quarta-feira, 19 de fevereiro de 2014

Karate é poesia agora?!

Hi queridos! Hoje tenho novidades! haha
Vou fazer uma temporada de posts poético-marciais, tentando unir a arte de escrever à arte marcial Karate, já que pratico as duas, talvez dê certo... Digam-me o que acham!

Vou começar contando um pouco
de tudo isso...
Quais são meus planos...

Antes do Caderno Descolorido,
joguei na rede o "Karate On"
para falar do Karate Uechi Ryu...

Aos poucos deixei ele de lado, empoeirado.

Mas agora acho que reanimei,
porque a poesia e o karate
muitas vezes são vistos com alguns mitos
e com preconceito...

Talvez eu consiga desmistificar um pouco disso
e contar umas curiosidades, ou simplesmente conversar
sobre o que amo praticar.

Então, aguardem as poesias que dirão
sobre como poesia não precisa ser arcaica
e como lutar não é só para os caras fortões.

Eu misturo palavras esquisitas numa estrofe
e aplico um adjetivo mais esquisito ainda,
rápido como um golpe.

Eu tento me esquivar numa luta
e contra-atacar com versos
a amnésia que me dá
na hora que pego papel e caneta
para poetizar.

Até logo senhoritas e senhoritos,
voltarei com muitos versos
e o que mais eu conseguir ir produzindo.

Com carinho, Sarinha.



domingo, 16 de fevereiro de 2014

Planos para fevereiro

Será que esse seria,
um fevereiro sem poesia?!

Talvez dona Sarah estivesse
apenas pensando em algo diferente
para publicar...

É interessante unir a arte ao mundo real,
eleger a ela uma função social.

Gostei da ideia.

Em fevereiro então,
é provável que você leia
um bom
poema de atitude
ou um
verso sobre educação.

A sutil educação de se viver,
de saber aproveitar a saúde
e de doar sem buscar algo em troca.

Esse mês por aqui,
talvez você leia
alguns versos que te impulsionem
a levantar da cadeira.

Com carinho, Sarinha.

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Terceiro A, de gordinhos


Ah meninas!
E meninos...

Eu tenho tantas coisinhas fofinhas e bonitinhas para dizer-lhes...
que nem sei por onde começar.

Começa do começo abestada!

Então tá...

Vocês conhecem um pouquinho da minha história,
de quando cheguei no Segundo A quase de paraquedas...
E num passe de mágico virei representante de turma
e logo mais comecei brincar de ser poeta.

E sabiam que eu gostei!? Rsrsrs
De representar, de alguma forma, vocês.
E de escrever versos
entre as bolachas recheadas e as aulas de inglês.

Caberiam nessa poesia
milhões de desabafos e
agradecimentos...

Mas, vou tentar relembrar com vocês
de alguns dos nossos bons momentos.

Não consigo imaginar a nossa turma
sem lanches e migalhas de comida espalhadas pela sala.

Quem acha que cortar bolo com faca é sucesso...
Hum, não sabe de nada!

A gente tem nossas diferenças,
mas todos temos algo em comum:
viemos parar em uma turma
que não assiste aula em jejum.

Pão de queijo, suco, biscoito recheado,
bolo de côco, de beijinho, chocolate...
Refrigerante, brigadeiro, casadinho, jujubinhas,
coxinha, risole, kibe, folheados...
Rosca doce, torta de frango,
bolo de cenoura com cobertura e granulado enfeitando...
Copo, guardanapo, cupcake, brigadeiro de colher,
pirulito de morango, amigolate e um monte de mulher...

Nossa turma.

Ah, deixa eu falar...
Porran, teve dias que eu tive vontade de chorar,
falando que já deu, cansei, não aguento mais,
essa escola, essa gente todo dia, esses professores
dizendo para eu me empenhar mais e animar a turma...
e eu tentei, depois escuto que tenho que animar a mim mesma e não a turma...
e já sou meio pirada assim, sozinha, daí ouvindo tantas vozes, fiquei mais maluca ainda!

Falei mentalmente:
Chega dessa confusão...
Vou estudar com a mente leve
e com meu caderno de poesias por perto
para quando precisar externar o que não cabe no meu coração.

Funcionou, eu acho.

A gente viu tanta coisa passar,
talvez, sem perceber o tempo passar...
Quantos de nós não foram embora?
Trabalhar em outro lugar,
estudar no Canadá
ou na UnB
porque passou no vestibular.

A gente recebeu gente nova,
que veio dar aula,
que veio coordenar,
que veio assistir aula,
que veio badernar.

E todos esses "vai e vem's"
formaram a turma que somos hoje:
cheia de diferenças...
No início toda receosa
e talvez preconceituosa.
Dividida em panelinhas,
cada uma já tinha as suas amiguinhas...
Mas em pouco tempo percebemos
que em sala de gordinhos,
juntar as panelas é melhor!

As meninas, ditas novatas,
acredito que foram recebidas com carinho.

Os meninos, nossos heróis,
são os mais lindos de toda a escola
por suportarem-nos todas as manhãs.
Os meninos, foram privilegiados,
por depararem-se todas as manhãs,
com as meninas mais lindas da escola.

Esse ensino médio, meio louco,
amável e conturbado...
Foi uma experiência marcante para todos
e se saiu melhor do que eu havia imaginado.

Eu espero, do fundo do coração,
que de todas essas manhãs de 3º "A"
alguns momentos tenham sido mágicos,
alegres, encantadores, adoráveis...
Espero que cada um de nós
tenha algo lindo para contar aos amigos,
sobre esse terceiro ano.

A essa altura, depois de tanta poesia...
Vocês podem já estar dormindo,
ou até sorrindo, talvez chorando...

(Na verdade é certeza que tem alguém lanchando) Rsrs

Mas danem-se, vou continuar falando... u.u

Os nossos trotes...
Que trotes?

Como pode algo tão besta se tornar
momentos tão divertidos?

Vai saber... Não me imaginava indo a escola de vestido...
Mas senhoras e senhores, quer dizer, senhoritas e senhoritos,
ser Mulher Maravilha, Bela, Pac-Men, Cawgirl, Alice,
Chapeleiro, Bruxa, Minnie, Pirata, Sra Incrível, Vandinha Addams,
Arlequina, Batgirl, Robin Hood e tem mais eu sei, mas cansei...
Ser por um dia a personagem que quiséssemos, foi fantástico.

Eu particularmente achei que ser a Vandinha foi o máximo! Rsrs

Os The Teaches cantaram "Estrada" para nós, formandos...
Engraçado é que por mais "batida" que possa ser a música,
ela tem que ser tocada, porque ninguém sabe o quanto nós caminhamos para chegar até aqui,
nem o quanto nós caminhamos antes de dormir.
E vou falar para vocês, escrevendo esses versos, eu nem cochilei. (é sério)

Entre tapas e beijos
nós crescemos de forma individual
e coletiva.
Amadurecemos.

Entre esse tanto de mulher,
direto a gente viu escorrer o veneno...
Opa, limpa aí... Rsrs
Mas é assim, mulher é mulher e fim.

Mas acima das nossas diferenças,
encontramos uma diferença em comum...
Se é para falar mal de outra turma,
é um por todos e todos por um!

E os jogos de queimada que o digam...

Eu brinco assim,
mas quando a gente lembra
é até divertido...
Já passou.

Eu quero falar para todos vocês,
que valeu muito a pena ter estudado
com os senhoritos.
Cada trabalho maluco que fizemos,
bate-bocas que tivemos,
problemas com professores,
Fenações que perdemos,
Semana de Arte toda divertida
e cansativa...
O passeio para a Chapada
naquela trilha infinita,
o trabalho de Brasília
em que aprendemos a "sustentar"
mais essa tarefa pedida, valia nota né...

Quero agradecer a vocês
por confiarem em mim
como representante,
e como estudante
e como amiga.

E quero dizer-lhes que nesse poema,
não trago versos de despedida...

Eu estou extremamente feliz em saber
que ano vai acabar, o natal vai chegar,
as férias vão existir, o ano vai mudar...

A rotina de cada um de nós vai mudar...
E foi por isso que ansiamos nossas vidas escolares inteiras.

Desejo que cada um encontre um caminho para seguir
e que esse caminho seja iluminado e repleto de conquistas.

Eu já disse que nesse poema, não escrevo versos de despedida.
Digo-lhes que valeu a pena, ter sido por vocês, a representante escolhida.

Entre os passos dos nossos caminhos,
com certeza nos reencontraremos,
seja na rua, na padaria, na esquina,
no trabalho, na faculdade, num bar,
seja no meio da chuva em Águas Claras
ou numa pracinha do Guará...
Seja visitando um parente em Sobradinho,
ou indo ao cinema com algum sobrinho,
ou por que não, em um cruzeiro, no meio da mar!?

Sei lá... Todas as opções estão a nossa frente.

Sigamos cada um, em busca dos nossos sonhos
e sonhemos a cada dia e a cada noite
mais e mais...

Porque sem sonhar, a vida fica meio sem graça, sem tempero...

A gente pode marcar sempre de se encontrar,
para continuarmos o lanches marcantes
que alimentaram nossas barrigas, almas e corações.

Agora acabou.
O vídeo.
O apito do Arley.
A farra do boi.
O robô-cop gay.
A oração antes da aula.
A comilança dentro de sala.
Acabaram as nossas aulas.

Agora acabou
o poema também.

Com carinho, Sarinha.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Fotógrafo

Hoje é dia do fotógrafo...
Eu nem sabia.
Mas achei legal.

O que seria de mim sem uma fotografia
para eternizar um momento especial?

Hoje é dia do fotógrafo
e eu me lembrei
de um álbum de fotos minhas
que com carinho guardei.

Álbum de bebê que papai fotografou
e com carinho minha mãe montou.
Álbum de formatura, que costuma custar uma fortuna.
Álbum de natal, mesmo que eu não tenha saído com um sorriso legal.

Agora a gente tem o instagran,
o facebook, flickr e tumblr,
tem tanta mídia social
que nem precisamos de papel.

Talvez amanhã o jornal
seja somente virtual
e adeus daremos às bancas
de revistinhas, de figurinhas, de jornal.

O tempo voa.
O homem, evolui?
O tempo voa.

Nossa memória cheia de imagens,
não esquece um momento ao observar
uma fotografia que tivemos o carinho de guardar.

Feliz dia do fotógrafo!

Com carinho, Sarinha.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Uma vida

Tem vezes
que eu quero morrer rápido...
Mas tem vezes
que eu quero ser um velho pirado.

Eu quero ser
uma senhora gatona que corre maratonas
e que ainda tenha lucidez para escrever
e ainda tenha bom gosto musical
e muito amor.
É.

A gente pode trabalhar isso,
se namorar, viajar o mundo.

Eu vou tietar você,
aonde quer que você toque,
o que quer que você cante.

Sua fã numero um, companheira,
amiga, confidente, amante.

A gente pode casar e ter filhos,
comprar uma casinha num lugar tranquilo
(cheio de natureza, ou perto de um parque para correr
e para os meninos irem brincar).

Trabalhar com música, arte,
fazer artesanato, semear poesia,
publicar um livro, cantar um dia contigo.

Envelhecer, sem ver o tempo correr.
Deixar o cabelo grisalho.
Um dia ou outro a barba sem fazer.
Lembrar histórias da nossa adolescência,
o nosso primeiro abraço, riso e beijo,
o primeiro amasso, encontro,
o primeiro verso da nossa história.

A gente pode envelhecer juntinhos,
nossos filhos já, cada um seguindo o seu caminho.

Você um velho louco pirado,
com uma senhorinha grisalha
e em forma do lado.

Seríamos dois velhos loucos
um pelo outro.
Seríamos dois velhos pirados
e apaixonados.

Mas a gente também pode ir
comer uma pizza em vez disso, sei lá...

E mesmo assim eu vou te amar.

(Sarah Magalhães)

terça-feira, 31 de dezembro de 2013

Alegria


Alegria

Recebi um presente
de uma pessoa chamada Alegria.

Ela faz parte da minha vida
desde a virada do milênio.

Quando muitos diziam 
que em 2000 o mundo iria acabar.

Eu sabia que era tudo balela
e era o ano que a minha irmãzinha iria chegar.

Qual seu nome? Alegria.

Recebi um presente de quem me ensinou
sobre o encanto de inventar história
e de brincar com as palavras
e me inspirou a pensar em versos e palavras rimadas...

Com seus risos incessantes,
seu olhar brilhante
e seu abandonado blog de poesia

Eu recebi o presente mais feliz da vida.
Eu li o poema mais bonito da vida.

Recebi num balão
a poesia mais linda que pode existir!

Cheia de um ar de alegria,
cheia de amor,
cheia da menina mais linda do mundo
e que alegra o meu viver.

Eu recebi a alegria escrita em versos
da minha irmã Lele.

(Sarah Magalhães)

domingo, 29 de dezembro de 2013

Sarinha cozinha?

Quem me conhece um pouquinho, 
sabe o quanto não levo jeito com cozinha. 

Normalmente a louça é minha, 
porque no fogão sou um desastre.
O forno demorei aprender a acender
e assar bolo sem que ele queimasse!?
Quando sentia o cheiro de queimado,
nem adiantava mais correr.

Quem me conhece um pouquinho mais,
sabe que mamãe tem mãos de fada.
Cozinha divinamente, tortas doces e salgadas,
faz doces, pudim, gelatina colorida, tapioca, panqueca,
manjar de coco e tantas maravilhas que você nem imagina.

Então, eu nunca precisei cozinhar... Entendem?

E nem sei cozinhar nada além
de brigadeiro, mousse, tapioca
e...
Só.

Mas me arrisquei a cozinhar,
quis fazer um bolo colorido,
só porque acho bonito.

Quando eu separava a massa para colorir
meu irmão entrou na cozinha e começou a rir.
Ele perguntou se o meu bolo era para a parada gay.

Quando eu separava a massa pra colocar a gelatina de abacaxi
minha mãe entrou na cozinha e também começou a rir.

Eu devo ser piada cozinhando sozinha,
porque todo mundo que me olhava soltava alguma piadinha.

No fim o bolo não queimou.
No fim o bolo ficou bom.
No fim o bolo até rimou.

No fim o bolo acabou.

Com carinho, Sarinha.




domingo, 22 de dezembro de 2013

A poesia

Às vezes a poesia vem de encontro,
ela te abraça, sorri para você.

Às vezes a poesia te tira para dançar
e misteriosamente não te deixa tropeçar.

Às vezes a poesia é tão sua,
que só você enxerga e só você consegue ler.

Assim é bom,
faz ela ser secreta (aos que caminham)
e radiante (só para você).

A poesia,
leve e sutil como só ela,
é desmaterializada
para quem quer acolhê-la
no fundo da alma.

(Sarah Magalhães)

quinta-feira, 19 de dezembro de 2013

Marília brilhante

Professoras sentadas a mesa,
todas entretidas a conversar.

Marília com seus alguns aninhos
empenhava-se como uma Tarsila ao desenhar...
Mas ela precisava de mais material,
uns lápis de cor não cairiam mal...

Mamãe, preciso de lápis colololido pa terminar!
Mamãe, eu preciso!

A mamãe estava entretida junto as outras professoras a conversar.
Mas a tia Mari tentava ajudar...

Precisa de que meu bem?
Dos lápis colololidos!

Onde eu vou arrumar isso minha flor,
usa essa caneta aqui!

Não, aquela tia que tava aí do seu lado tem!

Que tia?!
Aquela que tava aí com você!

Como ela é?!
Aquela tia dos cabelos brilhantes!

Pequeninas mentes brilhantes
enxergam em fios sem cor
um brilho cativante e encantador.

Tomara que eu possa crescer com a mente
tão brilhante quanto o meu cabelo vai ser.

(Sarah Magalhães)

domingo, 15 de dezembro de 2013

Simplicidade

Um dia minha mãe volta do trabalho contando que indicou uma poesia minha para não sei quem... Tudo bem. Termino de lavar a louça. Ela me conta que o marido de uma amiga leu meu blog e gostou muito e mandou um livro lindo para mim e que ele disse que sou uma escritora e que tenho que conhecer o mundo e eu fiquei tão feliz! O tal livro é "O flâneur, de Edmund White" Um passeio pelos paradoxos de Paris.

Essa historinha toda e o primeiro capítulo do livro me inspiraram a escrever a poesia "Simplicidade", que fala não só de Paris, mas do deslumbre que pode haver em qualquer cidade do mundo. Muito obrigada Sérgio pelo presente! Amei! E feliz aniversário Alê, cê é daora! <3 hahaha E mami, amo muito você, obrigada por inspirar minha vida. 
Agora, a poesia...


Simplicidade

Paris, o escritor e a cidade.
País, o amor e a felicidade.
Paz, o leitor e a simplicidade.

Simples cidades encantam os visitantes
e os transformam, bastam alguns passos.
Proporcionam uma explosão de fotografias sensoriais:
cafés, chalés, monumentos, momentos, esgotos, catacumbas,
livrarias, chapelarias, sorrisos, pássaros.

Um caminho.
Um voo.
Um observador.
Um poeta.
Um amor?

A grande cidade é aquela que colorimos
em nossos corações, em nossos versos
ou sonhos...
A mais bela cidade é aquela que habita em nós,
não a que habitamos.

A simples cidade que é a alma de um poeta,
abriga todos os que, com um sorriso ou uma flor,
queiram passar uma temporada por ela.

Um flâneur em Paris.
Um poeta peregrinando
esquinas de cafés e versos
da cidade abstrata de seu coração.

Em toda cidade cabe um charme, uma perfeição,
um flâneur ou um poeta para desenhá-la com precisão.

Precisamos observar a simplicidade
que cabe em nossos corações.

Como um flâneur em Paris.

(Sarah Magalhães)

quinta-feira, 12 de dezembro de 2013

O beijo silencia

Se eu te escrever um livro,
promete levá-lo contigo?

Se eu te declamar meu amor,
promete ouvi-lo como se ouve
o mais virtuoso cantor?

Se eu não parar de falar,
promete me beijar a boca
para me c a l a r ?

(Sarah Magalhães)


                   

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Caminho de sempre

No caminho para o estágio,
a casa da vó, o colégio ou o trabalho,
mesmo nessa dura rotina
com o ônibus chacoalhando
para baixo e para cima...

É quando devemos prestar mais atenção
ao brilho do sol e às cores da vida,
pois podemos encontrar uma velha paixão
em qualquer parada da avenida.

Os caminhos feitos sempre por a gente sem pensar
podem em uma bela surpresa se transformar...

Na cadeira ao seu lado, ensolarada e esquecida,
logo pode se sentar o grande amor da sua vida.

(Sarah Magalhães)

sábado, 7 de dezembro de 2013

Dona Sarah, Conselheira Amorosa

Meu amigo fica querendo conselho amoroso,
mas sou a pior conselheira que conheço.

Eu poderia indicar a ele uma cartomante
para levar a mulher amada em três dias.

Ou sugerir umas cantadas infalíveis
para conquistar o amor da vida dele.

Eu poderia emprestar umas poesias, indicar uma floricultura
e escrever a receita de um suflê de rapadura
para ele conquistar a mulher que tanto diz amar.

Se ele tivesse paciência para ler,
eu daria de presente um daqueles livros
ditos de auto-ajuda que ensinam
como relacionamentos ideais devem ser.

Caixas de bombons podem engordar.
Presentes podem se desgastar.
As flores murcham.
Os poemas largados na gaveta.
As cantadas funcionam tanto
quanto cantar dando pirueta.
Livro de auto-ajuda, se servisse para ajudar
não sairia todo dia mais um título a se lançar...
Um só resolveria.

Acho que de todas as opções,
o melhor que pude pensar foi a tal cartomante,
tem até referências...
Acho que vou anotar nome e telefone
num bloquinho e deixar na estante,
para quando ele vier me visitar.

Eu sou a pior conselheira que ele poderia conhecer,
mas amiga se esforça, não importa o "para que".
Só queria compartilhar isso,
obrigada por ler.

(Sarah Magalhães)

sexta-feira, 6 de dezembro de 2013

Caminho molhado

Entre as poças d'água
na rua toda molhada
vejo pegadas meio tortas
e atrapalhadas.

Parecem de crianças
brincando na chuva
sem a mãe ver.

Parecem, mas são apenas
um pouquinho do caminho
percorrido ontem por eu e você.

Entre as poças espelhadas
enxergo-me ao caminhar
e me lembro dos seus braços
tão firmes, salvando-me
quando entre as poças d'água
me deixei tropeçar.

Eu sorrio sozinha
e continuo a caminhar.

Mas dessa vez vou mais atenta,
lembrando que se tropeçar
estou sozinha
e vou me estabacar no chão
como uma jumenta.

Essas pegadas entre as minhas
podem ser de alguma criancinha...

Podem guardar alguma história
que a próxima chuva levará...

(Sarah Magalhães)