Mostrando postagens com marcador poema. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador poema. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Fotógrafo

Hoje é dia do fotógrafo...
Eu nem sabia.
Mas achei legal.

O que seria de mim sem uma fotografia
para eternizar um momento especial?

Hoje é dia do fotógrafo
e eu me lembrei
de um álbum de fotos minhas
que com carinho guardei.

Álbum de bebê que papai fotografou
e com carinho minha mãe montou.
Álbum de formatura, que costuma custar uma fortuna.
Álbum de natal, mesmo que eu não tenha saído com um sorriso legal.

Agora a gente tem o instagran,
o facebook, flickr e tumblr,
tem tanta mídia social
que nem precisamos de papel.

Talvez amanhã o jornal
seja somente virtual
e adeus daremos às bancas
de revistinhas, de figurinhas, de jornal.

O tempo voa.
O homem, evolui?
O tempo voa.

Nossa memória cheia de imagens,
não esquece um momento ao observar
uma fotografia que tivemos o carinho de guardar.

Feliz dia do fotógrafo!

Com carinho, Sarinha.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Uma vida

Tem vezes
que eu quero morrer rápido...
Mas tem vezes
que eu quero ser um velho pirado.

Eu quero ser
uma senhora gatona que corre maratonas
e que ainda tenha lucidez para escrever
e ainda tenha bom gosto musical
e muito amor.
É.

A gente pode trabalhar isso,
se namorar, viajar o mundo.

Eu vou tietar você,
aonde quer que você toque,
o que quer que você cante.

Sua fã numero um, companheira,
amiga, confidente, amante.

A gente pode casar e ter filhos,
comprar uma casinha num lugar tranquilo
(cheio de natureza, ou perto de um parque para correr
e para os meninos irem brincar).

Trabalhar com música, arte,
fazer artesanato, semear poesia,
publicar um livro, cantar um dia contigo.

Envelhecer, sem ver o tempo correr.
Deixar o cabelo grisalho.
Um dia ou outro a barba sem fazer.
Lembrar histórias da nossa adolescência,
o nosso primeiro abraço, riso e beijo,
o primeiro amasso, encontro,
o primeiro verso da nossa história.

A gente pode envelhecer juntinhos,
nossos filhos já, cada um seguindo o seu caminho.

Você um velho louco pirado,
com uma senhorinha grisalha
e em forma do lado.

Seríamos dois velhos loucos
um pelo outro.
Seríamos dois velhos pirados
e apaixonados.

Mas a gente também pode ir
comer uma pizza em vez disso, sei lá...

E mesmo assim eu vou te amar.

(Sarah Magalhães)

sábado, 7 de dezembro de 2013

Dona Sarah, Conselheira Amorosa

Meu amigo fica querendo conselho amoroso,
mas sou a pior conselheira que conheço.

Eu poderia indicar a ele uma cartomante
para levar a mulher amada em três dias.

Ou sugerir umas cantadas infalíveis
para conquistar o amor da vida dele.

Eu poderia emprestar umas poesias, indicar uma floricultura
e escrever a receita de um suflê de rapadura
para ele conquistar a mulher que tanto diz amar.

Se ele tivesse paciência para ler,
eu daria de presente um daqueles livros
ditos de auto-ajuda que ensinam
como relacionamentos ideais devem ser.

Caixas de bombons podem engordar.
Presentes podem se desgastar.
As flores murcham.
Os poemas largados na gaveta.
As cantadas funcionam tanto
quanto cantar dando pirueta.
Livro de auto-ajuda, se servisse para ajudar
não sairia todo dia mais um título a se lançar...
Um só resolveria.

Acho que de todas as opções,
o melhor que pude pensar foi a tal cartomante,
tem até referências...
Acho que vou anotar nome e telefone
num bloquinho e deixar na estante,
para quando ele vier me visitar.

Eu sou a pior conselheira que ele poderia conhecer,
mas amiga se esforça, não importa o "para que".
Só queria compartilhar isso,
obrigada por ler.

(Sarah Magalhães)

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Caduquice

Se eu cruzasse com você pelo caminho,
lá pelos meus sessenta e quatro...
Com certeza eu me apaixonaria
sem pestanejar.

Seus olhar seria o mesmo
e sua barba já grisalha
iria me encantar.

Se eu te encontrasse
lá pelos meus sessenta e quatro
em uma cafeteria...
Com certeza sentiria
sua alma junto a minha.

E se a gente não se reconhecesse?
Em um instante nos apaixonaríamos
e à moda antiga começaria um romance
por um bilhete de guardanapo,
ou com você me ajudando a limpar
o café que deixei derramar.

Quando distraída eu olhava seu anel
de mais de quatrocentos anos,
ainda brilhando e falando-me
que ainda somos muitos novos
e temos a vida pela frente para sorrir,
cantar, dançar, correr, jogar damas,
falar francês, se aventurar e enlouquecer
e envelhecer e amar.

Lá pelos meus sessenta e quatro
pode ser que eu esteja caducando.
Lá pelos seus sessenta e quatro
pode ser que você esteja tocando.

La pelos sessenta e quatro...
Ainda estaremos nos amando.

(Sarah Magalhães)





domingo, 20 de outubro de 2013

Vício em verso


Todo mundo tem um vício,

mesmo que não saiba.

Tenho vício por sorrisos
e os encaixo nos meus versos,
mesmo que não caiba.



(Sarah Magalhães)

domingo, 6 de outubro de 2013

Doce ler

Sonhamos acordadas em devorar nuvens...
Só por conta da tola imaginação.

Mente de criança é muito louca,
acredita em batatinhas espalhadas pelo chão,
acredita em bicho papão no guarda-roupa,
acredita em tudo o que a gente conta...

Sonhamos em caminhar nas nuvens, descalças,
sentindo a fofura do algodão.
Sonhamos em descansar sentadas lá no céu,
aproveitando a doçura da nuvem de imaginação.

Crescemos sonhando em devorar nuvens,
alcançar as estrelas, comer um teco do queijo lá do céu!

Crescemos apenas em tamanho,
a mente, tola como de criança,
ainda está passeando pelo céu,
entre as nuvens e as linhas desse papel.

(Sarah Magalhães)

Deixo aqui em itálico, meu muito obrigada, Lele, pela inspiração <3


Fotografia: Evandro Júnior

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Instantes da vida

Eu caminhei uns dez minutos
entre praças ensolaradas.
Sentei num banco sob a árvore
para descansar a alma.

O céu ainda era azul
e a minha blusa cor-de-rosa.

Meu pensamento voava distante...

Em um instante
um pássaro
em mim
descartou
sua bosta.

O céu ainda era azul
e minha blusa não mais cor-de-rosa.

(Sarah Magalhães)