Mostrando postagens com marcador Poesia. Mostrar todas as postagens
Mostrando postagens com marcador Poesia. Mostrar todas as postagens

quarta-feira, 29 de janeiro de 2014

Terceiro A, de gordinhos


Ah meninas!
E meninos...

Eu tenho tantas coisinhas fofinhas e bonitinhas para dizer-lhes...
que nem sei por onde começar.

Começa do começo abestada!

Então tá...

Vocês conhecem um pouquinho da minha história,
de quando cheguei no Segundo A quase de paraquedas...
E num passe de mágico virei representante de turma
e logo mais comecei brincar de ser poeta.

E sabiam que eu gostei!? Rsrsrs
De representar, de alguma forma, vocês.
E de escrever versos
entre as bolachas recheadas e as aulas de inglês.

Caberiam nessa poesia
milhões de desabafos e
agradecimentos...

Mas, vou tentar relembrar com vocês
de alguns dos nossos bons momentos.

Não consigo imaginar a nossa turma
sem lanches e migalhas de comida espalhadas pela sala.

Quem acha que cortar bolo com faca é sucesso...
Hum, não sabe de nada!

A gente tem nossas diferenças,
mas todos temos algo em comum:
viemos parar em uma turma
que não assiste aula em jejum.

Pão de queijo, suco, biscoito recheado,
bolo de côco, de beijinho, chocolate...
Refrigerante, brigadeiro, casadinho, jujubinhas,
coxinha, risole, kibe, folheados...
Rosca doce, torta de frango,
bolo de cenoura com cobertura e granulado enfeitando...
Copo, guardanapo, cupcake, brigadeiro de colher,
pirulito de morango, amigolate e um monte de mulher...

Nossa turma.

Ah, deixa eu falar...
Porran, teve dias que eu tive vontade de chorar,
falando que já deu, cansei, não aguento mais,
essa escola, essa gente todo dia, esses professores
dizendo para eu me empenhar mais e animar a turma...
e eu tentei, depois escuto que tenho que animar a mim mesma e não a turma...
e já sou meio pirada assim, sozinha, daí ouvindo tantas vozes, fiquei mais maluca ainda!

Falei mentalmente:
Chega dessa confusão...
Vou estudar com a mente leve
e com meu caderno de poesias por perto
para quando precisar externar o que não cabe no meu coração.

Funcionou, eu acho.

A gente viu tanta coisa passar,
talvez, sem perceber o tempo passar...
Quantos de nós não foram embora?
Trabalhar em outro lugar,
estudar no Canadá
ou na UnB
porque passou no vestibular.

A gente recebeu gente nova,
que veio dar aula,
que veio coordenar,
que veio assistir aula,
que veio badernar.

E todos esses "vai e vem's"
formaram a turma que somos hoje:
cheia de diferenças...
No início toda receosa
e talvez preconceituosa.
Dividida em panelinhas,
cada uma já tinha as suas amiguinhas...
Mas em pouco tempo percebemos
que em sala de gordinhos,
juntar as panelas é melhor!

As meninas, ditas novatas,
acredito que foram recebidas com carinho.

Os meninos, nossos heróis,
são os mais lindos de toda a escola
por suportarem-nos todas as manhãs.
Os meninos, foram privilegiados,
por depararem-se todas as manhãs,
com as meninas mais lindas da escola.

Esse ensino médio, meio louco,
amável e conturbado...
Foi uma experiência marcante para todos
e se saiu melhor do que eu havia imaginado.

Eu espero, do fundo do coração,
que de todas essas manhãs de 3º "A"
alguns momentos tenham sido mágicos,
alegres, encantadores, adoráveis...
Espero que cada um de nós
tenha algo lindo para contar aos amigos,
sobre esse terceiro ano.

A essa altura, depois de tanta poesia...
Vocês podem já estar dormindo,
ou até sorrindo, talvez chorando...

(Na verdade é certeza que tem alguém lanchando) Rsrs

Mas danem-se, vou continuar falando... u.u

Os nossos trotes...
Que trotes?

Como pode algo tão besta se tornar
momentos tão divertidos?

Vai saber... Não me imaginava indo a escola de vestido...
Mas senhoras e senhores, quer dizer, senhoritas e senhoritos,
ser Mulher Maravilha, Bela, Pac-Men, Cawgirl, Alice,
Chapeleiro, Bruxa, Minnie, Pirata, Sra Incrível, Vandinha Addams,
Arlequina, Batgirl, Robin Hood e tem mais eu sei, mas cansei...
Ser por um dia a personagem que quiséssemos, foi fantástico.

Eu particularmente achei que ser a Vandinha foi o máximo! Rsrs

Os The Teaches cantaram "Estrada" para nós, formandos...
Engraçado é que por mais "batida" que possa ser a música,
ela tem que ser tocada, porque ninguém sabe o quanto nós caminhamos para chegar até aqui,
nem o quanto nós caminhamos antes de dormir.
E vou falar para vocês, escrevendo esses versos, eu nem cochilei. (é sério)

Entre tapas e beijos
nós crescemos de forma individual
e coletiva.
Amadurecemos.

Entre esse tanto de mulher,
direto a gente viu escorrer o veneno...
Opa, limpa aí... Rsrs
Mas é assim, mulher é mulher e fim.

Mas acima das nossas diferenças,
encontramos uma diferença em comum...
Se é para falar mal de outra turma,
é um por todos e todos por um!

E os jogos de queimada que o digam...

Eu brinco assim,
mas quando a gente lembra
é até divertido...
Já passou.

Eu quero falar para todos vocês,
que valeu muito a pena ter estudado
com os senhoritos.
Cada trabalho maluco que fizemos,
bate-bocas que tivemos,
problemas com professores,
Fenações que perdemos,
Semana de Arte toda divertida
e cansativa...
O passeio para a Chapada
naquela trilha infinita,
o trabalho de Brasília
em que aprendemos a "sustentar"
mais essa tarefa pedida, valia nota né...

Quero agradecer a vocês
por confiarem em mim
como representante,
e como estudante
e como amiga.

E quero dizer-lhes que nesse poema,
não trago versos de despedida...

Eu estou extremamente feliz em saber
que ano vai acabar, o natal vai chegar,
as férias vão existir, o ano vai mudar...

A rotina de cada um de nós vai mudar...
E foi por isso que ansiamos nossas vidas escolares inteiras.

Desejo que cada um encontre um caminho para seguir
e que esse caminho seja iluminado e repleto de conquistas.

Eu já disse que nesse poema, não escrevo versos de despedida.
Digo-lhes que valeu a pena, ter sido por vocês, a representante escolhida.

Entre os passos dos nossos caminhos,
com certeza nos reencontraremos,
seja na rua, na padaria, na esquina,
no trabalho, na faculdade, num bar,
seja no meio da chuva em Águas Claras
ou numa pracinha do Guará...
Seja visitando um parente em Sobradinho,
ou indo ao cinema com algum sobrinho,
ou por que não, em um cruzeiro, no meio da mar!?

Sei lá... Todas as opções estão a nossa frente.

Sigamos cada um, em busca dos nossos sonhos
e sonhemos a cada dia e a cada noite
mais e mais...

Porque sem sonhar, a vida fica meio sem graça, sem tempero...

A gente pode marcar sempre de se encontrar,
para continuarmos o lanches marcantes
que alimentaram nossas barrigas, almas e corações.

Agora acabou.
O vídeo.
O apito do Arley.
A farra do boi.
O robô-cop gay.
A oração antes da aula.
A comilança dentro de sala.
Acabaram as nossas aulas.

Agora acabou
o poema também.

Com carinho, Sarinha.

quarta-feira, 8 de janeiro de 2014

Fotógrafo

Hoje é dia do fotógrafo...
Eu nem sabia.
Mas achei legal.

O que seria de mim sem uma fotografia
para eternizar um momento especial?

Hoje é dia do fotógrafo
e eu me lembrei
de um álbum de fotos minhas
que com carinho guardei.

Álbum de bebê que papai fotografou
e com carinho minha mãe montou.
Álbum de formatura, que costuma custar uma fortuna.
Álbum de natal, mesmo que eu não tenha saído com um sorriso legal.

Agora a gente tem o instagran,
o facebook, flickr e tumblr,
tem tanta mídia social
que nem precisamos de papel.

Talvez amanhã o jornal
seja somente virtual
e adeus daremos às bancas
de revistinhas, de figurinhas, de jornal.

O tempo voa.
O homem, evolui?
O tempo voa.

Nossa memória cheia de imagens,
não esquece um momento ao observar
uma fotografia que tivemos o carinho de guardar.

Feliz dia do fotógrafo!

Com carinho, Sarinha.

segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

Uma vida

Tem vezes
que eu quero morrer rápido...
Mas tem vezes
que eu quero ser um velho pirado.

Eu quero ser
uma senhora gatona que corre maratonas
e que ainda tenha lucidez para escrever
e ainda tenha bom gosto musical
e muito amor.
É.

A gente pode trabalhar isso,
se namorar, viajar o mundo.

Eu vou tietar você,
aonde quer que você toque,
o que quer que você cante.

Sua fã numero um, companheira,
amiga, confidente, amante.

A gente pode casar e ter filhos,
comprar uma casinha num lugar tranquilo
(cheio de natureza, ou perto de um parque para correr
e para os meninos irem brincar).

Trabalhar com música, arte,
fazer artesanato, semear poesia,
publicar um livro, cantar um dia contigo.

Envelhecer, sem ver o tempo correr.
Deixar o cabelo grisalho.
Um dia ou outro a barba sem fazer.
Lembrar histórias da nossa adolescência,
o nosso primeiro abraço, riso e beijo,
o primeiro amasso, encontro,
o primeiro verso da nossa história.

A gente pode envelhecer juntinhos,
nossos filhos já, cada um seguindo o seu caminho.

Você um velho louco pirado,
com uma senhorinha grisalha
e em forma do lado.

Seríamos dois velhos loucos
um pelo outro.
Seríamos dois velhos pirados
e apaixonados.

Mas a gente também pode ir
comer uma pizza em vez disso, sei lá...

E mesmo assim eu vou te amar.

(Sarah Magalhães)

quarta-feira, 11 de dezembro de 2013

Caminho de sempre

No caminho para o estágio,
a casa da vó, o colégio ou o trabalho,
mesmo nessa dura rotina
com o ônibus chacoalhando
para baixo e para cima...

É quando devemos prestar mais atenção
ao brilho do sol e às cores da vida,
pois podemos encontrar uma velha paixão
em qualquer parada da avenida.

Os caminhos feitos sempre por a gente sem pensar
podem em uma bela surpresa se transformar...

Na cadeira ao seu lado, ensolarada e esquecida,
logo pode se sentar o grande amor da sua vida.

(Sarah Magalhães)

sábado, 7 de dezembro de 2013

Dona Sarah, Conselheira Amorosa

Meu amigo fica querendo conselho amoroso,
mas sou a pior conselheira que conheço.

Eu poderia indicar a ele uma cartomante
para levar a mulher amada em três dias.

Ou sugerir umas cantadas infalíveis
para conquistar o amor da vida dele.

Eu poderia emprestar umas poesias, indicar uma floricultura
e escrever a receita de um suflê de rapadura
para ele conquistar a mulher que tanto diz amar.

Se ele tivesse paciência para ler,
eu daria de presente um daqueles livros
ditos de auto-ajuda que ensinam
como relacionamentos ideais devem ser.

Caixas de bombons podem engordar.
Presentes podem se desgastar.
As flores murcham.
Os poemas largados na gaveta.
As cantadas funcionam tanto
quanto cantar dando pirueta.
Livro de auto-ajuda, se servisse para ajudar
não sairia todo dia mais um título a se lançar...
Um só resolveria.

Acho que de todas as opções,
o melhor que pude pensar foi a tal cartomante,
tem até referências...
Acho que vou anotar nome e telefone
num bloquinho e deixar na estante,
para quando ele vier me visitar.

Eu sou a pior conselheira que ele poderia conhecer,
mas amiga se esforça, não importa o "para que".
Só queria compartilhar isso,
obrigada por ler.

(Sarah Magalhães)

quinta-feira, 5 de dezembro de 2013

Caduquice

Se eu cruzasse com você pelo caminho,
lá pelos meus sessenta e quatro...
Com certeza eu me apaixonaria
sem pestanejar.

Seus olhar seria o mesmo
e sua barba já grisalha
iria me encantar.

Se eu te encontrasse
lá pelos meus sessenta e quatro
em uma cafeteria...
Com certeza sentiria
sua alma junto a minha.

E se a gente não se reconhecesse?
Em um instante nos apaixonaríamos
e à moda antiga começaria um romance
por um bilhete de guardanapo,
ou com você me ajudando a limpar
o café que deixei derramar.

Quando distraída eu olhava seu anel
de mais de quatrocentos anos,
ainda brilhando e falando-me
que ainda somos muitos novos
e temos a vida pela frente para sorrir,
cantar, dançar, correr, jogar damas,
falar francês, se aventurar e enlouquecer
e envelhecer e amar.

Lá pelos meus sessenta e quatro
pode ser que eu esteja caducando.
Lá pelos seus sessenta e quatro
pode ser que você esteja tocando.

La pelos sessenta e quatro...
Ainda estaremos nos amando.

(Sarah Magalhães)





segunda-feira, 2 de dezembro de 2013

Quem não vai sentir saudades?

Uma poesia feita com muito carinho, para falar um pouco dessa louca fase que é o ensino médio:


Saudades das bagunças, 
de ir de pijama para o colégio,
de fazer piquenique embaixo da árvore.

Quem vai se esquecer,
de se vestir por um dia de escola
na personagem que sempre quis ser?

A gente vai lembrar para sempre de coisas bobas,
mas ao mesmo tempo tão importantes e especiais.

Quem vai querer voltar no tempo
para refazer provas e trabalhos, 
workshops, seminários,
atividades na plataforma,
montar um circuito elétrico e
resolver equações binomiais?

Quem vai querer
refazer uma semana de arte,
dar o sangue em uma gincana que exige superação,
falar da função medicamentosa de funções orgânicas em uma apresentação?

Quem vai querer, outra vez,
fantasiar-se para fazer um clipe,
descabelar-se por alguma recuperação (ou algumas)
e dar até chilique!?

Quem vai querer voltar no tempo 
para aprender o que é um trabalho "inter"?

Fazer simulados, escrever redações.
Sofrer, assistindo algumas aulas dos plantões.

Fazer gráficos, calcular probabilidades,
ouvir histórias, chorar de vontade de sair da escola
(e para isso, usar de artifícios indevidos na hora da prova),
jogar queimada na educação física, 
quase levar um choque no trabalho de física...

Fazer da sala de aula, um novo país,
encarar o desafio de uma turma, ser uma Nação.
Transformar aquela pálida sala cheia de cadeiras
em um pedaço da Inglaterra, ou da Espanha,
ou num cantinho da Austrália, que dê para cozinhar.

Quem vai querer voltar no tempo para refazer tudo isso?
Nem sei. Nem a gente volta.

Mas cada momento desses, vira lembrança.
Cada sorriso, lágrima, arrepio, alívio...
Cada manhã de escola, vira lembrança.

E cada lembrança é uma fotografia
daquelas, que a gente guarda no coração.

Quem não vai sentir saudades desse terceirão?

Com carinho, Sarinha


domingo, 20 de outubro de 2013

Vício em verso


Todo mundo tem um vício,

mesmo que não saiba.

Tenho vício por sorrisos
e os encaixo nos meus versos,
mesmo que não caiba.



(Sarah Magalhães)

terça-feira, 8 de outubro de 2013

O beijo do palhaço

Estava ali assistindo ao espetáculo,
junto a alguns amigos do karate,
mas o sol me incomodava
e sob uma árvore fui me esconder...

Para que?

A palhacinha não me encontrou!?
E fui parar no picadeiro:
as crianças, vovozinhas, celulares 
e cachorros me olhavam o tempo inteiro.

Que vergonha, nem deu tempo de arrumar o cabelo...

Conversa pra cá,
conversa pra lá...
Eu um pouco agoniada...

Quando vou me despedir
surpreendo-me 
com uma palhaçada, estalada.

Ai, que vergonha. 

Voltei para a minha sombra
em meio a várias risadas
e com as bochechas coradas.

(Sarah Magalhães)


Poesia inspirada no espetáculo dos palhacinhos Aipim e Macaxeira, em uma apresentação de "Dia das Crianças" no Guará. Espero que tenham gostado dos versos tanto quanto gostei das palhaçadas. Se não tiver assistido ao vivo e quiser dar umas risadas... Eis o vídeo: 

Por quê?
 Macaxeira, eu e Aipim em uma praça guaraense.

segunda-feira, 7 de outubro de 2013

Bamboleando

Bambolear é arte,
é um jeito da criança de brincar,
é molejo e jogo de cintura,
é fazer o mundo girar...

Bambolear é alegria, é cor, é vida
e inspiração para poesia.

Quando se trocam sorrisos espontâneos 
entre tios e sobrinhos, avôs e netinhos,
entre filhos e pais...

Usando a criatividade
ao cortar
mangueiras e mangueiras 
para bambolear.

Preenchendo com arroz ou feijão
o bambolê que é meio leve.

Parando na hora do almoço
para o arroz com feijão que a mamãe serve,
a gente sente o quanto vale a infância.

Com as crianças que vivem na gente,
aprendemos que às vezes
bambolês significam muito mais
que um cheque de dinheiro,
vídeo-games ou roupas de marca.
Bamboleando a gente lembra
que uma parte da gente ficou na infância
e que não precisa continuar lá...

Então, por que não, sairmos ao quintal para bambolear?

(Sarah Magalhães)





 




Fotografia: Evandro Júnior

domingo, 6 de outubro de 2013

Doce ler

Sonhamos acordadas em devorar nuvens...
Só por conta da tola imaginação.

Mente de criança é muito louca,
acredita em batatinhas espalhadas pelo chão,
acredita em bicho papão no guarda-roupa,
acredita em tudo o que a gente conta...

Sonhamos em caminhar nas nuvens, descalças,
sentindo a fofura do algodão.
Sonhamos em descansar sentadas lá no céu,
aproveitando a doçura da nuvem de imaginação.

Crescemos sonhando em devorar nuvens,
alcançar as estrelas, comer um teco do queijo lá do céu!

Crescemos apenas em tamanho,
a mente, tola como de criança,
ainda está passeando pelo céu,
entre as nuvens e as linhas desse papel.

(Sarah Magalhães)

Deixo aqui em itálico, meu muito obrigada, Lele, pela inspiração <3


Fotografia: Evandro Júnior

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Instantes da vida

Eu caminhei uns dez minutos
entre praças ensolaradas.
Sentei num banco sob a árvore
para descansar a alma.

O céu ainda era azul
e a minha blusa cor-de-rosa.

Meu pensamento voava distante...

Em um instante
um pássaro
em mim
descartou
sua bosta.

O céu ainda era azul
e minha blusa não mais cor-de-rosa.

(Sarah Magalhães)

segunda-feira, 23 de setembro de 2013

Praça do Índio

Fruto de muito estudo e pesquisas realizadas no decorrer da 5ª Olimpíada Nacional em História do Brasil, os textos a seguir foram produzidos com o objetivo de compartilhar um pouco do que é a Praça do Compromisso e qual a sua importância histórico-cultural para Brasília.
Obrigada Giulia Bacarin, Larissa Gali e Rafael Borges por entrarem na onda e serem uma equipe tão fantástica! E obrigada papai e Juninho por me ajudarem com as fotografias!
Ah, é claro que esse trabalho também rendeu uma poesia! Rsrsrs Espero que gostem!

            O Distrito Federal abriga desde pequenas pracinhas entre as quadras residenciais até a grandiosa Praça dos Três Poderes, que abriga os poderes supremos da República.
         Porém, muitas vezes distante dos olhares da população - na Asa Sul da cidade-avião, entre as quadras 703 e 704 - encontra-se a Praça do Compromisso, também conhecida como Praça do Índio.
          Inaugurada em memória ao assassinato do índio pataxó hãhãhãe Galdino Jesus dos Santos, a praça guarda duas esculturas criadas gratuitamente pelo artista Simon Franco, os monumentos representam uma pessoa sendo queimada e uma pomba.
          As obras, localizadas no centro da praça, remetem ao índio que foi queimado vivo por cinco rapazes de classe média de Brasília enquanto dormia na parada de ônibus na madrugada do dia 19 para 20 de abril de 1997.
          Símbolo do fim do isolamento temporal do fato, a praça imortaliza o apelo por paz e respeito.


          Entre os traços brasilienses e as curvas formadas entre a arquitetura e o pôr-do-sol, entre as pontes dispostas sobre o lago Paranoá, as torres de televisão, Praça dos Três Poderes, Esplanada dos Ministérios, Memorial JK, Panteão... Entre os maiores monumentos da capital, encontram-se importantes peças formadoras da identidade cultural candanga. E entre as quadras 703 e 704 da Asa Sul, na simples Praça do Compromisso, há pequenos monumentos com gigante significância histórico-cultural e ainda muito desconhecidos pela população nacional.
          As esculturas que representam uma pessoa em chamas e uma pomba, localizadas no centro da Praça do Compromisso e criadas pelo renomado artista goiano Siron Franco, simbolizam um evento histórico que estampou manchetes de jornais em abril de 1997: o assassinato do índio pataxó hãhãhãe Galdino Jesus dos Santos.
          O índio Galdino foi queimado vivo por cinco rapazes de classe média de Brasília enquanto dormia em uma parada de ônibus da Asa Sul. Os rapazes fugiram e Galdino morreu horas depois com 95% de seu corpo queimado. Um chaveiro que passava pelo local no momento do crime anotou a placa do carro no qual os rapazes fugiram após atearem fogo no índio de 44 anos.
          No dia anterior ao incidente, 19 de abril - Dia do Índio, Galdino chegou a Brasília para participar de congressos em reivindicação à terra indígena Caramuru-Paraguaçu que estava em conflito fundiário com fazendeiros no sul da Bahia. Ao final do dia 19, não pode entrar na pensão em que estava hospedado e procurou no banco da parada de ônibus um abrigo para passar a noite. O motivo do assassinato tornou-se questionamento nacional, levantando-se hipóteses quanto a intransigência com o diferente, a violência banalizada e quanto ao respeito a dignidade indígena.
          Popularmente conhecida como Praça do Índio, a praça carrega esculturas que representam o fim do isolamento temporal do assassinato de Galdino e mantém vivo o compromisso de respeito as diferenças.



Leia a poesia Sobre o valor da vida, também fruto desse trabalho! (:
Com carinho, Sarah Magalhães.


domingo, 22 de setembro de 2013

Sobre o valor da vida

Faz algum tempo...

Que na parada de ônibus,
Galdino viu sua vida,
como fogo, se apagar...

Fechou seu olhar de desespero para o mundo...
Silenciou.
E para a história de Brasília entrou.

Já faz uma vida desde que que isso aconteceu...
Um ano depois que nasci.

Sinistro, esse fato ainda me faz refletir 
sobre o valor que Galdino recebeu...

Muito se repercutiu na época... 
Sobre índios, mendigos... Minorias...

Triste isso,
porque
para mim
toda forma
de vida
valia...

Besteira é querermos taxar tudo,
até o valor da vida...
Triste, feliz, branco, preto, azul... 
Rico, pobre, cristão, judeu...
Anão, alto, gordo, magro,
gay, lésbica, criança, adulto...

Todos tem um coração pulsante,
prontos para serem quem são:
independente de cor, classe social,
gosto musical, orientação sexual,
etnia, tipo físico, cor preferida, religião...

Independente de estarem dormindo confortáveis em suas casas
ou ao relento, em uma parada de ônibus, em um canto no chão...

Independente disso tudo, todos temos um valioso coração.

(Sarah Magalhães)



sábado, 21 de setembro de 2013

Sobre amor ou álcool

Construí ontem
um edifício de palavras...
Com todos os elogios
e descaramentos que me falou...

Você sorria entre as frases,
depois bebia um conhaque
e ainda falava de amor.

Eu nem sei bem,
o que é realmente amar...
Amar um amor fervoroso,
deixar-se apaixonar e sentir
se surpresa, um frio na barriga
e o coração palpitar.

Eu sei que ouvir você bêbado
falando besteiras
foi divertido...

Não apaixonei-me, ainda bem...
Mas por algumas horas
de conversa fiada,
me senti querida...

Talvez apenas uma paixão fantasiada...
Ou melhor, embebedada.

Depois fui eu quem bebi
e acordei, meio tonta,
sem ver você e sem sentir...
amor.

(Sarah Magalhães)

quinta-feira, 27 de junho de 2013

Trauma musical

Um dia cantei
palavras que detestava
e odiei compositores
que minha professora de canto adorava...

Um dia saí do coral,
pude então sorrir e ser livre
para ouvir o que quiser
ou admirar um silêncio qualquer.

Pude então me encantar
com os sons e vozes brasileiras,
acompanhadas de bandolins e brincadeiras.

Eu aprendi que os compositores
que um dia detestei...
Na verdade não são culpados da minha frustração,
o detalhe é que sou feita para ouvi-los com a alma e coração.

Sem cantar...
A não ser no chuveiro.

Sem me descabelar,
por ter aula de coral o ano inteiro.

Um dos meus grandes traumas musicais,
entre arranjos perturbantes de Tim Maia,
jangadas viajantes de Caymmi e tantos outros mais
é o inquietante Fome Come...

Mas toda palavra cantada,
tem seu brilho, sua graça...

Depois de uma época em que o verbo "cantar" me deixava apavorada,
aprendi que ouvir as músicas sob a sombra de uma árvore,
lendo um bom livro, sem precisar fazer aquecimento vocal...
Beliscando algum aperitivo, sonhando com um tempo amigo,
pode fazer qualquer música ficar mais legal.

As melodias deixam de ser o barulho do passado,
para tornarem-se lembrança de algum momento engraçado.

(Sarah Magalhães)

Quero saber quem conhece essa aqui! 

sábado, 15 de junho de 2013

Yong



Você não sabe
o trabalho
que está me dando!

Tento traduzir em poesia
sua arte que vejo
quando pela rua
estou andando.

Tem um dragão deitado ao chão
no caminho que percorro
quando da aula estou a voltar.

Sempre passo ouvindo música
e vendo as cores transbordarem
da parede para o ar...

Meu caminho ganha
uma nuvem de fantasia.

E  continuo o percurso assim:
caminhando entre o chão e as nuvens,
com a arte transbordando
da parede e de mim.

(Sarah Magalhães)


quarta-feira, 15 de maio de 2013

Vídeo-poesia "Caminho de Lorena"

Heeeey, tenho uma novidade! São algumas, na verdade... Mas vamos aos poucos.

Hoje me inscrevi no concurso cultural "Afinando a Língua", promovido pela TV Futura, que é basicamente o seguinte: autores precisam enviar vídeos lendo, recitando ou cantando suas produções em verso ou prosa, para concorrerem a um espacinho na programação. Os vídeos escolhidos pelo juri serão transmitidos no decorrer da programação do "Afinando a Língua" e os seus autores receberão um DVD do programa. Eeeee... o autor do vídeo mais visualizado do YouTube ganhará um tablet... (então assistam e compartilhem por favor)
A poesia que preparei para participar foi "Caminho de Lorena", espero que vocês gostem e me ajudem a alcançar o máximo de acessos possíveis!!! hehehe




Sobre o programa:
A nova temporada do programa vai homenagear a língua portuguesa, reunindo diferentes nomes da música e da literatura em encontros comandados por Tony Bellotto. Suas noites vão ficar muito mais afinadas com os ritmos diversificados e o bate papo entre escritores e músicos como Adriana Falcão,LeninePaulinho MoskaTeresa CristinaCidade NegraJosé Miguel Wisnik, Viviane Mosé, Thalita RebouçasForfunChacalToquinhoZélia Duncan e Mc Sapão, entre outros. Cada programa recebe uma dupla de convidados e, a partir destas Narrativas Cruzadas, surgem conversas animadas e descontraídas, seguidas por shows. Fonte: http://www.futura.org.br/, acesso em 15 de maio de 2013

Ah, depois eu apareço com outras novidades (que já estão velhas, de tanto que demoro para escrever...) k
Vou deixar a poesia para quem quiser ler também:

Caminho de Lorena

Quando Lorena era uma criança

ela era tão feliz.

Mas quando acaba a infância
a gente perde aquilo que se diz...


Que se diz...


Que se diz...


Que se diz...



Feliz.


A gente cresce querendo ser

melhor que papai e mamãe.


E querendo ter o melhor carro

um bom trabalho e um grande amor...


E ainda há amor? Me diz.



Porque se há,

ainda há chance
de ser feliz...
Como quando
era criança
brincando em volta
de um chafariz.


Mas agora

o que resta
é brincadeira de balanço
é saber balancear a vida dura,
a rotina do lar,
com a alegria
que no peito quer
um espaço para morar.


Menina que brincava de boneca

dando giros e piruetas,
logo virou moça querendo largar
das bobas brincadeiras...


Cresceu, sonhou, 

namorou, casou!


Depois de um tempo se divorciou

e levou consigo a lembrança da infância,
uma boneca de pano costurada com relutância
e o sentimento de ter vivido muito pouco
para uma pequena menina...


Comprou então uma passagem de avião,

aproveitou as férias de verão para acabar com a antiga rotina,
a ainda pequena menina pegou a coragem e voou para a China.



E Lorena viaja por aí

vivendo novas infâncias
para nunca deixar
de ser feliz.



(Sarah Magalhães)