- Ooooi Sarah! Tudo bem!? E aí, que bom te ver! E as novidades?
- ...
Hoje tenho novidade! Na semana passada aconteceu o "II Colóquio Internacional O Realismo e sua Atualidade: Estética e Crítica", foram três dias de apresentações com ilustres convidados na UnB.
Além de enriquecedor, sensacional e instigante, esse evento foi um "furacão".
Furacão foi a expressão que a Joyce (nova amizade feita em meio à literatura) usou para descrever as aulas que temos com a professora Ana Laura, que adorei e, adotei para a vida.
Essa experiência de ouvinte das mesas de debates super densas e também descontraídas foi indescritível, mesmo assim tentarei descrevê-la:
Faz parte da vida universitária aventurar-se pelo campus,
buscar as salas que parecem não existir no mapa.
Encontrá-la, uma vitória.
Estou agora diante do palco.
Mas sou público e estou atenta.
Ou acredito estar...
Escuto, anoto, me pergunto.
Meu bloco de anotações cheio de rabiscos,
referências, conceitos e inquietações.
Meu olhar transpassa os sentidos que posso imaginar,
busco enxergar o todo e os mínimos detalhes.
Fico boba com o tradutor, que incessantemente trabalha
(confesso que me perguntei como ele traduziu desfetichização
-e acredito que não fui a única).
...
Eu me distraio também, com os trejeitos dos convidados.
...
Eu cochilo também. Estou ali acompanhando uma fala.
Eu sei que meu cabelo é como o seu,
o meu nariz também
e o sorriso é igual.
O nosso jeito de falar se esbarra
e o seu jeito de falar me ampara.
Muitas vezes, sem nenhum verbo
ouço-te em minha mente:
"Anda Sarah, siga em frente!"
Eu sigo
sigo seu exemplo
se gosto de Quixote, Drummond e Jorge
Li-os em ti em algum momento.
Espero que leia em mim,
uns versos seus.
Porque nunca me sinto sem você,
é disso que estou tentando escrever...
Uma borboleta pousou em mim para lembrar
que hoje é dia das mães, não posso deixar passar!
Outro dia escrevi sobre vó...
Tão especial que não cabe em um verso só.
Mas hoje é dia das mães...
Vou falar um pouco sobre a minha,
que é meu modelo de vida,
é cozinheira, professora, motorista,
amiga, conselheira e é linda!
É dona do seu mundo, é independente e cronista.
Talvez ela não tenha percebido
quão boa são as crônicas que sempre tem para contar.
Um só dia de trabalho já é rico em detalhes,
são tantas histórias, que até pego emprestadas para poetizar.
Minha mãe escreve história pelos dias,
pelos bolos, biscoitos, tortas,
receitas que só ela faz!
E me inspira a escrever meus versinhos
para não guardar só para mim sentimentos demais.
Aprendi com a minha mãe
que, belo como o pousar de uma borboleta,
é o saber compartilhar sentimentos bons
a partir da ponta de uma caneta.
Meu pai é tão louco,
que nem sei se cabe em uma poesia só.
Loucura que presencio a vida inteira
desde quando eu ainda tomava mamadeira.
Papai é louco por futebol,
não perde nenhum jogo do Cruzeiro.
Muito menos do meu irmão,
mesmo que para assisti-lo
precise dirigir por um dia inteiro.
Papai é louco pelas filhas,
acompanha tudo o que elas inventam:
campeonato de iô-iô, aula de teatro, aula de crochê,
time de futsal, natação, aula de atletismo,
festa com bolha de sabão, campeonato de karate...
Um dia, quando eu era bem pequena
no Parque da Cidade estava a brincar,
meu irmão quis ir no clássico Foguete
mas no meio do caminho resolveu parar.
Toda a conversa era pouca
e só saiu de lá quando meu pai subiu para buscar.
Meu pai é louco por doce de amendoim
e ái de mim se depois do almoço
não tem nem um docinho.
Claro, depois uma água bem gelada
e um cochilo também caem muito bem.
Meu pai é louco por plantas e animais.
Cuidar da horta da vovó, ele acha bom demais!
Papai é louco por um café
e diz que o dele não é tão bom
quanto o da mamãe é...
Pior que tenho que concordar,
o café da mamãe deixa um aroma
de amor no ar.
Ah! Papai é louco também pelas netinhas!
Ele gosta de estourar pipoca com
a panela sem tampar,
só para chover algumas pipoquinhas
e ver a Clara gargalhar!
Papai é louco,
pensa que é criança!
Trabalha o dia inteiro
mas nunca se cansa.
Falei no começo que talvez
uma poesia fosse pouca para recitar
que outro pai, louco como o meu,
certamente ninguém encontrará.
O meu pai,
é louco demais.
E eu,
sou louca por ele.
Com todo o amor que tenho em mim (depois de dezenove anos de loucura, quer dizer, amor, recebido) feliz aniversário papai, você é o meu louco preferido! Beijocas, Sarinha
Vó, de onde eu saiba,
é a flor de pétalas rosas, doces e suaves.
Às vezes ásperas, bem-humoradas,
a flor cheia de pétalas com perfume de doce de leite,
de chá da tarde, textura de colcha de retalhos,
daquela manta quentinha...
Vovós...
Vó Tuta, Vó Mariza,
Vó Anita, Vó Dinha,
Dona Lucca, Dona Maud, Dona Vera...
Ser tudo isso por um dia,
quem me dera!
Com todo o amor e carinho que cabem em uma neta, Sarinha.
Hi queridos! Hoje tenho novidades! haha
Vou fazer uma temporada de posts poético-marciais, tentando unir a arte de escrever à arte marcial Karate, já que pratico as duas, talvez dê certo... Digam-me o que acham!
Vou começar contando um pouco
de tudo isso...
Quais são meus planos...
Antes do Caderno Descolorido,
joguei na rede o "Karate On"
para falar do Karate Uechi Ryu...
Aos poucos deixei ele de lado, empoeirado.
Mas agora acho que reanimei,
porque a poesia e o karate
muitas vezes são vistos com alguns mitos
e com preconceito...
Talvez eu consiga desmistificar um pouco disso
e contar umas curiosidades, ou simplesmente conversar
sobre o que amo praticar.
Então, aguardem as poesias que dirão
sobre como poesia não precisa ser arcaica
e como lutar não é só para os caras fortões.
Eu misturo palavras esquisitas numa estrofe
e aplico um adjetivo mais esquisito ainda,
rápido como um golpe.
Eu tento me esquivar numa luta
e contra-atacar com versos
a amnésia que me dá
na hora que pego papel e caneta
para poetizar.
Até logo senhoritas e senhoritos,
voltarei com muitos versos
e o que mais eu conseguir ir produzindo.