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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

PoemaGo

Venho aqui apresentar a vocês o novo projeto de intervenção poética do Caderno Descolorido: o POEMAGO! Que é uma versão poética do aplicativo PokémonGo.
Estou espalhando poemas pelas paredes para serem capturados por quem passar pelos PoemaStops, que são esses cartazes com um envelope cheio de marcadores de página com versinhos do Caderno Descolorido:



Os PoemaStops estão espalhados pelo Campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília, mas se você tiver uma outra sugestão de lugar e quiser me ajudar a espalhar poesia por aí entre em contato comigo aqui pelo blog ou pelo facebook! <3


E para a brincadeira ficar melhor, vou sortear uma caneca Pikachu, dois chaveiros pokebola e seis marcadores de página entre os seguidores do Caderno Descolorido no facebook. Participe neste link: https://www.facebook.com/cadernodescolorido/photos/a.245881442189944.50229.245111258933629/966141070163974/?type=3&theater


 Espero que gostem, encontrem muitos PoemaStops e que capturem muitos poemas! 
E participem dessa brincadeira comigo!
Boa sorte a todos e dia 12 divulgo o resultado aqui!!!

Beijocas, Sarinha.

sexta-feira, 30 de setembro de 2016

Conheci Nicolas Behr

Eu sempre quis conhecer um certo poeta, que escreve o cinza de Brasília em palavras desenhadas. 
Poeta de uma poesia que conheci quando criança, caminhando entre as bancas da Feira da Torre de TV... (quando a feira era muito mais divertida e eu me perdia entre a bagunça das bancas). Em uma camiseta com o desenho de um ipê, li: "Nem tudo que é torto é errado, veja as pernas do Garrincha e as árvores do cerrado. Nicolas Behr". E na época eu estava estudando o bioma Cerrado na escola, encantada com os ipês fiquei super entusiasmada, mas minha testa franziu "Coitado desse Garrincha...", mais tarde o verso faria mais sentido.

Tive alguns desencontros com o poeta apaixonado por Brasília... O último foi em um verão no qual me matriculei em uma disciplina de literatura na UnB, e precisei faltar uma semana de aula.
Tudo bem. Só uma semana, pouca coisa... 

O meu celular vibrava e apitava, incansável.
Cheio de mensagens, áudios, fotos... "Tem um convidado hoje aqui na aula, acho que ele é importante... Veio um monte de gente pra ver!" "Espera, vou procurar no google..." "Acho que é um poeta... Nicolas Behr!".

Minha Nossa Senhora, Nicolas Behr está lá na minha aula... E eu não. 

Foi um choque, fiquei bem frustrada enquanto mais mensagens dizendo de como eu deveria estar lá e do quanto ele era simpático e divertido chegavam. E mais outras diziam de como os cartões que sua mãe fazia eram lindos e como ele autografou livro para todo mundo ali... E como eu iria amar conhecê-lo. Foi uma manhã memorável, da qual não fiz parte.  

O meu drama acabou.

Na última quarta-feira (28) no IV Simpósio de Crítica de Poesia, em celebração aos 10 anos do Vivoverso (grupo de pesquisa e performance poética que você pode conhecer neste link) estive com algumas amigas na organização... Feliz por fazer parte do evento. Mais feliz ainda pela conferência de abertura que seria com o Poeta Nicolas Behr.

Antes da abertura do evento estava ele ali no canto com seus livros a venda "Promoção e Pramoçinha: apenas 10 reais" e eu cheguei com todo o meu entusiasmo, dois livros antigos para autografar, BrasíliA-Z que eu queria comprar e um marcador de página para presentear. Apresentei-me, contei a história de um autógrafo que minha irmã encomendou para mim, ele lembrou da Letícia, autografou os meus livros e jogamos conversa fora, para mim foi um privilégio e, contende, fui me sentar.

"- Meninas vou precisar que alguém fique vend..." 
"- Vendendo os livros para o Nicolas? Pode deixar que eu fico!"

Então voltei, e toda a frustração que senti por não tê-lo conhecido no verão passado transformou-se em alegria e transbordou poesia! Conversamos, ganhei o livro "Braxília" (que já devorei), ele perguntou o nome do meu blog e leu no marcador "Caderno Descolorido... Então espera, tenho uma coisa para você, pega aí nessa caixa, na embalagem de plástico!" Nas minhas mãos estava o "descadernobrasília", que é um caderno-livro ou um livro-caderno, o meu mais novo caderno de poesia, cheio de versos que sintetizam a memória brasiliense e cheio de brancos para serem coloridos.

O evento encerraria com o espetáculo poético-musical do Vivoverso "Caleidoscópio dos Versos Vivos" que foi simplesmente emocionante e às 21h eu teria ainda, uma prova de gramática. Este foi um longo e lindo dia... 

Findo o evento, Nicolas me agradece pela ajuda com os livros, entrego-lhe os milhões que vendi durante a tarde e com mais um livro me presenteia! Quase pulei de alegria. Foi muita alegria, mas não pulei!
Também vários marcadores de página vieram com  os livros e esses estarão espalhados pela UnB nos PoemaStops que vocês já devem conhecer! <3 

Foi tudo lindo, a tarde voou como poesia, fiz minha prova de gramática e ao final do dia ligo meu celular: "Nicolas Behr quer ser seu amigo no facebook". Amigos, sou amiga do Nicolas Behr. <3  

Amigos

Conheci Nicolas Behr
no Beijódromo da UnB
em uma tarde de sol.

O autor das poesias
que ilustram essa Brasília 
que não é só poder e corrupção.

Brasília que é cidade
e que já é história
da qual fazemos parte.

Brasília infinita
de contrastes e oportunidades,
desenhada para um futuro
misterioso. 

Amigos,
conheci Nicolas Behr
em uma tarde colorida
de cerrado, arquitetura,
poesia e afeto.

Precisava compartilhar com vocês.

Com carinho, Sarinha.
Amiga Karina, eu e Amigo Nicolas
Ilustração da tarde
Bastidores do IV Simpósio de Crítica e Poesia
Espetáculo Caleidoscópio de Versos Vivos
Pilha de versos

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Personas autorais

"Personas autorais" é o título do livro lançado, na última sexta-feira (26), no encerramento do "III Seminário Nacional de Literatura e Cultura - O Grão e o Fruto: Morte e Vestígios do Autor" que aconteceu entre os dias 24 e 26  de agosto na Universidade de Brasília.
O livro é dividido em duas partes, a primeira "Prosarias" conta com ensaios sobre a questão da autoria, produzidos pelo grupo de pesquisa "Literatura e Cultura" do PósLit-UnB. A segunda parte é composta maravilhosamente por poemas que remetem também às questões da autoria, porém da maneira singular característica da poesia e leva o nome de "Teoremas".

Prosarias e Teoremas são neologismos referentes aos termos "prosa e teoria" e "teoria e poemas"... E com certeza valem a leitura! <3 

Quero deixar o convite para que conheçam o livro, que está um amor! E quero agradecer imensamente ao Professor Vianney, que me presenteou com o meu! Muito obrigada, com certeza essas leituras serão de grande enriquecimento no meu caminho poético e acadêmico! <3
E também como agradecimento, fiz a ilustração abaixo:
Rascunhando!

Eu e o professor João Vianney durante o evento.

Livro e dedicatória que ganhei e amei!

Aline, eu e Maxçuny durante o evento.
Beijocas, Sarinha.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Era uma vez, no 110

Era uma vez, um dia comum:
Um dia de aula no qual arrumei meu cabelo e amei,
vesti uma roupa confortável, tomei meu café e fui a universidade.

O plano era o seguinte: assistir a uma palestra,
voltar para a aula de espanhol, ir para a a aula da noite
e então voltar para casa.

Esse era o plano.

Mas, no meio do caminho...
Mais precisamente dentro do 110,
frente a última parada na L2 antes da rodoviária...
Tudo desandou.

Vou contextualizar, espere.


Eu assisti à palestra que queria,
peguei o ônibus para a rodoviária,
a fim de ir para a aula de espanhol...

O ônibus estava mais apertado que o de costume, mas vamos lá.
Eu fiquei em pé ali naquele espaço que existe para um cadeirante...
Porque pensei que, como estava lotado, ao menos sentiria um vento no rosto.
Ao meu lado, colado a janela havia um rapaz.
Na cadeira que desdobra havia uma senhora sentada jogando candy crush.

O rapaz era magro, ruivo, barbudo.
Carregava uma mochila no ombro, skate entre os pés e um livro em mãos.
Ele lia, em meio ao ônibus entupido e encalorado.

A senhora ali estava, sentada, jogando no celular.
Havia muita (mas muita mesmo) gente em pé ao seu redor,
com mochilas pesadas e ombros cansados...
E nada dela oferecer para levar.
Mas tudo bem, às vezes ela não conhecia as normas de conduta do 110.
(É que é um gesto quase automático oferecer para levar a mochila do coleguinha que está em pé)

Ok.
Guarde essas duas personagens.

Eu estava bem, com uma expectativa de chegar a tempo para a minha aula
e ainda animada para voltar a noite a universidade.
Eis que ouço uma tosse.
Assustada, dou um passo a frente -pequeno, dado o espaço que não existia...

Outra tosse.

Tudo desandou.

Uma menina atrás de mim vomitou.

Sim, em mim.

Aí foram flashes:
Virei.
A menina estava viva
e de pé.
Pálida, mas de pé.
Cederam o lugar à coitada.

Abri minha bolsa:
um porta lenços!
Dei metade a menina.
A senhora sentada gritou
"Ai meu Deus! Me dá um!
Caiu no meu pé! Ai socorro, me da um lenço!"
(sem dramatizações, foi isso mesmo)

Eu dei.

Sobraram três.


três
lenços.

As vozes olhavam, piavam:
Nossa, ela vomitou em você.
Eca, caiu no seu cabelo!
Você viu que sujou sua blusa?
...

Todos os olhares me enojavam.

Lembrei do menino, que lia.
Pensei "que vergonha meu Deus"
não vou falar com ele.
Mas sabe... Eu não conseguia enxergar a sujeira.
Tava feia a coisa naquele ônibus.

Perguntei educadamente se ele poderia
passar o lenço nas minhas costas...

O pior: ele disse "é claro!"
Todo o meu sentimento era de gratidão.

Ok. Ainda estou no ônibus.
O que é curioso, porque já estava tão perto da rodoviária.

"Você tem outra blusa?"
Eita poxa. Eita poxa. Eita poxa.
Eu não tinha não. Nem outra blusa nem muita sorte.

Mas tinha esse menino gentil.
Que conversou comigo como se eu cheirasse a rosas.
Que me acompanhou até o banheiro e me emprestou um casaco.

Lembro que quando peguei esse ônibus dei "Boa tarde" ao motorista e ao cobrador.
O cobrador ficou extremamente feliz, porque, dizendo ele as pessoas ali não tinham educação...

Depois, fiquei extremamente feliz por não ser a única lá dentro com um bom coração.

Às vezes as coisas desandam...
Mas viram história.

Obrigada pela gentileza Erick,
Sarah Magalhães

terça-feira, 3 de maio de 2016

Amoras flutuantes

São assim, amores de pessoa,
flutuantes porque seguem leve,
mas não sem rumo.

Nunca seguem em vão.
Por cada caminho por onde passam
deixam um perfume, uma fragrância,
um quê de elegância...
Que são de uma graça
indescritível e inigualável.

Amoras quase (tri)gêmeas,
tamanha a simetria de pensamento e personalidade.

Seus olhares falam no silêncio
e um sutil movimento
traduz quase mil pensamentos.

Elas se entendem bem e prezam
pela ordem das coisas e pela qualidade.

Na universidade, uma apresentação mal feita?
Não existe essa possibilidade.

Existe um olhar seletivo de excelência
que beira a arrogância...
Mas não chega lá.
Está mais para uma auto-consciência
do quão produtivas podem ser.
E não aceitam menos que isso.

E, ao meu ver estão certas,
não vejo problemas nisso.

Amoras,
lindas, finas e elegantes.
Transpassam talvez um ar de superioridade,
às vezes, de distância da realidade.

Mas são levemente fortes, determinadas e carinhosas,
um carinho de gentileza, de preocupação.
Elas flutuam como estrelas na noite,
deixando um rastro perfumado de amora por onde vão.

Sarah Magalhães

Imagem retirada da internet.

segunda-feira, 7 de dezembro de 2015

E as novidades?

- Ooooi Sarah! Tudo bem!? E aí, que bom te ver! E as novidades?
- ...

Hoje tenho novidade! Na semana passada aconteceu o "II Colóquio Internacional O Realismo e sua Atualidade: Estética e Crítica", foram três dias de apresentações com ilustres convidados na UnB. 
Além de enriquecedor, sensacional e instigante, esse evento foi um "furacão".
Furacão foi a expressão que a Joyce (nova amizade feita em meio à literatura) usou para descrever as aulas que temos com a professora Ana Laura, que adorei e, adotei para a vida.
Essa experiência de ouvinte das mesas de debates super densas e também descontraídas foi indescritível, mesmo assim tentarei descrevê-la: 

Faz parte da vida universitária aventurar-se pelo campus,
buscar as salas que parecem não existir no mapa.

Encontrá-la, uma vitória.

Estou agora diante do palco.
Mas sou público e estou atenta.

Ou acredito estar...

Escuto, anoto, me pergunto.
Meu bloco de anotações cheio de rabiscos,
referências, conceitos e inquietações.

Meu olhar transpassa os sentidos que posso imaginar,
busco enxergar o todo e os mínimos detalhes.

Fico boba com o tradutor, que incessantemente trabalha
(confesso que me perguntei como ele traduziu desfetichização 
-e acredito que não fui a única).
...
Eu me distraio também, com os trejeitos dos convidados.
...
Eu cochilo também. Estou ali acompanhando uma fala.
acordo em outra, já não entendo nada.
...
No intervalo comprei um dos livros expostos 
"A nação drummondiana"
que li o quanto pude na pausa para o almoço.

Escrito pelo professor Alexandre Pilati
e autografado também,
trouxe-o comigo 
junto
a
uma
incessante vontade
de ler mais e mais, de entender
a condição da nossa literatura e...

Aproveitar o tempo,
mergulhar em leituras.

Depois das exposições que assisti,
despertou-se em mim um estímulo
para estudar a literatura da vida,
viver a vida da literatura,
ler o realismo do tempo.

Tempo esse que não tem tempo.

(Sarah Magalhães)