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segunda-feira, 3 de outubro de 2016

PoemaGo

Venho aqui apresentar a vocês o novo projeto de intervenção poética do Caderno Descolorido: o POEMAGO! Que é uma versão poética do aplicativo PokémonGo.
Estou espalhando poemas pelas paredes para serem capturados por quem passar pelos PoemaStops, que são esses cartazes com um envelope cheio de marcadores de página com versinhos do Caderno Descolorido:



Os PoemaStops estão espalhados pelo Campus Darcy Ribeiro da Universidade de Brasília, mas se você tiver uma outra sugestão de lugar e quiser me ajudar a espalhar poesia por aí entre em contato comigo aqui pelo blog ou pelo facebook! <3


E para a brincadeira ficar melhor, vou sortear uma caneca Pikachu, dois chaveiros pokebola e seis marcadores de página entre os seguidores do Caderno Descolorido no facebook. Participe neste link: https://www.facebook.com/cadernodescolorido/photos/a.245881442189944.50229.245111258933629/966141070163974/?type=3&theater


 Espero que gostem, encontrem muitos PoemaStops e que capturem muitos poemas! 
E participem dessa brincadeira comigo!
Boa sorte a todos e dia 12 divulgo o resultado aqui!!!

Beijocas, Sarinha.

segunda-feira, 29 de agosto de 2016

Personas autorais

"Personas autorais" é o título do livro lançado, na última sexta-feira (26), no encerramento do "III Seminário Nacional de Literatura e Cultura - O Grão e o Fruto: Morte e Vestígios do Autor" que aconteceu entre os dias 24 e 26  de agosto na Universidade de Brasília.
O livro é dividido em duas partes, a primeira "Prosarias" conta com ensaios sobre a questão da autoria, produzidos pelo grupo de pesquisa "Literatura e Cultura" do PósLit-UnB. A segunda parte é composta maravilhosamente por poemas que remetem também às questões da autoria, porém da maneira singular característica da poesia e leva o nome de "Teoremas".

Prosarias e Teoremas são neologismos referentes aos termos "prosa e teoria" e "teoria e poemas"... E com certeza valem a leitura! <3 

Quero deixar o convite para que conheçam o livro, que está um amor! E quero agradecer imensamente ao Professor Vianney, que me presenteou com o meu! Muito obrigada, com certeza essas leituras serão de grande enriquecimento no meu caminho poético e acadêmico! <3
E também como agradecimento, fiz a ilustração abaixo:
Rascunhando!

Eu e o professor João Vianney durante o evento.

Livro e dedicatória que ganhei e amei!

Aline, eu e Maxçuny durante o evento.
Beijocas, Sarinha.

quarta-feira, 22 de junho de 2016

Era uma vez, no 110

Era uma vez, um dia comum:
Um dia de aula no qual arrumei meu cabelo e amei,
vesti uma roupa confortável, tomei meu café e fui a universidade.

O plano era o seguinte: assistir a uma palestra,
voltar para a aula de espanhol, ir para a a aula da noite
e então voltar para casa.

Esse era o plano.

Mas, no meio do caminho...
Mais precisamente dentro do 110,
frente a última parada na L2 antes da rodoviária...
Tudo desandou.

Vou contextualizar, espere.


Eu assisti à palestra que queria,
peguei o ônibus para a rodoviária,
a fim de ir para a aula de espanhol...

O ônibus estava mais apertado que o de costume, mas vamos lá.
Eu fiquei em pé ali naquele espaço que existe para um cadeirante...
Porque pensei que, como estava lotado, ao menos sentiria um vento no rosto.
Ao meu lado, colado a janela havia um rapaz.
Na cadeira que desdobra havia uma senhora sentada jogando candy crush.

O rapaz era magro, ruivo, barbudo.
Carregava uma mochila no ombro, skate entre os pés e um livro em mãos.
Ele lia, em meio ao ônibus entupido e encalorado.

A senhora ali estava, sentada, jogando no celular.
Havia muita (mas muita mesmo) gente em pé ao seu redor,
com mochilas pesadas e ombros cansados...
E nada dela oferecer para levar.
Mas tudo bem, às vezes ela não conhecia as normas de conduta do 110.
(É que é um gesto quase automático oferecer para levar a mochila do coleguinha que está em pé)

Ok.
Guarde essas duas personagens.

Eu estava bem, com uma expectativa de chegar a tempo para a minha aula
e ainda animada para voltar a noite a universidade.
Eis que ouço uma tosse.
Assustada, dou um passo a frente -pequeno, dado o espaço que não existia...

Outra tosse.

Tudo desandou.

Uma menina atrás de mim vomitou.

Sim, em mim.

Aí foram flashes:
Virei.
A menina estava viva
e de pé.
Pálida, mas de pé.
Cederam o lugar à coitada.

Abri minha bolsa:
um porta lenços!
Dei metade a menina.
A senhora sentada gritou
"Ai meu Deus! Me dá um!
Caiu no meu pé! Ai socorro, me da um lenço!"
(sem dramatizações, foi isso mesmo)

Eu dei.

Sobraram três.


três
lenços.

As vozes olhavam, piavam:
Nossa, ela vomitou em você.
Eca, caiu no seu cabelo!
Você viu que sujou sua blusa?
...

Todos os olhares me enojavam.

Lembrei do menino, que lia.
Pensei "que vergonha meu Deus"
não vou falar com ele.
Mas sabe... Eu não conseguia enxergar a sujeira.
Tava feia a coisa naquele ônibus.

Perguntei educadamente se ele poderia
passar o lenço nas minhas costas...

O pior: ele disse "é claro!"
Todo o meu sentimento era de gratidão.

Ok. Ainda estou no ônibus.
O que é curioso, porque já estava tão perto da rodoviária.

"Você tem outra blusa?"
Eita poxa. Eita poxa. Eita poxa.
Eu não tinha não. Nem outra blusa nem muita sorte.

Mas tinha esse menino gentil.
Que conversou comigo como se eu cheirasse a rosas.
Que me acompanhou até o banheiro e me emprestou um casaco.

Lembro que quando peguei esse ônibus dei "Boa tarde" ao motorista e ao cobrador.
O cobrador ficou extremamente feliz, porque, dizendo ele as pessoas ali não tinham educação...

Depois, fiquei extremamente feliz por não ser a única lá dentro com um bom coração.

Às vezes as coisas desandam...
Mas viram história.

Obrigada pela gentileza Erick,
Sarah Magalhães

sexta-feira, 22 de abril de 2016

Preguiça Capital

Ando tão preguiçosa.
De uma preguiça desesperançosa.
De um cansaço que não é físico
e é triste.

É uma preguiça do caos do país
estampado aqui no Planalto Central.
Preguiça em saber que nem todos os Ipês
conseguem preencher de cor o sujo que há
no quadrado Distrito Federal.

Eu tenho preguiça porque a Rodoviária da capital do país
não está perto de ser um lugar... Um lugar humano.

Mas as pessoas são humanas
e vivem e trabalham e estudam
e dão bom dia e cantarolam.

Da Rodoviária nós nos perdemos entre o horizonte monumental e
os camelôs ecoando em frente ao sinal,
o senhor que gerencia o transporte pirata -Vai Vila Telebrasília? Saindo agora, uma vaga UnB!-,
os indivíduos que pedem esmola,
as crianças que perdem a infância cheirando cola.

A preguiça dói.

Ainda na Rodoviária, nosso cenário dicotômico de cada dia,
há respeito e gentileza e poesia

Há um raiar de sol azul, ou um luar translúcido,
que cativam nosso coração brasiliense e sussurram:
"Deixe de preguiça e siga em frente!"

Brasília, cinza e multicor.
Corrompida e cheia de amor.
Bela, planejada e do sonhar.

O nosso sonho ou grito de esperança,
sem saber o que esperar.

Sarah Magalhães

Foto da Rodoviária, clicada pela @biareisouza


domingo, 21 de abril de 2013

Poesia em forma de Brasília

Curvilínea e encantadora,
possui a cor do azul mais intenso,
capaz de alcançar a alma
e clarear nosso coração.

Seus pontos
monumentais
sem dúvida
são sensacionais.

Dizem que é cidade
e que é museu em céu aberto.

Concordo.

Essa cidade tão nova
tem a missão
e uma prontidão
de libertar
dos preconceitos
e desrespeitos
todos aqueles
que circundam
a mente com concreto.

Mostrando
que nem sempre
seu egoísta pensamento
é o mais certo...

As cores brasilienses
estão por aí para mostrar
que viver só de terno e gravata
num escritório com ar condicionado
não significa trabalhar.

Trabalhar
seja aqui ou na cidade que for
necessita dedicação,
tempo e mente livres
para respirar bons ares.

E não estou falando de bares...

Mas dos nossos parques,
cantos e encantos,
pontes, lago e pôr-do-sol,
torre com vista para o horizonte,
fontes de lavar a alma,
praças para deixar
o tempo passar..

Lugares
para se respirar
novos ares.

Brasília tem
nas entrelinhas
sorrisos desenhados.
E nas ruas, brasilienses
que sequer olham para os lados...

Vou sair à procura de sorrisos.

(Sarah Magalhães)