melhor amigo:
o que emprestava a boia
porque eu não sabia nadar.

Mas quando aprendi,
foi contigo que apostei
a minha primeira corrida.

E me lembro
que você quase me deixou ganhar,
nadando bem devagar
e acelerando pernadas e braçadas
só no final.

Mas você venceu por pouco.

Conquistar a sua amizade e proteção
foi uma das grandes coisas
que fiz na vida.

E você deveria se orgulhar
por ser tão amado
por uma garota como eu.

É por isso que você não pode desistir.

Porque sempre foi você
o meu ídolo, modelo, amigo, parceiro.
Sempre era para você
que eu corria quando precisava.

E agora que cresci
estou aqui para te cuidar
cativar, ninar e tudo o mais que você precisar.

Hoje é você quem precisa da minha proteção.
Agora, retribuir-te-ei com amor, atenção e ternura
por tudo o que fizeste por mim.

Porque o nosso forte laço
supera todos os problemas
que surgem pelo caminho.

Porque nós temos energia para continuar.

Por tudo isso,
você não vai desistir da vida
sem antes tentar continuar.

Nós vamos sempre continuar lado a lado.

Seja onde estivermos,
a força do nosso amor
vai sempre além.

(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 30 de maio de 2012

Criança

Um dia tentei contar as estrelas,
mas não as encontrei.
Veio então minha avó e disse:
- Espere minha querida,
que logo a noite vem.

                (Sarah Matos Magalhães)