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domingo, 24 de fevereiro de 2013

Rodolfo

Na rua agora
latido de um lado
latido de outro...

"Cachorros, calados!"
Gritou seu Rodolfo.

Latidos pela rua...

Hoje é noite de lua cheia seu Rodolfo,
gritos de nada irão adiantar.
Deixe os bichinhos saudarem a noite
e a sua dama espetacular.

Parece que o luar fica maior nessa imensidão de uivos.
Pensou seu Rodolfo, em seu mais silencioso suspiro antes de dormir.

(Sarah Magalhães)

quinta-feira, 17 de janeiro de 2013

Manhã fresca para correr

Manhã fresquinha,
nem quente nem fria
o tempo ideal, para dar uma corrida.

Tomo café, troco de roupas,
arrumo uma garrafa d'água e um boné preto
que destoa da minha roupa colorida...

Quem liga para a minha roupa?
Eu não.

Vou descendo o caminho,
pronta para correr  por um bom tempinho...

Passo por uma rua vazia, que me dá azia
com seu cheiro de maconha saindo dos becos.

Viro a esquina e me deparo com um carro policial,
 uns carinhas e um homem bêbado...

Ainda não são 9 horas da manhã.

Continuo meu caminho, ignorando tudo isso.
Vou até um ponto de encontro comunitário,
fazer como aquecimento, alguns exercícios.

De lá continuo a observar,
chega uma senhora apressada,
em um carro prateado.

Ela buzina desesperada
para alguém dentro d'uma casa,
depois desde do carro resmungando
algo que não entendo
e nem estava me importando.

Mas ela vira as costas e me vê!
Vejo sua bochecha enrubescer...

Que pena, ficou envergonhada.

Mas não me importo,
talvez devesse ter dito para a coitada.

Então percebo que já posso ir correr,
já me alonguei e aqueci...
Mas quando percorro com o olhar
o caminho que deveria atravessar...

Há um pit bull, com a coleira rasgada,
patas sujas e a grande boca escorrendo baba.

Volto para casa e me ponho a escrever,
refletindo se amanhã eu corro e se algum dia,
esses cachorros babões, deixo de temer.

(Sarah Magalhães)

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Desprendimento

Num tempo
de secura:
sol e vento

Caminho 
pela rua
vejo pobres
e penso

Em uma 
nova forma
de desprendimento

Desprendo da cabeça
uma presilha
e continuo caminhando
(de cabelos ao vento)

Eu queria mesmo
conseguir pensar
em algo com que eu possa
a quem precisa, ajudar

Após a vitrine
de uma loja ver
lembro do que
poderei me desprender

Porque não doar 
roupas e brinquedos
a uma instituição legal...?

Quem disse que crianças
só precisam disso 
no natal?

(Sarah Magalhães)

terça-feira, 21 de agosto de 2012

Filha

Amora
que comigo mora,
quando fica triste
logo chora.

Amora
sorri agora,
querendo dançar
comigo lá fora.

Triste que agora
a nuvem lá fora
chora...
E com a rua toda molhada
a Amora pode
ficar gripada.

Chove lá,
mas de cá
a Amora liga o som
pra gente poder dançar.

Eu sou desanimado,
sem jeito pra a dança.
Prefiro ficar
no sofá deitado
assistindo a essa criança.

Mas Amora teimosa
logo me puxou
do confortável estofado
e me ensinou até
um belo rebolado.

(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 8 de agosto de 2012

Molhado

Casaco molhado
de suco de uva.

All star ensopado
pela água da chuva.

E eu cabisbaixo
caminho na rua.

(Sarah Magalhães)