quinta-feira, 14 de junho de 2012

Escrever

Pode até parecer impessoal o que digo,
o que rimo,
o que escrevo...
Fico feliz que pareça, acredito que
seja uma qualidade textual.
Fico feliz,
mas nao o suficiente.

Preciso dos teus olhos nessas linhas,
percorrendo os meus ditos sentimentos...

Do que adianta eu escrever belas cartas,
belas rimas, para você...
Se não é você quem lê,
se não é você quem gosta,
se não é você...
E se nao for você? De que me servirão tão belos textos?
De que me servirá tantos leitores?

Não me faz sentido escrever para você,
se você não me lê...

Mas não canso de escrever meus amores e sentir minhas dores e pensar em você.

(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 13 de junho de 2012

Flor no Jardim

Faz falta o teu cheiro.
Faz falta te ver toda manhã
                  te ter sempre perto
                  de mim.
Oh, como faz falta,
Querida Flor, no meu Jardim.
              
  (Sarah Matos Magalhães)

terça-feira, 12 de junho de 2012

Dias dos namorados




Araras apaixonadas
aos olhos de pessoas sensibilizadas
pelo terno amor dispersado
nesses dias dos namorados.

Nesses dias mesmo, 
no plural.
Porque se são namorados
e há amor,
todo dia é dia dos namorados,
não importa que data
o comércio quiser impor.

Para alguns,
apenas papel dobrado.
Para alguns outros,
pássaros apaixonados. 

Essas são ararinhas
de origami,
feitas pela minha irmãzinha
para quem quer
que ame.

(Sarah Matos Magalhães)

Uma história estranha, para o dia dos namorados

Dia dos namorados,
shopping centers lotados,
corações apaixonados
e alguém num canto calado.

Esse alguém lia um livro,
não consegui ver a capa...
mas não importa.

Peguei minha mochila
e sentei ao lado.

Era um garoto 
de olhos escuros
e profundos,
blusa xadrez e cabelo enrolado
-meio despenteado-

Abri o meu livro, 
para ler ao seu lado,
dei um sorriso.
Fiquei.

O tempo parecia confuso:
meio ensolarado,
mas o céu querendo ficar escuro...
O tempo, sem vento,
parecia criança em cima do muro,
sem saber se vai pra lá
ou pra cá...
e acaba que fica sentado, olhando.

Esse tempo meio desnorteado
fica sentado observando
os casais passando
os consumistas comprando
os poetas compondo
as meninas dançando
os meninos jogando futebol num campão...
Fica olhando também,
aqueles que passam em vão,
apenas sorrindo, ou não.

Uma guria passeando com o cachorro
e um senhor passando com o saco de pão.

Enquanto isso 
estou sentada ao lado
do garoto desenturmado,
lendo o meu livro
e vendo o tempo decidir,
se vai passar ou ficar aqui.

Então ouço o garoto rir
e depois sorrir.
Para mim?

Ele se virou,
fez uma cara meio engraçada
como quem não quer dizer nada,
e me falou:
- Feliz dia dos namorados
garota dos cachos dourados!

Por algum motivo,
fiquei sem graça
e senti as minhas bochechas
ficando avermelhadas.

Acho que pisquei, 
fechei o livro
e depois falei:
- Feliz dia dos bananas 
para você também.
Meu nome é Eduarda,
sentei aqui e nem me apresentei...

Ele se levantou
e com um gesto cavalheiresco, 
também me levantou.
Achei tão estranho,
ainda não sabia seu nome,
mas sabia conhecer aqueles 
olhos misteriosos,
talvez de algum sonho.

Fomos caminhando por aí,
conversando sobre os livros
e sobre pedras...
pedras mesmo.

No caminho (para não sei aonde)
a gente viu uma senhora,
sentada na rua pedindo esmola...
Um palhaço,
trabalhando sério no semáforo...
Um camelô,
vendendo doces em frente ao metrô...
Uma guria,
vestida de Rosa e andando de patins...

Atrás dela vinham
deslizando também:
orquídeas,
tulipas,
margaridas
e um Cravo.

O cravo
era um garoto
muito alto e magro...
Atrás dele,
vinha outro rapaz
(de jeans e camiseta branca)
que pedalava uma bike cinza
enquanto filmava
as tulipas e margaridas
zanzando e desejando
feliz dia dos namorados a todos que passavam...

Enquanto rolava essa festa,
eu e o garoto dos olhos profundos 
ficamos parados olhando
e tentando entender 
o que aquele povo queria fazer.

Tudo se explicou.

O cravo alcançou a rosa.
As tulipas e margaridas
sorriram e fizeram roda.
O cravo beijou a rosa.
As flores estavam cantando 
uma musiquinha apaixonada,
enquanto o garoto da bike cinza se aproximava.

Dessa bagunça a rua estava rindo.
Era um clipe apaixonado
de alguns doidos fantasiados.

Eu ainda sorrindo perguntei
ao garoto de olhos escuros
e profundos,
se queria tomar um sorvete
lá perto da rua debaixo.
Ele respondeu que preferia
um açaí que ficava logo ali...
No caminho ele me falou
que achava o dia dos namorados engraçado,
meio inútil, mas engraçado.
E disse que o seu nome
eu não havia perguntado.

Foi aí que eu notei...

Mesmo assim não perguntei.

(Sarah Matos Magalhães)

segunda-feira, 11 de junho de 2012

Sufoco

Meu peito se aperta
como se quisesse sumir.

Minha cabeça dói,
minhas pernas estremessem.

Tudo parece longe...
Minha cabeça gira.

Tudo gira.

Me sentei no chão frio:
o teto parecia janela,
a janela parecia chão
e eu me perdi...

Me perdi dentro da minha própria casa.
Me perdi dentro de mim.

Estou meio tonta ainda,
deve ter sido aquele vinho
cor de sangue.


(Sarah Matos Magalhães)

domingo, 10 de junho de 2012

Verso para sorrir

Pode até não ser
tão belo e singelo
como eu gostaria.
Mas com certeza
é sincero e escrevo
para que você sorria.

(Sarah Magalhães)

sábado, 9 de junho de 2012

Saudade

Ficar te esperando
em frente ao pc.
Aguardando seu email
como em filmes da tv.

Ligo essa geringonça.
Abro a caixa de entrada:
olho espero atualizo a página.
Não há email, não há resposta, não há nada.
Há amor.
Há distância.
Há tudo em abundância...
tanto carinho como mal jeito,
tanto amor como preconceito.

Eu sinto saudades tua.
Sei que sou ansiosa.
Sei que me ama calma ou nervosa
e que me olha de um jeito só teu.

Estou pensando tanto em você, em como está.
Não sei se ri, se chora, se varia entre as emoções.

Sei que te quero muito bem
e quero continuar sentindo 
angústia saudade medo 
desespero esperança amor.
Para receber uma notícia sua e vibrar 
como se uma medalha de ouro 
acabasse de ganhar.

Quero para sempre o nosso vínculo.
Não vejo posse,
só o que vejo é cumplicidade
e o que mais sinto,
se chama saudade.

Saudade boa,
saudade com amor,
dessas que a gente sabe 
que só aparece para fortacer nosso laço...

E que no reencontro,
esmaga-se em um abraço.

(Joana Marques)

Meus segundos e terceiros e quartos nomes...


O meu nome é Sarah e as poesias do caderno são de minha autoria, mas não se assuste ao ler algo assinado como Carina M., Joana Marques ou Sr. Amor, são personagens criadas por mim. 
Quando comecei a escrever, queria saber a opinião de uns amigos sobre os meus versos escritos. Nessa época, o caderninho era o azul e resolvi passar umas poesias minhas para lá, mas com um pseudônimo, para ver se alguém iria reparar. Misturei minhas poesias com músicas que eu gosto, uns desenhos bonitinhos e autores famosos, e entre eles coloquei a primeira personagem que criei "Carina M.".
O caderninho passeou de mão em mão até que para a minha bolsa voltou. Alguns nada comentaram, outros gostaram e se emocionaram, alguns disseram ser uma fofura, mas sobre a Carina, não falaram coisa alguma. 
No dia seguinte, estava eu com o caderninho em mãos e uma amiga minha veio conversar, me perguntou quem era essa Carina, -dei um sorriso de canto de boca- ela falou que gostou muito do caderno e que nunca tinha ouvido falar dessa autora, que quando chegou em casa foi pesquisar e nada o Google foi capaz de lhe informar.
Confesso que fiquei muito feliz e aquilo me motivou a escrever. Eu contei para ela, que não iria encontrar nada no Google mesmo, porque quem escreveu os versos fui eu. Ela olhou para mim e quase me bateu, me perguntou porque não havia dito antes, eu respondi que era um teste e queria ver se iriam reparar.
Nós rimos do acontecido e desde então eu não parei de brincar com as palavras, de mudar o rumo da prosa e de rimar nada com qualquer coisa.
Depois de assinar como Sarah Matos Magalhães algumas poesias, fui criando meus segundos e terceiros e quartos nomes -os pseudônimos- que hora ou outra podem encontrar por aqui.
Espero que todas essas palavras combinadas com carinho, agradem a cada leitor que folhear esse novo caderninho.

Com carinho, Sarah.

sexta-feira, 8 de junho de 2012

Drama

Ao próximo apitar
do relógio,
muito depois de me despertar,
vou sentar na minha cama
e me desesperar.
Mas em minutos me recupero,
não se preocupe.
Apenas o meu choro escute,
pois estarei a ensaiar
para a peça de teatro,
que amanhã hei de encenar.

(Sarah Matos Magalhães)

quinta-feira, 7 de junho de 2012

Amoresia

Para você poder me ver a noite
antes de dormir,
vou tirar uma fotografia,
usando a amoresia,
que é a mais nova tecnologia
para salvar imagens de amor.

Revelo o retrato
e peço ao meu anjo,
que ao encontrar com o seu
leve a imagem com um sorriso meu.

Para que antes de dormir,
tenha uma lembrança boa para olhar
e que te faça feliz.

Eu espero o meu anjo voltar
ainda a noite 
com a notícia para me contar:
entregou o retrato num ato
ao seu anjo dourado
que voou e te entregou.

O sorriso meu
provocou outro seu.

A amoresia o espaço transcendeu,
o tempo e os planos percorreu.

Não deixou desconsoladas
duas almas apaixonadas.

Antes dos meus olhos fechar para dormir,
uma terna voz ainda pude ouvir...
Era o meu anjo, que bem baixinho
ao meu ouvido estava a falar:

"Foi bom perceber que há um puro amor em seu peito, 
ao encontrar-me com o anjo dourado, 
pude perceber que o sentimento é compartilhado.
Quero ter parte da responsabilidade
na história distante que se iniciou
e que uma parte do trajeto, até os anjos percorreram.
Nós colaboramos, querida,
para não se deixar apagar
um amor como o seu." 


            (Sarah Matos Magalhães)

terça-feira, 5 de junho de 2012

Rapaz

Não fique assim mais uma vez rapaz,
não sabe o mal que isso me faz...
(Não sei o mal que isso te faz)

Não se feche para
todos.
Não conte o que sente, se não quer,
mas confie em mim
e me abrace assim, 
apertado...
Quando quiser.

(Sarah Matos Magalhães)

segunda-feira, 4 de junho de 2012

Calmaria

Eu quero ouvir
você
gritar baixinho
sem acordar
o passarinho.
               
                (Sarah Magalhães)

domingo, 3 de junho de 2012

No meu quarto

Eu abri a janela para entrar um vento...

o vento entrou
o quarto esfriou
a chuva caiu

o vento cantou
a quarto escutou
e uma folha caiu

Fechei a janela
mas o vento a abriu.
Deixei.

Cansei da tristeza que entrou pela janela
não deixo mais que me toque.
Me protejo com meias luvas e cobertor
quentinho como um amor.

Um certo amor...

(Sarah Magalhães)

sábado, 2 de junho de 2012

Queria te falar

É bom poder compartilhar contigo,
meus sentimentos, minhas angústias,
meus conflitos e minhas alegrias
É bom poder torná-las então nossas.
Nossas alegrias.

Conhecer uma alma alheia,
é como invadir o seu coração
com permissão.

Compartilhar o que você sente
é também dividir sua alma,
seu coração.

É tudo recíproco.
É tudo real.

É confiança de amigo,
É a vida carnal se fortificando por meio do pensamento
E multiplicando o sentimento,
alegria.

É quase uma forma de magia,
que se resume nessa modesta poesia.

(Sarah Matos Magalhães)

sexta-feira, 1 de junho de 2012

Príncipe-amigo-dos-sonhos

O príncipe, meu melhor
sonho
O amigo, meu maior
príncipe
O sonho, meu melhor
amigo
Quero você comigo,
meu melhor príncipe-amigo
dos sonhos
Que sonho todas
as noites
E que espero
acordada.

                (Sarah Matos Magalhães)