sexta-feira, 6 de julho de 2012

Cartões-postais

Ah, por favor
não me escreva mais poemas
que tanto me fazem chorar.
Você, aí de longe
diz que me ama,
rima amor com dor,
escreve alguma coisinha
e assina "Com amor, Amor."

Isso me cansa.
Faz mais mal
do que bem.

Se você quer me ver feliz,
de verdade, de coração,
vem aqui, me faz uma surpresa,
quem sabe
canta uma canção...

Mas também
não estou pedindo serenata
nem nenhuma demonstração
pública de amor.

O que estou querendo
é ser realmente amada
sem ser segurada
por um alguém
que nem me vê,
nem pessoalmente, nem nos sonhos
nem... nem na memória.
Ao menos é isso que me faz imaginar.

Todo mês,
chega-me um cartão postal,
é sempre bonito,
comprado em alguma banca de revista...
É sempre um cartão daqueles
tão enfeitados que se fossem guardados até dezembro
serviriam como lembrança de natal.

Vem com umas poesias bregas
ou uns poemas
daqueles mais arcaicos.
Eu até gosto, para ser sincera.

Mas o que me mata
por dentro
e aos pouquinhos
é essa sensação
de abajur.

Sensação de ser aquele
abajur verde oliva,
que a sua tia de segundo grau
te deu de presente
no último natal...

Você nunca ligou o abajur,
só uma vez, quando ela te visitou.
E nem foi você!
Foi o seu sobrinho pentelho,
para ver se o presente prestou.

Ah, então, deixe-me voltar para aonde estava...

O abajur verde oliva:
eu me sinto como ele,
porque você o tem ali
quietinho a te esperar, paciente.
Para quando precisar usar,
para ler um livro, estudar...
Aí, você precisa:
acende e depois,
dorme,
esquece-o ali empoeirando
e se desgastando
só olhando você dormir.

Mas ainda estou em uma situação pior!
Nem ver-te a noitinha posso,
ou a hora que for...
Você, do outro lado do continente,
esqueceu-me e nem pela internet
me diz o que sente...

Oras, me cansei!

Nem sei se você se importa,
mas escrever me trás
uma sensação de coragem,
de força,
de ser capaz de acabar com esse mal
que você anda me fazendo
(talvez até, sem nem saber que faz)

Vou fazer assim,
a partir de hoje,
não vou ler mais
seus cartões postais.
Quando chegarem,
envio pra Tailândia,
ou pra Uberlândia...
tanto faz.

(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Dose de amor

Você escreve com o coração
enquanto os outros usam a mão.
Você me encanta a cada palavra
enquanto os outros,
nem se encantam com nada...

Tuas poesias, tuas melodias,
alegram minhas noites
e alegram meus dias.

Teus sorrisos,
teus abraços:
meus sorrisos,
meus abraços.


Tudo assim, espontâneo.
Tudo muito momentâneo.
Infinitamente,
cada momento 
mais intenso
que o anterior.

Cada rima com uma dose maior
de amor.


(Sarah Magalhães)

segunda-feira, 2 de julho de 2012

Aconteceu

Gosto de me surpreender com você...
Sabe, sempre acontece.
Sabe, sempre gosto.

Estou repetitiva.
Eu sei.

Sabe, você é uma daquelas pessoas,
que nunca se consegue esquecer,
tão bom foi, poder te conhecer.

(Sarah Magalhães)

domingo, 1 de julho de 2012

Cantar

Queria te cantar
um trecho de uma música
que nesta tarde estive por escutar.

Mas me desculpe, eu não me lembro.

Sabe, já estou com sono e cansado.
Por isso, boa noite
e amanhã eu te canto algo.

(Sarah Magalhães)

quinta-feira, 28 de junho de 2012

A poesia do mês





O Caderno Descolorido comemora um mês de existência e para a minha alegria, com 1000 acessos completados!
Muito obrigada a todos que acompanham esse caderninho, espero que continuem curtindo.
Depois de muitas poesias "do dia" compartilhadas por aí, escrevi A poesia do mês, aonde os dias tentei resumir.


A poesia do mês

Cada palavra publicada
neste caderno
(pelo Google dito "Descolado")
é escrita com muito carinho,
para tocar o leitor
como um terno abraço,
ou para alegrar o amigo
que estiver ao seu lado.

Cada vez que escrevo algo novo,
gosto de ler baixinho, quase sussurrando,
depois mais alto, para quem estiver passando.
E a minha irmã que o diga,
pois já está cansada de tanto me escutar
pela casa com os versos a recitar...
Fala até que não tenho amigos,
e que por isso me prendo nos livros
e com as poesias
me ponho a conversar...

Converso mesmo.

Mas com esse blog,
não converso sozinha:
cada acesso a mais por dia
traz-me enorme alegria.

Eu fico daqui,
tentando imaginar
o que será que se passa
pela mente de quem vem
o caderninho folhear...

Não sei bem.
Podem me contar a qualquer hora,
na rua,
no mercado,
na padaria,
no shopping...
Ou por uma mensagem particular,
tem também a página no facebook,
o twitter e o tumblr,
depois olha lá...

Esses versos de hoje
são mesmo para agradecer
a todos que por aqui passam
e que costumam as poesias ler.

Em apenas um mês,
me surpreendi
com quanta gente diferente
tem passado por aqui.
E esse é o meu maior presente,
o melhor retorno.
Quebra um pouco daquele medo,
do friozinho na barriga,
de escrever em vão...
escrever para ninguém ler.

Estou muito contente
e não não vou abandonar 
esse caderninho
o qual escrevo cada página
docemente.

Além dos meus versos 

de agradecimento aqui escrever,
também um pedido gostaria de fazer:
Compartilhe com um amigo
a página do Caderno Descolorido.
Fique a vontade 
para me mandar uma mensagem
comentando alguma postagem
ou apenas deixando um "Oi",
continue acompanhando o que digo
por meio dos versos escritos
e se tiver alguma história de amor (ou horror) para contar,
eu vou gostar de escutar,
quem sabe até com uma poesia
sobre a tal história eu volte 
para recitar.

Jogarei verbos
nessa estrofe para
agradecer comemorar
amar terminar 
e depois continuar.

(Sarah Magalhães)

terça-feira, 26 de junho de 2012

Efeitos

Qualquer olhada tua
pode me fazer sorrir.

Qualquer olhar a lua
pode me fazer dormir.

Cada brilho, cada luz.

Cada brisa
Cada vento
Cata-vento
Alegria

Cada coisa
Cada dia

Cada um
Na poesia

(Sarah Magalhães)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Estou

Estou
com sono
cansada

Estou
pensando em você
querendo te ver

Estou
tentando rimar
só para te agradar

(Sarah Magalhães)

domingo, 24 de junho de 2012

Sem nostalgia

Sem nostalgia hoje...?
Mas todo dia tem um quê de nostalgia.

Gosto de recordar aqueles dias, 
ou umas boas poesias, 
aquelas mordidas, caretas, carinhos, conversas...

Gosto muito de tentar te agradar,
porque amo te fazer me amar:
com besteiras
com docinhos
com beijinhos
com carinhos
com sorrisos
com amor...

Queria que essa fosse mais uma poesia
que te trouxesse alegria,
mas desta vez sem a sessão de nostalgia...

Mas não dá...
Não dá para falar de agora
sem lembrar do que já passou.
Não sei dizer "Eu te amo"
sem lembrar que também me amou
e porque amou
e quando foi...

Talvez a minha maior alegria,
será te escrever uma canção
e poder cantar todinha pra você,
do fundo do meu coração.

Alguns dizem por aí
que eu tenho o dom...
De escrever, de encantar, de cativar,
de cultivar o que há de bom...
Fico toda metida,
mas sequer sei se é verdade,
já que a canção que um dia te escrevi...
larguei num canto
pela metade.

Mas para parar 
de remoer o passado,
a 'fita' vou acelerar...

tsss tsss tsss tsss

Hoje em dia ninguém mais usa fita,
mas eu achava divertido.

Eu também penso no futuro,
não me prendo a um tempo passado...
Porque bem, 
para escrever o que passou,
não se precisa de tanto 
imaginar, criar, pintar, desenhar
(na verdade precisa, mas vou deixar essa passar)

Agora, quando se olha para frente
com os olhos da imaginação...
Aí é que a farra começa 
e quer chamar atenção.

Eu mesma, as vezes fujo
da rotina
do tempo
e se pudesse 
até do espaço fugiria...

As vezes viajo
e me imagino contigo
dividindo um apertamento
meio básico, com um ar amigo.

Imagino a gente 
na cozinha
na varanda
no quarto
na sala de estar...

Imagino até você me esperando para o jantar,
sentado numa poltrona cor de berinjela
e terminando de ler mais uma revista 
daquelas suas de mangá.

Ou no fim de semana, me abraçando
e perguntando qual será 
o prato do dia
que eu vou te preparar.
E eu respondo com um beijinho
que é melhor você esperar,
por algo doce como brigadeiro
e quente como acarajé.
Gostoso como tapioca
e crocante como cookie.
Diferente como picolé de jabuticaba
e tranquilizante como mel.

Ah, sei lá... 
vou inventando um monte de besteira pra falar
e te enrolar.
Pra te levar pra um cantinho tranquilo, só nosso.
Pra gente esquecer dos problemas,
                   dos dilemas
                   dos floemas
                   dos edemas
Pra eu parar de falar besteira,
quando você realmente não mais aguentar...

Pra gente viver nossos dias,
escrever novas poesias.
Pra você compor uma melodia
e eu escrever o resto da canção.

Para que tudo que eu imagino um dia se realize,
eu sempre faço uma oração:
Pedindo paz, saúde, alegria, amor...
Desejando que os meus sonhos 
algum dia
tenham alguma veracidade
e se tornem no futuro,
novos dias de nostalgia,
dos quais irei sentir saudade.

(Sarah Magalhães)

sábado, 23 de junho de 2012

Sábado

Eu só quero
prender o cabelo,
vestir meu pijama
-ficar com ele o dia inteiro-

Pensar o que quiser.
Realizar o que der.

Lembrar de você
a me minar.

Fazer o dia render
e a poesia rimar.

(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 20 de junho de 2012

Um lar

Não conto mais segredos
nem me distraio mais não.

Eu ouço a minha vida.
Escrevo uma cantiga.
Tento ouvir o coração.

Procuro um abrigo quente,
aonde eu possa repousar.

Um lugar que me alimente
de amor, alegria e mar.

Um lar.

(Sarah Magalhães)

terça-feira, 19 de junho de 2012

Saudade

Tenho é saudade daquela vontade
que tinha
que vinha
que ia e vinha
que foi...

Voltou.

Ah, mas que mentira!
Não tenho saudade de vontade minha,
vontade vem e vai
mas sempre volta.

Do que sinto falta
é daquela Maria.

Ah, Maria...

(Sarah Magalhães)

segunda-feira, 18 de junho de 2012

O que quero

Quero mais a paz
do teu sorriso.
Quero mais o brilho
dos teus olhos.


Quero mais um momento contigo.
Para mostrar
o quanto
ainda te cativo.


(Sarah Magalhães)

Novidades!

Agora podem curtir as poesias do Caderno Descolorido também pelo facebook! Clique aqui e acesse a página!


Lá vou postar as poesias com algumas ilustraçõezinhas, para dar uma coloridinha na coisa. rs.

Para vocês terem alguma ideia:


Além das poesias no face, outra novidade são os marcadores de página do blog, que são personalizados com trechos das minhas poesias ou tematizados com bichinhos (joaninha, vaquinha, abelhinha), aos poucos vou postando aqui para vocês verem. Quem ainda não tiver o seu pode entrar em contato comigo pelo email cadernonegro.contato@gmail.com ou pela página 
Caderno Descolorido.

Marcadores de página de joaninha.

Marcadores de página personalizados com versos (d)e amor.
ps.: também tem marcadores masculinos, sem enfeites, apenas com os versos escritos.

E aí pessoal, curtiram as novidades?

Com carinho, Sarah.

domingo, 17 de junho de 2012

Antes de dormir

Mais eu tenho para lhe escrever,
mas agora vou dormir.

Queria rimar e anoitecer
escrevendo sobre o céu
                 as nuvens
                 as estrelas
                 e contando casos
                 sobre você.

Mas ainda sou pequena
e tenho horários a cumprir,
por isso aqui lhe deixo um beijo
e um abraço para concluir.

(Sarah Magalhães)

sábado, 16 de junho de 2012

Ternura

Suas poesias chegam a mim
como rosas que nunca perderão seu perfume.
Como beijos suaves e doces
que sempre irei me lembrar.
Cada palavra, escrita tua,
desperta um sorriso meu,
um brilho no olhar.

(Sarah Magalhães)